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Dia a dia

Como o “novo normal” pode afetar nossas vidas

O conceito está ligado à mudança de comportamento da sociedade durante o período de pandemia do novo coronavírus. Seus reflexos, no entanto, devem durar por tempo indeterminado

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Máscara para sair às ruas, álcool em gel no bolso e distanciamento social. A rotina foge dos costumes brasileiros. Mas diante do risco de contaminação do novo coronavírus, transformou-se no “novo normal”. O termo vem ganhando forças e deve se estabelecer nos próximos meses até o desenvolvimento de uma vacina segura contra a covid-19. Seus reflexos, no entanto, devem durar por tempo indeterminado.

A professora do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) Maria Aparecida Rhein Schirato explica que o “novo normal” está ligado a sobrevivência e proteção da humanidade. Ela cita, como exemplo, o caso de pessoas que vivem em locais com muita neve e dependem de agasalhos, botas e gorros para se manterem saudáveis.

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“Esse kit neve dá um pouco de trabalho. Nos primeiros dias você estranha. Aos poucos, se acostuma. Não por ser agradável, mas por te dar segurança. E agora, o que está sendo proposto é um kit covid. Ou seja, entraremos em um novo padrão de normalidade”, explica.

O novo normal em prática

Pesquisa divulgada pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) já identificou mudanças no comportamento da população. De acordo com os dados, 46% dos entrevistados afirmam que irão reduzir a frequência em bares e restaurantes; 45% dizem que reduzirão a frequência em shoppings; 30% afirmam que comprarão mais pela internet após a pandemia e 27% dizem que trabalharão em casa.

Os números são um alerta para os empresários. Segundo Leonardo Navarro, CEO da IDEBRASIL (Instituto de Desenvolvimento Empresarial), o home office e as reuniões por videoconferências substituirão os altos gastos com imóveis e viagens de negócios.

“Isso afetará os setores imobiliário, de hotéis e até mesmo as companhias aéreas. É um caminho sem volta que nos leva a outro ponto importante: investir em tecnologia será fundamental. E quem não estiver na internet, em breve deixará de existir”, afirma Navarro.

Outra característica do “novo normal” é que essas mudanças serão dinâmicas. Supermercados, por exemplo, desde o início da pandemia passaram a limitar o número de clientes, além de higienizar os carrinhos e desinfectar com álcool as mãos de quem entra nos estabelecimentos. Segundo Hélio Schneider, superintendente da Acaps (Associação Capixaba de Supermercados), novos procedimentos poderão ser implantados a qualquer momento.

“Estamos acompanhando as determinações sanitárias para discutir e exigir dos associados o cumprimento de todos os protocolos. Além disso, nossos clientes também se tornarão mais exigente. E isso levará o setor a produzir com mais qualidade. São mudanças que afetarão toda a sociedade”, explica Schneider.