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Coluna Vitor Vogas

União Brasil terá novo presidente no ES. Saiba aqui quem será

E veja também: com a iminente mudança no comando estadual do poderoso partido de direita, deputados capixabas podem se filiar ao partido (ou desistir de se desfiliar). Saiba quem pode ser candidato a deputado estadual e federal em 2026 por esse “novo União”

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Renato Casagrande, Marcelo Santos e Felipe Rigoni

Renato Casagrande, Marcelo Santos e Felipe Rigoni

O prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), voltará para o União Brasil e será o novo presidente do poderoso partido no Espírito Santo. Ele deve assumir o cargo em meados de fevereiro. A informação foi confirmada à coluna pelo próprio prefeito: “Sim. Serei o presidente estadual do União”.

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Segundo Euclério, ele recebeu o convite por telefone, na tarde desta quarta-feira (22), do próprio presidente nacional do União, o advogado Antônio de Rueda. E aceitou no ato.

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Filiado ao MDB desde outubro de 2023, Euclério já pertenceu ao União Brasil. Pelo antigo Democratas (DEM), ele se elegeu prefeito de Cariacica pela primeira vez, em 2020. No fim de 2022, o DEM se fundiu ao Partido Social Liberal (PSL), formando o União Brasil, um grande partido de direita. Euclério permaneceu na sigla até migrar para o MDB, partido pelo qual se reelegeu no ano passado.

Agora, o retorno do prefeito ao União, no assento do motorista, é parte de uma estratégia do grupo político capitaneado pelo governador Renato Casagrande (PSB) para “pacificar o partido no Espírito Santo”, como confirma Euclério. Ele já vinha acompanhando as articulações e torcendo por um bom desfecho, antes de receber o convite de Rueda.

Nos últimos dois anos, o União tem sido objeto de uma grande disputa política e até jurídica envolvendo, de um lado, o secretário estadual do Meio Ambiente, Felipe Rigoni; do outro, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos.

Euclério, Rigoni e Marcelo são aliados de Renato Casagrande e do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB).

Desde março de 2022, o União é presidido no Espírito Santo por Rigoni, reeleito presidente em convenção estadual realizada em abril de 2023. Ele tem mandato à frente da Executiva Estadual até 2027.

Em junho do ano passado, Marcelo entrou no União e tentou tomar a presidência de Rigoni, em articulação direta com Antônio de Rueda. O próprio Casagrande precisou intervir para manter o partido com o seu secretário do Meio Ambiente.

Para trazer enfim a paz de volta ao União, Casagrande costurou um acordo diretamente com Antônio Rueda, em Brasília. Das costuras também participaram Ricardo Ferraço e Marcelo Santos.

> Com o apoio de Casagrande, Marcelo será reeleito presidente da Assembleia

Na tarde desta quarta-feira (22), os quatro se reuniram na capital federal e divulgaram uma foto (abaixo). Marcelo anunciou que o União Brasil reafirma seu compromisso em estar com Casagrande e Ricardo Ferraço no “projeto político e administrativo” dos dois no Espírito Santo. Em outras palavras, Rueda e Marcelo garantem, a partir desse acordo, a presença do União na coligação majoritária a ser construída por Casagrande nas próximas eleições estaduais.

Em 2026, Casagrande quer ser candidato a senador e apoiará um candidato para sua sucessão no Palácio Anchieta. Hoje, o nome preferido do governador é Ricardo Ferraço. O vice-governador já entrou em campo e começou a trabalhar para se viabilizar. Como ele mesmo disse em entrevista à coluna, sente-se “pronto, preparado e determinado” para ser candidato a governador. Por isso mesmo, Ricardo participou diretamente dessa articulação, que garante a presença do União na coligação governista em 2026.

Marcelo virtualmente reeleito presidente da Ales

Outra consequência natural do acordo com o União Brasil é a permanência de Marcelo Santos na presidência da Assembleia Legislativa, com o apoio de Casagrande – e também de Ricardo Ferraço. Nos próximos dois dias, a decisão do governador deverá ser comunicado aos mais de 20 deputados da base governista na Assembleia. O anúncio oficial do apoio de Casagrande a Marcelo deverá ser feito até a próxima sexta-feira (24).

A eleição da Mesa Diretora ocorrerá no dia 3 de fevereiro. Marcelo deverá presidir chapa única e ser amplamente votado pelos colegas.

Como parte de todo esse acordo, Marcelo indicou Euclério para presidir o União Brasil no Espírito Santo, no lugar de Rigoni.

O novo formato

O secretário estadual do Meio Ambiente é presidente de uma Comissão Executiva Estadual permanente, eleita em convenção. Euclério não soube informar o formato da sucessão partidária, mas, a princípio, a atual Executiva Estadual precisa ser dissolvida pela direção nacional, que terá então de constituir uma Comissão Executiva Provisória, a ser presidida por Euclério.

Segundo o prefeito de Cariacica, Marcelo e Rigoni certamente farão parte do futuro órgão diretivo a a ser comandado por ele.

As chapas do União: quem fica e quem pode chegar

Euclério afirma que assumirá a presidência estadual do União com a missão maior de formar boas chapas de candidatos a deputado estadual e federal em 2026.

Além de Marcelo Santos e Rigoni, a chapa de federais deve contar com o deputado estadual Bruno Resende. Cumprindo seu primeiro mandato na Assembleia, o médico oncologista de Cachoeiro de Itapemirim é pré-candidato declarado a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Além disso, Euclério deve atrair outros políticos de peso para o “novo União”. Um dos nomes cotados é o do deputado federal Messias Donato (Republicanos), dileto aliado do prefeito de Cariacica.

Enquanto Messias pode vir, Denninho fica

Quanto à chapa de estaduais, com a ascensão de Euclério à presidência estadual do União, o deputado estadual Denninho Silva, pré-candidato à reeleição, permanecerá no partido.

Até então, o deputado da Grande Goiabeiras estava propenso a mudar de sigla. Ele chegou a receber de Rigoni uma carta de anuência para poder trocar de legenda sem perder o mandato atual na Assembleia.

Mas, com Euclério no comando, Denninho afirma que pretende ficar. Além de muito próximo politicamente, ele é sobrinho e ex-assessor parlamentar de Euclério.

A força do União Brasil e os benefícios para Casagrande

Com o acordo firmado nesta quarta-feira, Casagrande consegue manter o poderoso e ascendente União Brasil em sua coligação majoritária em 2026.

Tendo obtido um dos melhores resultados no país nas últimas eleições municipais, a sigla de direita é dona de uma das maiores bancadas na Câmara Federal. Consequentemente, tem uma das maiores cotas do Fundo Partidário e um dos maiores tempos na propaganda eleitoral de TV e rádio.

No Espírito Santo, porém, faz tempo que o União não tem tamanho condizente com seu porte nacional. Foi muito mal nas últimas eleições estaduais (2022) e municipais (2024). Hoje, no Estado, a sigla não tem nenhum senador, nenhum deputado federal, dois deputados estaduais (Bruno Resende e Denninho) e apenas um prefeito. O Espírito Santo tem 78 municípios.

A iminente substituição no comando estadual também se deve a esse tamanho aquém do desejado. A contrapartida da direção nacional para franquear apoio a Casagrande e Ricardo Ferraço em 2026 é que o governador e o vice ajudem a fortalecer o partido no Espírito Santo, até o ano que vem, constituindo chapas proporcionais competitivas.

Eis a missão a ser assumida por Euclério.