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Caso Marielle: Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são condenados pelos assassinatos

Julgamento, que começou na tarde da última quarta-feira (30), contou com nove testemunhas além do depoimento dos réus

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Marielle foi morta em março de 2018. Foto: Reprodução

Marielle foi morta em março de 2018. Foto: Reprodução

Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ronnie Lessa, autor dos disparos, recebeu uma pena de 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Élcio, que dirigiu o Cobalt, foi condenado a 59 anos e 8 meses de reclusão. Ambos também deverão pagar pensão ao filho de Anderson até os 24 anos.

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Os ex-policiais foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves e receptação do Cobalt prata. Réus confessos, os dois foram sentenciados após 2.423 dias do crime.

“O juri é uma democriacia. Democracia esta que Marielle Franco defendia. Aqui prevalece a vontade do povo em maioria”, disse a juíza Lúcia Glioche ao iniciar a leitura da sentença. “Talvez Justiça fosse que o hoje o dia jamais tivesse ocorrido, talvez Justiça fosse Anderson e Marielle vivos”, continuou.

“A justiça por vezes é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta. Mas ela chega. A justiça chega mesmo para aqueles que, como os acusados, acham que jamais vão ser atingidos pela justiça”, enfatizou Lúcia.

O julgamento, que começou na tarde da última quarta-feira (30), contou com nove testemunhas, entre elas a então assessora da vereadora, Fernanda Chaves, que presenciou o atentado.

Veja como foi a leitura da sentença

Delação

Mesmo com as penas de 78 e 59 anos, Ronnie e Élcio sairão da cadeira bem antes. Os dois assinaram um acordo de delação premiada que definiu que Élcio Queiroz ficará preso, no máximo, por 12 anos em regime fechado, e Ronnie Lessa ficará preso por, no máximo, 18 anos em regime fechado e mais 2 anos em regime semiaberto.

Esses prazos começam a contar na data em que foram presos, em 12 de março de 2019 – um ano após o crime. Com isso, Élcio poderá sair em 2031, e Lessa iria para o semiaberto em 2037, e fica livre em 2039.

Ambos também obtiveram o benefício de transferência de presídios federais de segurança máxima para penitenciárias estaduais. Outro benefício concedido a Lessa foi a devolução de sua residência na Zona Oeste do Rio de Janeiro, anteriormente bloqueada pela Justiça.

Irmãos Brazão

Paralelamente, o Supremo Tribunal Federal analisa a participação de Chiquinho e Domingos Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa, apontados como possíveis mandantes do crime. Esse processo ocorre no STF devido ao foro privilegiado dos envolvidos.