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Coluna Valor em Foco

Inteligência Artificial e o futuro do trabalho, dos negócios e dos investimentos

A inteligência artificial transforma o trabalho, desafia modelos de aprendizado e exige adaptação constante em um mundo cada vez mais tecnológico

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Estamos na era da inteligência artificial, onde adaptar-se é mais valioso do que apenas saber. Foto: Envato

Estamos na era da inteligência artificial, onde adaptar-se é mais valioso do que apenas saber. Foto: Envato

A inteligência artificial (IA) está criando formas mais inteligentes de produzir, liderar e se relacionar, transformando substancialmente a lógica do trabalho, dos negócios e dos investimentos. E isso está acontecendo numa velocidade exponencial. O curioso é que temos dificuldade em entender coisas que evoluem de maneira exponencial. Pensamos, vivemos e somos acostumados com a vida em escala linear.

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Imagine uma empresa que vende 2 produtos por hora. Após 30 horas, terá vendido 60 produtos. O valor aumenta sempre na mesma quantidade (+2) em cada período. A taxa de crescimento é constante e a representação gráfica da evolução é uma linha reta. Agora, considere uma população de bactérias que dobra de tamanho a cada hora. Na primeira hora, temos 2 bactérias. Na segunda, serão 4 bactérias, na terceira 8, na quarta 16 e assim por diante. Ao final de 30 horas, haverá uma população de 1,073 bilhões de bactérias! O aumento é cada vez maior pois a quantidade aumenta em proporção ao seu valor atual. A representação gráfica é uma curva que se eleva rapidamente.

Elaboração: @pilulacapital

Elaboração: @pilulacapital

Novas tecnologias redefinem o que é impossível. Dubai possui ilhas artificiais que sem as tecnologias atuais o homem não conseguiria construí-las. Hoje nós podemos fazer coisas que antes eram inimagináveis e isso molda as nossas experiências.
Hoje temos mais dúvidas do que respostas quando o assunto é IA. Nenhuma empresa no mundo, nem mesmo a Open IA, consegue incorporar toda tecnologia que está sendo criada agora. Por que colocar essa pressão em você? Temos que pensar no que está em nossa frente agora. Mas quando uma nova tecnologia passar a fazer a nossa atividade profissional, qual será o nosso valor?

A vida útil das habilidades está entrando em colapso

Antigamente, a pessoa estudava, se formava, e com as habilidades e competências adquiridas, passava 30 anos ou mais trabalhando, até que decidisse se aposentar. Agora temos que estudar mais e as competências técnicas adquiridas hoje terão valor por menos tempo. De acordo com o futurologista Ian Beacraft, CEO da Signal & Cipher, as competências técnicas que estão sendo aprendidas neste exato momento terão utilidade por apenas 16 meses! O valor do que fazemos deixa de ser “o que eu sei” para “como eu me adapto e consigo aplicar este novo conhecimento”. Em algum momento, as competências técnicas terão seu valor muito próximo de zero. Isso cria ansiedade. É exaustivo. Por que aprender algo novo se daqui a pouco tudo muda novamente? As escolas e as faculdades precisam remodelar o ensino e mudar a forma como aprendemos.

Para suportar esse ambiente de constante transformação é preciso se concentrar em como reaprender o padrão. O problema é que estamos biologicamente programados para evitar mudanças. Como desaprender o que sabemos? Este é o desafio. A democratização tecnológica está acontecendo agora e a IA tem a capacidade de fazer nossos anos de experiência e expertise valerem cada vez menos. Empresas pequenas conseguirão concorrer de igual para igual com grandes empresas. Pequenas equipes serão capazes de trabalhar como departamentos inteiros.

Perdemos o monopólio da inteligência

Para Eduardo Ibrahim, CEO da Humana IA, entramos numa era em que perdemos o monopólio da inteligência. A IA vai nos convidar a repensar o que é ser um ser humano. O novo líder será aquele que souber orquestrar humanos e IA para criar valor cognitivo combinado. O valor será criado combinando inteligência humana com inteligência artificial. Os seres humanos serão responsáveis por alimentar a IA com padrões que definem o que é ética, com julgamentos, intenções, empatia, consciência e criatividade. E caberá a inteligência artificial cuidar da velocidade, da memória, das inferências, da geração e combinação de dados. Toda empresa será uma empresa de IA.

Estamos entrando em territórios não explorados. Historicamente, aqueles que venceram foram os que moldaram o futuro que hoje é a nossa vida. Experimentem. Estamos todos na linha de partida e temos a oportunidade de ouro de impactar o nosso futuro. Primeiro mudamos as ferramentas e depois as ferramentas nos mudam.


*Fabrício de Lima é sócio e assessor de investimentos na Valor, especialista em Investimentos e Private Banking (IBMEC) com MBA em Gestão e Engenharia da Qualidade (USP). É engenheiro (UFV) e empresário.

Valor em Foco

Valor em Foco é um espaço de conteúdo produzido pelos especialistas da Valor Investimentos, escritório XP com mais de 20 anos de mercado e 40 mil clientes pelo Brasil. Os artigos abordam o Mercado Financeiro, com foco na educação e orientação dos leitores em suas tomadas de decisões no mundo dos investimentos, sempre baseados nos acontecimentos e nas oportunidades do cenário econômico mundial.

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