Dia a dia
Ultramaratonista pedala 25h e faz percurso das 62 vaquinhas no ES
Foram 25 horas no trajeto que renderam não só vídeos com as esculturas, mas também o contato com pessoas de diversas comunidades
O profissional de Educação Física e ultramaratonista Elcio Alvares Neto, de 43 anos, conquistou mais um desafio pessoal: percorrer de bicicleta Vitória e Vila Velha em busca das 62 vaquinhas coloridas do Cowparade. Foram 25 horas no trajeto que renderam não só vídeos com as esculturas, mas também o contato com pessoas de diversas comunidades. Ao finalizar o desafio, iniciou o dia com um café coado na hora, aproveitando a vista da Ilha das Caieiras, na capital.
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“Depois que vi uma vaquinha e soube da existência de 62 delas em Vitória e Vila Velha, surgiu a ideia. Eu sou fascinado por coisas extraordinárias. A curiosidade me levou a querer fazer o roteiro delas correndo, mas minha esposa me deu a ideia de ir de bike. Eu, enquanto professor de educação física, vi nessa minha ação uma forma de estimular as pessoas a saírem do sedentarismo e praticarem uma atividade física, quem sabe sair do sofá e ir tirar uma foto com uma vaquinha. Se uma pessoa se inspirar e fizer isso, já estou feliz”, comentou o ultramaratonista.
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Elcio está acostumado com desafios e já participou da Jungle Marathon, uma ultramaratona realizada no meio da Selva Amazônica. Longas distâncias e desafios complexos já fazem parte da vida do atleta. No entanto, essa foi a primeira vez que Elcio Alvares Neto pedalou por tantas horas. No percurso, contou com a ajuda de moradores em situação de rua para localizar as esculturas, conversou com pessoas das comunidades, interagiu com crianças e se encantou pela “Maria Flor”, vaquinha localizada na av. Est. José Júlio de Souza, em Itaparica, Vila Velha. No final, por volta das 4 horas, foi a vez de passar pela última vaca: “Mais amor por favor”, na rua Felicidade Corrêa dos Santos, Ilha das Caieiras. Lá, aproveitou para tomar um café coado na hora pela dona Maria, conhecida na Ilha das Caieiras como a rainha do sururu.
Em vídeo, Elcio venceu o desafio, registrando todo o trajeto e todas as 62 vacas do Cowparade. “Eu sou ultramaratonista terrestre, não sou ciclista. Mas, graças a Deus, eu tenho condições e saúde para aguentar ficar tantas horas fazendo exercício. Quando o corpo está preparado e a mente está forte, conseguimos aguentar longas distâncias, mantendo o bom humor. Sem dúvidas, manter o bom humor e o entusiasmo é o maior desafio. Nosso cérebro começa a produzir bons hormônios durante um tempo e depois começa a utilizá-los. Com o tempo, você tende a ficar desanimado. Com o passar dos anos, eu aprendi a driblar esses obstáculos que aparecem durante o caminho. Quando chega às 3 e 4 horas da manhã, o cansaço aparece, mas quando amanhece você se anima e volta para o jogo”, detalha o professor.
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EXPOSIÇÃO A CÉU ABERTO
As vaquinhas coloridas invadiram as ruas de Vitória e Vila Velha no dia 15 de setembro. Sessenta e duas delas, para ser mais exato. Trata-se da CowParade, uma das maiores intervenções urbanas ao ar livre do mundo, que ocupam a região metropolitana com esculturas feitas em fibra de vidro e decoradas pelas mãos artistas locais.
No total, mais de 5 mil dessas vaquinhas foram criadas e exibidas em todos os continentes, sendo admiradas por uma audiência global de mais de 500 milhões de pessoas. Serão cerca de 40 esculturas posicionadas em diversos pontos de Vitória e 20 em Vila Velha, carregando a marca e a criatividade dos artistas capixabas.
A ação “Cow Parade” (do inglês ‘Desfile das Vacas’) é uma intervenção artística que busca democratizar a arte colocando-a nas ruas, onde todos possam ver. Para a artista e publicitária Mônica Debanné, que pintou a vaquinha que está exposta no Parque Cultural Casa do Governador, na Praia da Costa, em Vila Velha, o projeto promoveu uma troca de conhecimento e integração também entre os artistas.
As vacas da CowParade Vitória e Vila Velha ficarão nas ruas até o dia 15 de outubro. Depois, serão espalhadas pelos corredores do Shopping Vitória. Ao final da mostra, será promovido um leilão beneficente das obras, em prol de três instituições sociais do estado do Espírito Santo – Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci), Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (AFECC) e Fundação Beneficente Praia do Canto (FBPC).
Com realização da Toptrends, a exposição conta com o patrocínio da Shell, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio do Governo do estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (SECULT), e das prefeituras de Vitória e de Vila Velha, por intermédio de suas respectivas Secretarias Municipais de Cultura e Turismo.
HISTÓRIA
A história da CowParade começa em 1999, na Suíça – país europeu que tem a vaca como animal simbólico. No lugar de quadros e objetos comuns, vacas serviriam de telas para artistas diversos, como pintores, escultores, artesãos e arquitetos, que levariam suas obras de arte inusitadas para lugares habituais do cidadão, como parques, avenidas e ruas das grandes cidades.
Esta é a 14ª edição do evento no Brasil e a 1ª no Espírito Santo — é também a primeira do projeto pós pandemia da covid-19. Desde 1998, quando o projeto foi criado na Suíça, mais de 80 cidades, em 33 países, já foram contempladas pela exposição. No Brasil, a CowParade já passou pelas capitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Pará, Pernambuco, Ceará e Bahia. Em 2019, última vez que foi realizada em solo brasileiro, a mostra ficou exposta em Salvador.
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