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Dia a dia

De marcenaria a salão de beleza: projetos que ressocializam presos no ES

Os presos com bom comportamento podem participar de vários projetos de ressocialização no estado

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Entre os projeto de ressocialização está a marcenaria. Foto: Divulgação (Sejus)

Presos com bom comportamento estão tendo diversas oportunidades de ressocialização e uma oportunidade de qualificação para o mercado de trabalho para quando ganharem a liberdade. No sistema prisional do Espírito Santo, existem diversos projetos nesse sentido que, além garantir uma ocupação para os detentos, ainda ajudam na integração deles dentro das unidades. Entre os projetos, os presos participam de programas de rádio, televisão, além de desenvolverem atividades em salão de beleza, fábricas e marcenarias. 

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Rádios internas

Com uma programação com temas variados, as rádios auxiliam na gestão das penitenciárias com assuntos sobre educação, rotina interna, saúde, religiosidade, entretenimento e música. O objetivo é transmitir mensagens importantes sobre o dia a dia da unidade, compartilhar programas educacionais, promover reflexões sobre cidadania e convivência e fortalecer vínculos afetivos das famílias com a pessoa presa.

Toda a programação é coordenada pela unidade prisional. Internos também são selecionados para trabalhar como locutores e operadores de mesa de som. Atualmente, são oito estúdios montados, mas a meta é que todas as 37 unidades prisionais do Estado passem a contar com rádios internas ainda este ano.

A Rádio Vox, instalada no Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL), é pioneira no sistema prisional e funciona desde 2019. No local, a “Programação da Fé” ocorre de segunda a sexta-feira, com a participação de 10 instituições religiosas.

“A rádio possibilita que a assistência religiosa possa ser prestada de dentro do estúdio, maximizando o alcance das mensagens de fé e esperança. As visitas de convívio nas galerias também ocorrem, mas de forma reduzida. Isso também traz impactos na segurança, pois diminuímos as movimentações dentro da unidade, ao mesmo tempo em que garantimos a assistência religiosa a todos os presos”, disse o diretor do Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL), Geanderson Oliveira de Carvalho.

Rádios em funcionamento:

  • Penitenciária de Segurança Média 2 (PSME2) / Viana – Estação Purpurina
  • Penitenciária Estadual de Vila Velha 3 (PEVV3) / Xuri – Rádio Black
  • Penitenciária Regional de Linhares – Rádio PRL
  • Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL) – Rádio Vox
  • Centro de Detenção Provisória de São Mateus (CDPSM) – Rádio Êxodos
  • Penitenciária Regional de São Mateus (PRSM) – Rádio Esperança
  • Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC) – Rádio Florescer
  • Penitenciária Regional de Cachoeiro de Itapemirim (PRCI) – Rádio Ritmo e Paz (apenas música religiosa)

Programas de televisão

Na Penitenciária Regional de Barra de São Francisco (PRBSF), a TV Renovar tem sido uma verdadeira aliada nas ações de ressocialização, na gestão interna e na aproximação dos custodiados com seus familiares. Implantada em 2019, o estúdio de TV conta com uma programação variada, incluindo assistência religiosa, informações de saúde e cidadania, esporte, curiosidades e música. O quadro “Em Família” é o mais aguardado pelos detentos durante a programação semanal, pois promove o contato e a troca de mensagens com os familiares.

Fábrica de blocos

Cerca de mil blocos de concreto são produzidos por dia na Penitenciária Regional de Linhares (PRL). O projeto oferece oportunidade de trabalho e qualificação profissional para os internos e já funciona há cinco anos em parceria com instituições da construção civil. Por meio de um acordo de cooperação técnica, a Secretaria da Justiça (Sejus) firmou parceria com o Conselho Interativo de Segurança de Linhares (Consel), que torna possível a comercialização dos blocos produzidos para empresas da construção civil. Parte dos materiais produzidos também são destinados à doação.

Fábrica de costura

Coordenado pela Sejus, o projeto Costurando o Futuro é responsável pela produção de todo o uniforme utilizado pela população prisional do Estado. Anualmente, são cerca de um milhão de peças produzidas com mão de obra prisional. O projeto também realiza ações solidárias voltadas às comunidades, utilizando resíduos têxteis para confeccionar roupas infantis, mochilas e camas para pets.

Projeto Auto Service

O Projeto Auto Service faz parte das ações de ressocialização da Sejus. No projeto, atuam 17 internos com capacitação técnica para atuar na recuperação de automóveis. Desde sua criação, em 2020, cerca de 160 veículos já foram recuperados.

Os internos atuam em diversas funções, como:

  • Lavagem e higienização de veículos
  • Mecânica e elétrica automotiva
  • Lanternagem e pintura

Marcenaria

A Marcenaria Jequitibá, instalada na Penitenciária Estadual de Vila Velha 3 (PEVV3), oferece capacitação técnica para produção de móveis e artesanatos em madeira. Os internos aprendem a utilizar máquinas manuais e elétricas, tendências de design em marcenaria, além de noções de segurança no trabalho e empreendedorismo.

Artesanato

Nas unidades prisionais do estado, internos e internas produzem diversos itens de artesanato, como:

  • Amigurumis (bonecos de crochê)
  • Souplasts, almofadas e tapetes
  • Peças em tecido e pintura em tela
  • Itens decorativos para jardim

Salão de beleza

A Penitenciária de Segurança Média 2 (PSME2), unidade de referência para a população LGBTQIA+, conta com um salão de beleza chamado Espaço Divas.

O local foi equipado com mesas, lavatórios, cadeiras de corte, secadores e pranchas alisadoras. Duas internas, que possuem certificação na área, atuam na atividade, que oferece serviços de beleza e cursos profissionalizantes.

Alojamento de animais abandonados

O Complexo Prisional de Viana vai receber um Centro de Alojamento de Animais para abrigar até 200 cães e 100 gatos abandonados no município. Os animais serão cuidados pelos presos da unidade.

Com um investimento de R$ 950 mil da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), o espaço será construído na Penitenciária Agrícola do Espírito Santo (Paes). O município será responsável pelo resgate dos animais e pelo acompanhamento veterinário. O projeto também promoverá a ressocialização de detentos que atuarão nos cuidados com os animais, oferecendo melhores condições de acolhimento e assistência veterinária. A obra deve ser licitada ainda este ano.