Dia a dia
A beleza da baía de Vitória vista de dentro do Cais das Artes
O Governo do Estado anunciou o reinício das obras. Grande parte da estrutura do Cais das Artes está deteriorada
Quem passa pelo lado de fora do prédio que será o Cais das Artes, em Vitória, talvez não tenha percebido aberturas em meio à caixa de concreto.
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Mas para quem já percebeu, as “janelas” soam um tanto quanto intrigantes. Primeiro, por ser localizadas em espaços aleatórios. Segundo, porque para especialistas, museus e espaços culturais que abrigam obras de artes normalmente são todos fechados justamente para evitar a entrada de luz natural.
Mas o que será que pensou o renomado arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha quando idealizou a estrutura em seu projeto?
Provavelmente não saberemos ao certo, já que Mendes morreu em 2021. No entanto, ele deixou sua marca no prédio que futuramente vai abrigar um teatro para 1.3 mil pessoas, biblioteca, museu, café, livraria, auditório e um espaço para apresentações artísticas.
O arquiteto paisagista Douglas Negrini tem uma possível explicação para os espaços abertos aleatórios na estrutura.
Negrini reforçou que a função do prédio não permite essas aberturas, principalmente nos espaços que não podem ter luz solar atingindo as obras.
Ele acredita que muito do que foi planejado por Mendes foi pensado para valorizar a paisagem externa de Vitória e Vila Velha.
“A rampa que muda de um pavimento para o outro foi feita do lado de fora. Então, toda vez que você subir ou descer vai poder ver a baía de Vitória”, explicou.
A percepção ficou ainda mais clara quando Negrini participou de um concurso de fotografia promovido pelo Instituto de Arquitetos de Brasil (IAB).
Foi por essas aberturas que ele conseguiu fazer fotos estratégicas da Terceira Ponte, Convento da Penha e Baía de Vitória, alguns dos principais pontos turísticos do estado.
“Na área que será o anfiteatro você encontra essas aberturas que são bem pontuais e a gente observa que houve mesmo essa intenção”, disse Negrini.
Retomada
Depois de oito anos paradas, as obras do Cais das Artes vão ser retomadas. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos em 2025.
Desde o início das obras até agora já foram aplicados no empreendimento cerca de R$ 132 milhões em valores corrigidos.
Com o novo acordo para reiniciar os trabalhos, vão sair do bolso do contribuinte mais R$ 163 milhões, montante estimado para a conclusão.
A estes valores deverão ser somados mais R$ 20 milhões, montante a ser pago à empresa para recuperar o que foi deteriorado durante os oito anos em que a obra ficou parada. Somando tudo, o governo terá investido R$ 315 milhões para ter o espaço funcionando.
O valor é 75% maior do que está sendo aplicado nas obras da Terceira Ponte, por exemplo.
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