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Coluna Vitor Vogas

Vereadores da base de Arnaldinho querem Lorenzutti candidato a vice

Onze dos 17 parlamentares da Câmara de Vila Velha divulgaram uma carta em apoio ao presidente da Casa, nos moldes da divulgada por partidos aliados

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Vereador Bruno Lorenzutti, presidente da Câmara de Vila Velha, discursa no plenário. Crédito: Reprodução Facebook

Hoje em dia tudo é feito digitalmente, mas a máxima política ficou: “candidato a vice é a última definição; às vezes é escolhido ‘até na porta do cartório eleitoral’”. Outra grande verdade política é que tal escolha compete, de maneira pessoal e intransferível, ao titular da chapa. Portanto, no caso de Arnaldinho Borgo (Podemos), cabe tão somente ao prefeito escolher o aliado que o acompanhará na chapa liderada por ele em sua campanha pela reeleição.

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Isso posto, é preciso dizer que a esta altura, se o prefeito de Vila Velha optar por qualquer nome que não seja o de Bruno Lorenzutti (MDB), desagradará não apenas à maioria dos partidos que compõem a sua coligação como também à maioria dos vereadores que pertencem à sua base aliada.

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Como noticiamos aqui na última segunda-feira (1º), seis dos 11 partidos já comprometidos com a reeleição de Arnaldinho assinaram e divulgaram uma carta em que defendem o presidente da Câmara Municipal de Vila Velha como companheiro de chapa do prefeito. Em movimento puxado pelo presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, a carta em apoio a Lorenzutti foi também firmada pelos presidentes de cinco siglas de pequeno porte no Espírito Santo: PRD, PMB, DC, Agir e Novo.

Nesta sexta-feira (5), em movimento similar, nada menos que 11 dos 17 vereadores de Vila Velha assinaram carta aberta na mesma linha, defendendo que Arnaldinho escolha o presidente da Câmara como seu candidato a vice-prefeito.

Nitidamente, o gesto é não somente inspirado como feito de maneira coordenada com aquele realizado há poucos dias na esfera partidária.

A carta dos vereadores é, simplesmente, um “copia e cola” (Ctrl C + Ctrl V) da carta dos dirigentes partidários, mantendo inclusive os mesmos erros de português. Os parlamentares acrescentaram apenas um parágrafo, no qual exaltam as virtudes específicas de Lorenzutti como presidente da Câmara, e trocaram o sujeito “os representantes dos partidos políticos” por “os vereadores de Vila Velha”. O resto da redação é idêntica.

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A carta dos vereadores da base em apoio a Bruno Lorenzutti foi assinada por:

  1. D’Orlean Sagais (PV)
  2. Devanir Ferreira (Republicanos)
  3. Fábio Barcellos (Republicanos)
  4. Flávio Pires (Agir)
  5. João Batista Tita (União Brasil)
  6. Léo Pindoba (Podemos)
  7. Osvaldo Maturano (PRD)
  8. Renzo Mendes (PP)
  9. Rogério Cardoso (Podemos)
  10. Romulo Lacerda (Republicanos)
  11. Jonimar Santos Oliveira (PP)

A carta é firmada por 11 dos 15 vereadores que hoje integram a base de Arnaldinho no Legislativo Municipal (de um total de 17).

Faltaram Anadelso Pereira (Podemos) e Welber da Segurança (União Brasil). Afora eles, a carta só não é assinada pelo próprio Lorenzutti (pois seria advogar em causa própria), pela vereadora Patrícia Crizanto, do PSB de Cael Linhalis (leia abaixo), e, ainda, pelos dois vereadores perfilados na oposição: Heliosandro Mattos (PP) e Fábio do Valle (PP).

Na carta, os vereadores afirmam que Lorenzutti realizou “uma gestão de excelência como presidente da Câmara de Vila Velha, que foi uma das mais inovadoras, transparentes e com melhor gestão dos recursos públicos, proporcionando estabilidade política no município e ter conseguindo [sic] dar todo o apoio necessário ao Poder Executivo para que os grandes projetos, obras e realizações pudessem ser executados”.

Segundo eles, à frente da Câmara, Lorenzutti “fez uma gestão de união, responsabilidade e espírito público”. “Entendemos ainda ser o melhor nome nessa composição, por conhecer a cidade, ser experiente, capacitado, agregador e que reúne confiança e todas as características necessárias e importantes para a vaga”, completam.

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Cael: sem a força de Kal-El

A esta altura, o único real concorrente direto de Lorenzutti pela posição de candidato a vice do atual prefeito é Cael Linhalis (PSB).

Filiado ao partido do governador Renato Casagrande, maior aliado de Arnaldinho, Cael pediu exoneração do cargo de secretário de Planejamento de Vila Velha perto do fim do prazo imposto pelo calendário eleitoral, no dia 6 de junho, de modo a se manter habilitado a compor a chapa com Arnaldinho.

O PSB gostaria de ocupar a vaga, mas sem “faca no pescoço”. O próprio governador, em entrevista dada em junho à Rádio BandNews FM, elogiou igualmente os dois nomes, tanto Cael quanto Lorenzutti, lembrando que este também é aliado dele e está filiado ao MDB. O partido pertence à base de Casagrande, sendo presidido no Espírito Santo pelo vice-governador Ricardo Ferraço.

Na queda de braço interna entre os dois, Cael não tem exibido a força de um Kal-El (verdadeiro nome do Super-Homem). Pelo menos, em termos de apoio, não tem mostrado a força política do seu concorrente direto.

Hoje, além do PSB, Cael tem o apoio do filho dele, o deputado federal Victor Linhalis, que foi precisamente o vice-prefeito eleito ao lado de Arnaldinho na eleição municipal passada, em 2020.

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Transparência?!?

A coluna não pode deixar de fazer uma “retificação” necessária à sequência de elogios feita pelos colegas de Lorenzutti à sua gestão no Legislativo Municipal. A Câmara de Vila Velha, na verdade, deixa muito a desejar em matéria de transparência, como já observamos aqui em mais de uma oportunidade.

Conforme também já relatamos e cobramos – e seguiremos a fazê-lo até que se corrija o problema –, o site da Câmara de Vila Velha, por exemplo, de maneira inexplicável, simplesmente não publica a redação dos projetos protocolados na Casa, mas tão somente as ementas (muitas vezes, vagas ou enigmáticas).

Quem quiser saber o real teor de determinado projeto simplesmente não consegue por meio do site, sendo forçado a recorrer a outras fontes. Pelejando bastante, jornalistas até podem descobrir o que será votado antes que a votação ocorra em plenário. Cidadãos em geral, não.

Simplesmente não dá para entender por que a Câmara de Vila Velha não adota uma prática tão simples, e em dia com as exigências da sociedade atual, como fazem a Assembleia Legislativa, a Câmara de Vitória e qualquer casa parlamentar que realmente preze a transparência como princípio inegociável.


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