Dia a dia
Empresários que bancaram atos antidemocráticos são investigados no ES
Informação foi repassada ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes, pelos procuradores-gerais de Justiça do ES, SP e SC
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Investigações identificaram a participação de empresários no financiamento de atos antidemocráticos no Espírito Santo e outros dois estados. A informação foi repassada ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), pelos procuradores-gerais de Justiça do Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina em reunião realizada na manhã desta terça-feira (8) no tribunal, segundo o Portal UOL.
Em vídeos que circularam nas redes sociais, é possível ver carregamentos de suprimentos, como alimentos e bebidas, sendo entregues por supermercados da Grande Vitória a um grupo de manifestantes que estavam concentrados em frente o 38º Batalhão de Infantaria, na Prainha, em Vila Velha. O ato tem pauta antidemocrática, uma vez que contesta o resultado das eleições e sugere uma intervenção militar no país, o que é inconstitucional.
“Na nossa visão, há uma grande organização criminosa com funções predefinidas. Financiadores, arrecadadores, tem várias mensagens com número de Pix e tudo mais para que as pessoas possam abastecer financeiramente. E a partir daí nós temos que estabelecer quem exercia qual função. Tem a função financeira, a alimentação. Em São Paulo, a gente percebe ônibus de prefeituras transportando pessoas. Tudo isso está sendo objeto de investigação”, disse Mario Sarrubbo, procurador-geral de Justiça de São Paulo
A procuradora-geral de Justiça do Espírito Santo, Luciana Andrade, também afirmou ao UOL que a atuação dos empresários envolve a criação de “listas” para impedir consumidores e empresários de utilizarem determinados produtos ou serviços no estado.
“A gente tem percebido um movimento também de empresariado que é criar uma lista de pessoas e empresários cujos consumidores não deveriam consumir ali produtos ou serviços. Estão criando embaraço à livre iniciativa do comércio, algo que não víamos há muitos e muitos anos”, frisou.
Atos em frente a quartéis do Exército também foram registrados em pelo menos outros 23 estados. O movimento ocorreu em paralelo aos bloqueios de estradas por bolsonaristas, que já vêm perdendo força nos últimos dias. No Espírito Santo não há mais bloqueio de rodovias registrados pela PRF.
INVESTIGAÇÃO
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu prazo de 48 horas para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviar de informações à Corte sobre caminhões e veículos que participaram de bloqueios em rodovias federais. Na decisão, assinada na última segunda-feira (7), Moraes também pediu dados sobre os proprietários dos veículos.
A decisão deverá ser cumprida também pela Polícia Federal (PF) e as polícias Civil e Militar dos estados. A decisão foi tomada na ação na qual o ministro determinou o total desbloqueio das rodovias que registraram paralisações de caminhoneiros a partir do dia 30 de outubro após a divulgação do resultado do segundo turno da eleição para presidente da República.
“Determino às polícias civis e militares dos estados e Distrito Federal, bem como à Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal, o envio de e sobre a identificação dos caminhões e veículos que participaram ativamente dos bloqueios e nas manifestações em frente aos quartéis das Forças Armadas, assim como os dados dos respectivos proprietários, pessoas físicas ou jurídicas. Determino, ainda, que informem se identificaram líderes, organizadores e/ou financiadores dos referidos atos antidemocráticos, com a remessa dos dados e providências realizadas”, escreveu Moraes.
No dia 30 de outubro, após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, em segundo turno, grupos de caminhoneiros iniciaram bloqueios em diversos pontos do país.
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