Dia a dia
Entenda os fatores que explicam o apoio dos evangélicos a Israel
São quatro principais razões que podem mostrar os motivos pelos quais o apoio é tão grande que vão de Gênesis até a influência cultural dos grupos
Nesta terça-feira (10), o conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas entrou no quarto dia. As autoridades relatam mais de 1.800 mortos devido ao ataque e à reação.
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O campo evangélico conservador e fundamentalista no Brasil geralmente apoia Israel, o que pode parecer estranho para quem não conhece esse meio. Para alguns evangélicos, especialmente os pentecostais, ir contra Israel é considerado “ser contra a vontade de Deus”.
De acordo com o teólogo Ronilso Pacheco, existem quatro fatores que podem fazer a aproximação desses grupos. O primeiro fator está ligado ao livro de Gênesis, em que Deus ofereceu uma bênção às nações que apoiassem a descendência de Abraão, fundador do monoteísmo dos hebreus. Alguns evangélicos interpretam isso como apoio a Israel.
Outra interpretação é de que os judeus são vistos como descendentes de Abraão e o povo escolhido de Deus, o que leva à crença de que Israel deve ser apoiada sob qualquer circunstância. Um cristão mais observador poderia argumentar que a vinda de Jesus aboliria a razão de Israel ser considerado o povo escolhido, uma vez que a salvação de Deus seria estendida a todos.
No entanto, para esses evangélicos, essa perspectiva muda com o retorno de Jesus. Daí surge a terceira razão: para esses evangélicos, a vinda de Jesus não anula a importância de Israel como povo escolhido, pois isso muda com o retorno de Jesus. Israel desempenha um papel crucial no julgamento das nações.
Por fim, em relação ao quarto fator, Pacheco argumenta que o apoio evangélico a Israel também é influenciado pela crença em uma cultura ocidental compartilhada, incluindo religião, ética, tradições, costumes e etiqueta.
Benefícios
Israel se beneficia consideravelmente dessa relação por diversas razões. Primeiramente, obtém apoio político em países com forte presença evangélica, como os Estados Unidos e o Brasil, especialmente durante o período do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Em muitos eventos bolsonaristas, eram exibidas bandeiras de Israel e faixas de apoio ao país. A expressão “Deus abençoe Israel” era amplamente usada pelos entusiastas dos atos do ex-presidente.
Além disso, Israel lucra com o dinheiro gerado pelas peregrinações de evangélicos à Terra Santa. Quando visitou o Brasil em 2018, o então primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se reuniu com líderes cristãos e declarou que os evangélicos eram os melhores amigos de Israel.
*Com informações do Uol.
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