fbpx

Dia a dia

CPI: hacker liga Bolsonaro e Zambelli a ações contra o Supremo

Segundo Walter Delgatti Neto, Bolsonaro teria proposto para o hacker assumir a responsabilidade pelo grampo

Publicado

em

Carla Zambelli postou foto com Walter Delgatti.

Carla Zambelli postou foto com Walter Delgatti. Foto: Reprodução/Twitter

Em recente depoimento à CPI dos Atos Golpistas, Walter Delgatti Neto, conhecido hacker, alegou que em 2022, durante um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro, foi informado sobre a suposta interceptação das comunicações do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Bolsonaro, segundo Delgatti, teria proposto que ele, Delgatti, assumisse a responsabilidade pelo grampo.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

A interação entre Delgatti e o presidente teria sido intermediada pela deputada Carla Zambelli. Delgatti ainda revelou que Bolsonaro sugeriu que a interceptação teria sido realizada por estrangeiros e ofereceu a Delgatti um indulto presidencial em troca de sua admissão da autoria.

A lógica por trás desse pedido, conforme relatou Delgatti, era a sua reputação anterior de ter hackeado informações ligadas à operação Lava Jato. Tal ato o colocou em uma posição de prestígio entre os opositores de Bolsonaro, tornando sua admissão do grampo mais crível.

Além destas acusações, Delgatti foi foco de atenção quando vazou mensagens em 2019, supostamente pertencentes a Sergio Moro e outros envolvidos na operação Lava Jato. Mais recentemente, ele foi acusado de tentar inserir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. O documento falso fazia referência à campanha de Lula.

Em outro depoimento à Polícia Federal, Delgatti detalhou seu suposto envolvimento com a deputada Zambelli, alegando que ela o contratou para hackear sistemas judiciais, pagando-lhe cerca de R$ 40 mil. Além disso, alegou ter sido questionado por Bolsonaro sobre a possibilidade de comprometer as urnas eletrônicas, um tema recorrentemente abordado pelo ex-presidente sem evidências concretas.

Após o episódio da Lava Jato, Delgatti enfrentou várias prisões e liberações, com medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica. Recentemente, ele foi novamente detido por suposta invasão a sistemas judiciários.

A defesa de Carla Zambelli negou as acusações, afirmando que ela não participou de nenhuma conduta ilícita e rejeitando alegações de pagamentos a Delgatti.