Dia a dia
Após oito anos, sai decisão sobre PMs grevistas no ES
O julgamento dos PMs envolvidos na greve de 2017 foi concluído nesta sexta-feira. Veja a decisão

PMs entraram em greve em 2017 no Espírito Santo. Foto: Agência Brasil
A Justiça Militar concluiu, nesta sexta-feira (12), o julgamento dos policiais militares envolvidos no movimento paredista de 2017 no Espírito Santo. O Conselho de Justiça, composto por juiz de Direito e juízes militares, decidiu pela desclassificação do crime de motim para desobediência, infração já prescrita.
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Ao todo, foram mais de 2 mil policiais inocentados. O julgamento durou três dias. A decisão ocorreu após a análise das teses apresentadas pelo Ministério Público do Estado (MPES) e pelas defesas dos acusados. Com a mudança de enquadramento, os réus não poderão ser responsabilizados, já que a prescrição extingue a possibilidade de punição.
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) informou que vai recorrer da decisão. Segundo a Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar, as provas são contundentes quanto à prática do crime de motim durante o movimento que paralisou a segurança pública em 2017.
Em nota, o MPES destacou que atuou durante todo o processo para a preservação da ordem jurídica e reafirmou o compromisso de evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer no Espírito Santo.
Entenda o caso
A paralisação de policiais militares teve início em fevereiro de 2017 e durou 22 dias, provocando uma onda de crimes em todo o estado. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, foram registrados 224 homicídios durante o período, além de inúmeros casos de roubos e saques a estabelecimentos comerciais. Na ocasião, o governo do estado transferiu o controle da segurança pública no estado para as Forças Armadas.
A crise na segurança pública começou quando parentes de policiais militares, principalmente mulheres, se reuniram em frente à 6ª Companhia, no município da Serra, na Grande Vitória, e bloquearam a saída de viaturas. Os protestos se estenderam para outros batalhões e terminaram atingindo todos os quartéis do estado. Eles reivindicavam reajuste salarial e pagamento de benefícios.
