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Relatório aponta que Bolsonaro recebeu mais de R$ 17 milhões em Pix

Entre 1º de janeiro e 4 de julho, o ex-presidente da República registrou mais de 769 mil transações via Pix, totalizando R$ 17.196.005,80.

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Jair Bolsonaro. Foto Flickr

Um relatório emitido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) trouxe à tona informações sobre a conta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mostrando o recebimento de R$ 17,2 milhões por meio de transações via Pix durante os primeiros seis meses do ano. De acordo com o órgão, essas movimentações atípicas podem estar relacionadas à “vaquinha” organizada para pagar multas impostas pela Justiça.

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Entre 1º de janeiro e 4 de julho, o ex-presidente da República registrou mais de 769 mil transações via Pix, totalizando R$ 17.196.005,80. Esse montante representa quase toda a movimentação financeira de Bolsonaro no período, que foi de R$ 18.498.532.

O Coaf suspeita que essas transações “atípicas” possam estar relacionadas à campanha de doações feita em junho para quitar multas judiciais. Um exemplo é o bloqueio de valores determinado pela Justiça de São Paulo em virtude de Bolsonaro não ter usado máscara durante a pandemia de coronavírus.

O relatório menciona: “No período chamou a atenção o montante de PIXs recebidos em situação atípica e incompatível. Esses lançamentos provavelmente possuem relação com a notícia divulgada na mídia”, fazendo referência a uma matéria publicada no dia 2 de janeiro.

Recentemente, Bolsonaro afirmou ter recebido doações suficientes para quitar todas as multas que recebeu em processos judiciais e eventuais penalidades futuras. O ex-presidente prometeu divulgar o valor arrecadado “brevemente”, mas não forneceu detalhes específicos.

O relatório detalha o montante total transferido via Pix, além de listar diferentes depósitos realizados tanto através da ferramenta quanto por transferências convencionais, com o detalhamento apenas de depósitos a partir de R$ 5.000. Não é possível identificar quais depósitos foram feitos por Pix e quais por transferência tradicional.

Dentre os que transferiram valores para a conta de Bolsonaro, além do PL que efetuou dois lançamentos totalizando R$ 47,8 mil, estão outros 18 nomes que pagaram entre R$ 5.000 e R$ 20 mil ao ex-presidente, incluindo empresários, advogados, pecuarista, militar, agricultor, estudante e duas pessoas descritas pelo Coaf como “do lar”.

Também foram identificadas três empresas, sendo que uma delas depositou R$ 9.647 em 62 lançamentos na conta de Bolsonaro. No entanto, o relatório não especifica se esses depósitos foram feitos no contexto da campanha promovida pelos apoiadores de Bolsonaro.

As informações contidas no relatório foram encaminhadas para a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no dia 8 de janeiro, juntamente com dados de outras pessoas associadas a Bolsonaro, que atualmente está sob investigação em diversas instâncias criminais, a maioria relatada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A chave Pix do ex-presidente foi divulgada por parlamentares e ex-integrantes do governo, como os ex-ministros Gilson Machado e Fabio Wajngarten, além do deputado estadual Bruno Engler (PL-MG).

Recentemente, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), correligionário de Bolsonaro e eleito em 2022 como o mais votado do país, incentivou seus seguidores a doarem “qualquer valor para que Bolsonaro pague essas multas e não sofra nenhuma retaliação por parte do Poder Judiciário”.

Em 13 de junho, a Justiça de São Paulo bloqueou R$ 87,4 mil das contas de Bolsonaro devido ao não pagamento de uma multa por não ter usado máscara durante a pandemia. Posteriormente, outra decisão desbloqueou mais da metade desse valor.

O relatório do Coaf menciona um “bloqueio judicial” de R$ 30.698. O órgão também registra que Bolsonaro recebeu R$ 230.366 em proventos nos primeiros seis meses deste ano.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) manteve uma multa de R$ 90 mil contra Bolsonaro por propaganda irregular contra o então candidato presidente Lula (PT).