Dia a dia
Veja as regras em discussão para bike elétricas no ES
Uso em calçadas, limite de velocidade em ciclovias e registro obrigatório estão entre as propostas debatidas por autoridades do ES

Bicicletas elétricas viraram febre na Grande Vitória. Foto: Divulgação
O uso crescente de bicicletas elétricas nas cidades do Espírito Santo acendeu um alerta entre autoridades de trânsito. Nesta terça-feira (27), a Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado da Assembleia Legislativa discutiu medidas para regulamentar a circulação desses veículos e reduzir os riscos à segurança viária.
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Entre as propostas, estão a proibição do uso em áreas destinadas a pedestres, o controle de velocidade nas ciclovias, o registro obrigatório para fins de fiscalização e o aumento da fiscalização de infrações. A comissão também vai encaminhar à bancada federal capixaba uma sugestão para que seja proposta uma atualização na legislação nacional sobre o tema.
Durante a reunião virtual, que contou com representantes de prefeituras, guardas municipais e órgãos estaduais, ficou evidente a preocupação com o avanço dos veículos elétricos em espaços onde não há regulamentação específica. “Esses veículos estão ocupando calçadas e ciclovias em alta velocidade, colocando pedestres e ciclistas em risco”, afirmou o deputado Delegado Danilo Bahiense (PL), presidente da comissão.
As bicicletas elétricas fazem parte de um fenômeno recente de mobilidade urbana, mas têm circulado sem regras claras, o que, segundo as autoridades, contribui para o aumento dos acidentes. O debate ocorreu no contexto do Maio Amarelo, mês de conscientização sobre a segurança no trânsito.
E os números reforçam a urgência. Em 2024, as mortes no trânsito superaram os homicídios no Espírito Santo pela primeira vez. Foram 973 vítimas fatais em acidentes, contra 852 assassinatos. Os dados são do Observatório de Segurança Pública. Em 2025, o cenário continua preocupante: 260 mortes nos primeiros quatro meses, um crescimento de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo Danilo Bahiense, o trânsito precisa ser tratado como um tema de saúde pública. “É urgente incluir educação para o trânsito no currículo das escolas. As crianças educadas cobram os pais sem educação”, declarou.
A comissão também destacou a necessidade de intensificar a fiscalização de motociclistas, especialmente na Terceira Ponte, onde são frequentes os casos de circulação irregular fora da faixa exclusiva. Em 2024, 74% dos acidentes fatais envolveram motocicletas.
As medidas propostas devem servir como ponto de partida para o enquadramento legal e seguro das bicicletas elétricas, que hoje transitam entre o prático e o perigoso — numa zona cinzenta que as estatísticas já não ignoram.
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