Espírito Santo pode ter nuvens de poeira como em SP e MG?

Nuvem de poeira em Congonhas nesta segunda-feira (22). Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nos últimos dias, cidades de Minas Gerais e do interior de São Paulo enfrentaram tempestades de poeira provocadas por rajadas de vento de até 86 km/h. O fenômeno causou destelhamentos, queda de energia e falta de água em diversos municípios. A situação levanta a dúvida: o Espírito Santo pode enfrentar cenário semelhante?

Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), fenômenos desse tipo são menos comuns no Espírito Santo. A explicação está no relevo mais acidentado e na proximidade com o mar, que elevam a umidade do ar e dificultam que o solo fique extremamente seco. Essa condição reduz a disponibilidade de partículas que poderiam ser suspensas pelo vento.

Áreas mais suscetíveis

Apesar de menos provável, episódios localizados não são descartados. O Incaper aponta que regiões do Noroeste capixaba, como Colatina, Marilândia e Baixo Guandu, podem ter maior vulnerabilidade. Nessas áreas, o solo tende a ser mais seco em determinados períodos, e atividades como a extração de rochas aumentam a chance de partículas ficarem expostas ao vento.

Condições necessárias

Para que um evento semelhante ocorra no estado, seriam necessárias rajadas muito fortes, combinadas com solos ressecados e pouca cobertura vegetal. A associação desses fatores poderia gerar episódios de poeira em escala local, embora em intensidade menor do que os registrados em Minas Gerais e São Paulo.

Impacto da atividade humana

O Incaper ressalta que não possui especialistas em poluição atmosférica ligada à mineração, mas recomenda atenção a áreas com forte atividade extrativa. Empresas como a Akios Air Quality atuam no Espírito Santo e em estados vizinhos com estudos sobre dispersão de poluentes, o que pode ajudar a aprofundar a análise do tema.

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