Dia a dia
Livro traz fatos inéditos sobre a morte de Araceli após 50 anos do crime
Araceli foi estuprada e morta. Os denunciados pelo MPES nunca foram punidos

Os jornalistas Felipe Quintino e Katilaine Chagas são autores do livre sobre o caso Araceli. Foto: Divulgação
No próximo dia 18 de maio completam 50 anos da morte da menina Araceli Cabrera, assassinada e estuprada aos oito anos de idade após sair da escola em Vitória. O crime que chocou o Brasil pela crueldade e também pela falta de punição aos culpados vai ser tema do livro “O caso Araceli: mistérios, abusos e impunidade”. A obra é assinada pelos jornalistas Felipe Quintino e Katilaine Chagas.
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Os escritores estudaram o caso durante dois anos e analisaram vários documentos. Eles relatam fatos inéditos, as estratégias das defesas, entrevista com parentes da vítima, além de muitas outras informações sobre o crime que estão no processo judicial de 33 volumes e mais de 12 mil páginas no qual eles tiveram acesso.
Segundo Quintino, o caso Araceli é intrigante e chegou a ter repercussão nacional, sendo inclusive, tema de peça teatral, de romance-reportagem e reportagens especiais da mídia brasileira.
“Uma trama complexa que culminou em arquivamento. Então, o livro vem para ajudar na luta contra o esquecimento desse assassinato brutal e para chamar a atenção para a violência contra crianças e adolescentes, que ainda faz diversas vítimas diariamente”, comentou.
Para Katilaine Chagas Araceli e sua família foram vítimas pelo menos duas vezes. A primeira com a morte violenta da menina e a segunda quando deixaram o crime atravessar as décadas sem que os autores fossem punidos.
“Então que pelo menos esse caso seja contado e recontado quantas vezes forem necessárias para marcar a importância de não se banalizar os dados de violência contra crianças e adolescentes e, principalmente, de protegê-los de uma cultura que permite que casos como o dela ainda se repitam”.
O crime
Em 18 de maio de 1973, uma sexta-feira, Araceli Cabrera deixou o colégio São Pedro, em Vitória, mais cedo a pedido de sua mãe por conta do horário do ônibus que a levaria de volta para casa. Nunca mais retornou. Seu corpo foi encontrado seis dias depois em um matagal, nas proximidades do Hospital Infantil, desfigurado e em adiantado estado de decomposição. Começava um dos casos policiais de maior repercussão na história judicial brasileira.
Após investigação conturbada, com os restos mortais de Araceli durante quase três anos no Serviço Médico Legal à espera de sepultamento, o Ministério Público denunciou três pessoas por envolvimento na morte da menina, todos integrantes de famílias influentes da Capital.
O dia 18 de maio, data do desaparecimento de Araceli, tornou-se um símbolo no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes.
Serviço:
Lançamento do livro “O caso Araceli: mistérios, abusos e impunidade”
Data: dia 17 de maio (quarta-feira)
Horário: a partir das 19 horas
Local: Livraria Leitura do Shopping Vitória
Pré-venda: Site Alameda Editorial
Valor: R$ 69
Autores: Felipe Quintino e Katilaine Chagas
