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Dia a dia

Conteúdo adulto: capixabas que vivem de vídeos sensuais

Entre estigmas e estratégias, capixabas no conteúdo adulto revelam como transformaram a atividade em fonte de renda principal

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Pedro e Maini são produtores de conteúdo adulto

Pedro e Maini transformaram a paixão por gravar suas aventuras em uma profissão. Foto: Reprodução/Instagram

Sexo, web, vídeos e dinheiro. Essa combinação tem sido cada vez mais usada por quem encontrou na chamada produção de conteúdo uma alternativa de renda. E ponha renda nisso! Recente reportagem do site e-investidor informa que Vanessa Lopes, 24 anos, estudante de Medicina, chega a ganhar R$ 500 mil por mês com vídeos sensuais. O patamar alcançado por Vanessa é alto, nem todos chegam lá. De qualquer forma o mercado é bastante atraente: muitos capixabas passaram a apostar no segmento como profissão. E têm muitas histórias para contar…

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Uma atividade remunerada

Pedro e Maini, ambos de 29 anos, são um casal que há quatro anos decidiu transformar o gosto por gravar suas aventuras em uma atividade remunerada. Eles começaram publicando pequenos trechos no Twitter e, com o surgimento de plataformas como Privacy e CloseFans, encontraram uma oportunidade para monetizar o que já faziam. “Era uma renda a mais, e estaríamos fazendo o que gostamos”, conta o casal, que prioriza o aspecto amador dos vídeos e evita roteiros para manter a naturalidade das gravações.

Modelo de negócio

“Trabalhamos por modelos de assinatura e compras avulsas, então depende do desempenho do mês sobre as vendas. Atualmente nossa assinatura varia de R$ 29,90 e R$ 20, nos dias de promoção. Temos o perfil de vendas avulsas e gostamos de determinar o valor baseado no mercado e no retorno que projetamos. Não cobramos valores absurdos porque queremos ganhar na quantidade”, afirmam. Eles também ressaltam que os ganhos podem variar bastante, especialmente porque o mercado passou por mudanças significativas nos últimos meses. “Ainda não conseguimos ter uma média de valores, porque esse ano mudou muito em relação a anos anteriores”.

Outro nome que desponta no cenário capixaba é Lenisson Bleno, de 25 anos, estudante de nutrição, que começou na produção de conteúdo adulto há um ano e meio. Ele foi incentivado por um amigo que já atuava no mercado e viu sua carreira ganhar projeção rapidamente após uma parceria inicial. Para ele, a criação vai além do produtor de conteúdo, exige contato e também conexão entre os outros profissionais. Um trabalho conjunto que demanda tempo e atenção a detalhes.

Lenisson Bleno, estudante de nutrição e criador de conteúdo adulto, viu sua carreira decolar após um ano e meio no mercado de conteúdo adulto

Lenisson Bleno, estudante de nutrição e criador de conteúdo adulto, viu sua carreira decolar após um ano e meio no mercado de conteúdo adulto. Foto: Arquivo Pessoal

Privacidade e segurança

Os desafios relacionados à privacidade e segurança são uma constante. Pedro e Maini relatam preocupação com a pirataria e o uso indevido de suas imagens para golpes. Já Lenisson menciona casos de fakes utilizando suas fotos internacionalmente, o que levou a situações inusitadas, como ser abordado na Grécia por uma pessoa que alegava já ter conversado com ele em Miami, lugar que ele nunca visitou.

“É importante mudar, se adaptar, mas sem perder a essência daquilo que faz as pessoas nos procurarem e gostarem do que produzimos”, afirmam Pedro e Maini. Eles têm investido em qualidade e colaborado com outros criadores para expandir suas produções. “Nos últimos meses investimos em qualidade de imagem, temos viajado para fazer colabs com nomes de outros estados e também trazendo criadores para conhecer o Espírito Santo e gravarmos juntos”, explicam.

Preconceitos sobre o conteúdo adulto

Apesar das adversidades, os criadores veem o mercado como promissor. Pedro e Maini somam 47 mil seguidores no Privacy e têm expandido suas produções com colaborações e melhorias na qualidade técnica. Lenisson, por sua vez, comemora o alcance de seus vídeos, que já ultrapassaram 1,5 milhão de visualizações. O jovem vê as plataformas como fontes de faturamento que demandam muita estratégia e atenção, mas que oferecem um retorno confortável a ponto de se tornarem a principal fonte de renda.

Em um estado de cultura predominantemente conservadora, como o Espírito Santo, os estigmas ainda existem, mas os criadores enxergam mudanças. “Os mesmos que falam mal, depois assinam para assistir”, comenta Pedro, apontando que o preconceito está mais ligado aos julgamentos pessoais do que ao trabalho em si. Para Lenisson, o crescimento do mercado e o aumento da visibilidade ajudam a quebrar tabus, enquanto ele e outros criadores continuam a investir no aperfeiçoamento de seus conteúdos e a explorar novas possibilidades nesse campo digital.

O casal também defende a forma como o conteúdo adulto é abordado atualmente. “Com certeza ajuda, porque traz o sexo para o espectro da realidade. Sem aquelas atuações esdrúxulas do pornô dirigido e roteirizado. Claro que ainda há pessoas que trabalham dessa forma mecânica, mas também tem muitas pessoas produzindo conteúdo adulto como o sexo é de verdade. Sem essas coisas absurdas que criam estigmas sobre como tratar uma mulher no sexo ou sobre como o homem deve ser”, afirmam.

Para Pedro e Maini, o trabalho deles representa mais do que uma atividade remunerada. Eles acreditam que ajudam a desmistificar o sexo, mostrando-o de uma maneira mais natural e real, longe dos padrões de atuação e dos preconceitos que o cercam.


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