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Coluna Vitor Vogas

Servidores do Estado suspendem greve e voltam às atividades

Eles decidiram interromper a paralisação diante de aceno do governo com retomada das negociações. Querem reestruturação das carreiras e correção salarial

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Servidores cortam bolo simbólico em assembleia geral do Sindipúblicos (10/11/2025). Foto: Divulgação

Servidores cortam bolo simbólico em assembleia geral do Sindipúblicos (10/11/2025). Foto: Divulgação

O Sindicato dos Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos) suspendeu a greve deflagrada no dia 7 de novembro. Com isso, cerca de 3,8 mil servidores do Governo do Estado voltaram às atividades nesta segunda-feira (10). Eles representam 32 carreiras ativas do funcionalismo público estadual, distribuídas por três secretarias e 11 órgãos públicos – aquelas que compõem a base do Sindipúblicos. São, em sua maioria, servidores de áreas técnicas, ligadas à gestão e voltadas para a formulação, o planejamento e a execução de políticas públicas do Governo do Estado para a população, como o DER-ES, o Detran-ES, o Iases, o Idaf, o Iema e o Incaper.

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Na última sexta-feira (7), precisamente um mês após o início da paralisação, os servidores aprovaram a suspensão da greve e o retorno às atividades laborais, em assembleia geral unificada, no auditório do sindicato. Segundo a assessoria do Sindipúblicos, a decisão foi aprovada com 80% dos votos, após sinalização do governo Casagrande relativa à retomada das negociações da pauta da categoria. O Sindipúblicos reivindica a reestruturação das carreiras e a correção de perdas salariais acumuladas apontadas pelo sindicato.

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Em entrevista publicada no primeiro dia da greve, a presidente do Sindipúblicos, Renata Setúbal, explicou que os servidores haviam decidido deflagrar a paralisação como forma de pressionar o governo a voltar à mesa de negociações. Em abril, o sindicato apresentou ao governo uma pauta de reivindicações, mas desde então não havia obtido uma resposta oficial. “Então declaramos a greve para a negociação poder voltar à mesa”, disse a sindicalista, no dia 7 de outubro.

Durante o período de greve, o lema dos servidores foi “NegociaCasão”. Por meio de ofício, o governo anunciou a retomada das negociações em até quinze dias. Também comunicou o abono dos dias paralisados. Assim, os dias em greve não serão descontados nem precisarão ser repostos.

Governo: “Sem nenhuma promessa de proposta”

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Governo do Estado confirmou que a greve foi suspensa para que o Executivo e a entidade sindical “seguissem dialogando em busca de um acordo”. Confirmou, ainda, que uma reunião, ainda sem data marcada, será realizada nos próximos 15 dias, para restabelecimento do diálogo, “sem nenhuma promessa de proposta”. Os dias paralisados de fato foram abonados. “No momento a pauta está na mesa de negociação”, informa a assessoria do governo.

O Sindipúblicos tem uma nova assembleia geral marcada para o dia 27/11, para avaliar o andamento das tratativas com o Executivo Estadual.

A diretoria do sindicato avalia que a garantia da negociação e da não reposição dos dias parados representam um significativo avanço.

“Como nosso movimento foi todo construído na legalidade, e sem base para decretar sua ilegalidade, o governo, pressionado pela sociedade e pelos servidores, teve que agir. Isso mostra que somos fortes e incomodamos. Agora é aproveitar o momento, manter a mobilização e garantir na mesa de negociação a nossa reestruturação”, afirmou Renata Setúbal.

Na assembleia da última sexta-feira (7), simbolicamente, os participantes do movimento partilharam um bolo de um metro, em referência à duração de um mês da greve geral.

O que pede o Sindipúblicos

Segundo Renata Setúbal, a pauta apresentada ao governo há cerca de sete meses contém os seguintes pleitos:

. Reajuste linear de 35% para os servidores das 32 carreiras integrantes da base do Sindipúblicos. Segundo a presidente do sindicato, de 2002 a 2024, as categorias acumulam uma perda salarial de 50%;

. Maior equilíbrio entre os salários de servidores de nível médio, técnico e superior. “Hoje, há uma grande disparidade em função do grau de escolaridade”, afirma Setúbal. Nesse sentido, o sindicato pede: (I) que o servidor de nível técnico ganhe 70% do que ganha o de nível superior (hoje ganha 49%, de acordo com o Sindipúblicos); (II) que o servidor de nível médio ganhe 50% do que ganha o de nível superior (hoje ganha 35%, pelos cálculos do sindicato).

As categorias

A greve geral, agora suspensa, teve a adesão de servidores dos 14 órgãos públicos estaduais e secretarias de Estado que integram a base do Sindipúblicos. São eles:

  • Arsp
  • DER-ES
  • Detran-ES
  • Diário Oficial
  • Iases
  • Idaf
  • Iema
  • Incaper
  • IPAJM
  • Ipem
  • Junta Comercial
  • Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger)
  • Secretaria de Estado da Cultura (Secult)
  • Secretaria de Estado da Educação (Sedu)

No caso da Sedu, a greve só incluiu servidores efetivos da área administrativa (secretarias escolares), que são vinculados ao Sindipúblicos. Não envolveu os profissionais do magistério, organizados em outro sindicato (o Sindiupes).