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Dia a dia

54% dos roubos em ônibus no Espírito Santo ocorreram na Serra

Somente na cidade foram 878 crimes. Vitória aparece em segundo lugar no ranking com 394 boletins de ocorrência

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Terminal Carapina, transcol, ônibus

Ônibus no Terminal Carapina. Foto: Patrícia Battestin

Com mais de 520 mil habitantes, Serra é a cidade mais populosa do Espírito Santo. Porém, o município não lidera apenas o ranking de moradores, fica na frente também quando o assunto é roubo dentro de transporte coletivo. Segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP), dos 1.6 mil roubos em ônibus registrados em 2023 – de 1º de janeiro a 30 de junho – 878 aconteceram na Serra. Isso representa 54,87% dos crimes. É mais do que o dobro da segunda colocada na lista, Vitória, que aparece com 394 registros do crime. Em terceiro, aparece Cariacica com 208 assaltos.

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Márcia Souza, de 39 anos, entrou para essa estatística. Moradora de São Diogo, ela foi abordada por um ladrão logo após o coletivo que faz a linha 879 – Terminal Carapina x Novo Horizonte –  sair do terminal. “Quando o ônibus saiu se aproximou do primeiro ponto o rapaz pegou a faca e pediu meu celular. Ele já tinha dado sinal e quando o ônibus parou ele desceu correndo”, contou a mulher que trabalha como compradora.

“O passageiro de ônibus é um alvo fácil. Muitas vezes fica distraído ao longo do trajeto. Os assaltantes normalmente preferem os ônibus mais cheios, porque conseguem fazer mais vítimas”, disse o titular da delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra Transporte de Passageiros (DRCCTP) Douglas Vieira.

O delegado explicou que a maioria dos crimes realmente ocorrem na Serra, e que essa realidade se aplica pelo número de usuários do ônibus. “Pelo tamanho do município, pela população que também é numerosa, o número de passageiros é maior e os roubos e furtos são diretamente proporcionais”, reforçou Douglas Vieira.

O bairro com mais abordagens foi Carapina, e a maior parte das vítimas foram roubadas durante à noite, entre 18 e 22 horas. “É um horário que muitas pessoas voltam do trabalho, mas se possível, orientamos evitar o coletivo nesses horários. Se usar, diminuir o uso do celular. Se não for possível, utilize de forma mais discreta que puder. À noite, o brilho da tela do celular chama mais atenção e o bandido normalmente vai direto em quem está com telefone”, alertou o delegado.

Para o delegado, o estado não tem quadrilhas especializadas neste tipo de crime. “São ladrões, bandidos que agem por oportunidade. Eles saem para roubar, cometeriam o crime no comércio, no ponto de ônibus, mas quando percebem alvos fáceis nos coletivos, eles atacam”, apontou o Douglas Vieira.

CELULARES

O principal alvo dos criminosos dentro dos coletivos é o celular. Mas a vítima pode recuperar o aparelho. “Somente neste mês de agosto recuperamos e entregamos 20 celulares roubados dentro de ônibus da Grande Vitória. Mas para que isso seja possível é muito importante que a pessoa que foi vítima deste tipo de crime faça o boletim de ocorrência, e coloque o maior número de informação possível”, disse o delegado.

A recuperação dos aparelhos de celulares, além de favorecer a vítima, ajuda muito a polícia. “Com isso conseguimos identificar as pessoas que compram esse telefones que são fruto de roubo ou furto. Muitas vezes são comerciantes, que revendem esses aparelhos em lojas físicas ou on-line”, afirma Douglas Vieira.

Vale lembrar que comprar produtos roubados é ilegal, a pessoa comete crime de receptação e a pena pode variar, dependendo da má-fé do comprador. Receptação culposa – quando pelas circunstâncias era possível prever ser produto de crime –  a pena varia 01 mês a 01 ano de prisão; receptação dolosa – quando o comprador tem conhecimento de ser produto de crime – a pena varia de 01 a 04 anos de prisão. Já receptação no exercício de atividade profissional a pena é de 03 a 08 anos de prisão.

Também vale reforçar sobre a importância da vítima comparecer na delegacia quando for intimada. “Ajuda muito a identificar quem rouba, quem compra para vender e a evitar que esses criminosos façam outras vítimas”, finalizou o delegado.

O QUE NÃO PODE FALTAR NO BOLETIM DE OCORRÊNCIA

  • Número de IMEI;
  • Endereço;
  • Telefone de um familiar próximo (para que a polícia entre em contato).

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