fbpx

Coluna Vitor Vogas

Rose de Freitas está “de volta ao Senado”, por decisão de Pacheco

Ex-senadora foi nomeada para cargo comissionado de assessora parlamentar diretamente ligado à presidência da Casa e explica à coluna o que fará

Publicado

em

Rose de Freitas foi senadora de 2015 a janeiro deste ano

Rose de Freitas (MDB) está de volta ao Senado. Logicamente, não como senadora, pois chegou em segundo lugar na última eleição para o cargo no Espírito Santo. A emedebista retorna à Casa em uma nova condição, agora como assessora parlamentar, a convite do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

Na edição da última segunda-feira (15), o Diário Oficial da União publicou a portaria, assinada em 12 de maio pela diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, nomeando a ex-senadora para exercer o cargo comissionado de assessora parlamentar, lotada diretamente no gabinete da presidência. Rose, portanto, vai trabalhar diretamente com Pacheco, que também preside o Congresso Nacional.

Receba as notícias da coluna no grupo de Whatsapp do Vítor Vogas.

Para exercer o cargo, ela receberá um salário composto por mais de uma parcela remuneratória: ao “valor básico” de R$ 8.710,43, somam-se uma “gratificação por representação” de R$ 10.383,73 mensais e uma “gratificação de desempenho” de R$ 5.275,32 que também é paga todo mês, totalizando R$ 24.369,48 de remuneração.

Em conversa com o colunista na tarde desta quinta-feira (18), Rose contou que recebeu o convite pessoalmente de Pacheco, em Brasília, há cerca de 15 dias. E resolveu aceitar, para realizar um trabalho que ela mesma descreve assim:

“Farei um trabalho que cuida, junto com o presidente, das pautas das sessões, ajudando a definir as estratégias. Os muitos anos que tive na Câmara e no Senado me deram um conhecimento que pode ser uma contribuição importante neste momento. Meu momento era de reorganizar um pouco a vida, mas resolvi aceitar, porque acho que o trabalho do presidente do Congresso é muito importante.”

A ex-senadora afirma que não pretende se mudar para Brasília. Ficará na “ponte aérea” com a capital federal, voltando a Vitória para passar os fins de semana em sua residência. “Ficarei indo e vindo. Sempre fiz isso em meus mandatos em Brasília.” Ela também diz ainda não saber o imóvel que ocupará nos dias em que estiver dando expediente no Senado. “Ainda não discuti nada disso. Vou ter que me alocar lá.” Como servidora, diferentemente dos senadores, ela não terá direito a apartamento funcional.

Rose relata, no entanto, que suas jornadas de trabalho não serão necessariamente só em Brasília, mas acompanhado a agenda de Pacheco. “Tem algumas outras programações em que terei que comparecer. Por exemplo, em uma reunião em Minas Gerais… Se eu tiver que ir e participar, conforme a programação da presidência.”

Ainda segundo Rose, antes de dizer sim ao presidente do Senado, ela chegou a ser sondada por ministros do governo Lula (PT) para ocupar funções nas respectivas pastas. Cita dois: o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), correligionário de Rose e senador eleito e licenciado desde o início do ano, e o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT).

Enquanto isso, no MDB…

Rose de Freitas é presidente da Comissão Executiva Estadual Provisória do MDB desde o início de 2021, por determinação da Executiva Nacional. Também por deliberação da cúpula nacional, a ex-senadora teve o mandato na presidência prorrogado até o fim de junho. Esse também é o prazo que o partido tem para realizar as suas convenções municipais, para a escolha dos dirigentes locais.

Rose garante estar cumprindo o seu papel: convocar, organizar e realizar as convenções do partido nos municípios capixabas. Em agosto, sem falta, diz ela, será realizada a muito aguardada convenção estadual, para a eleição da próxima Executiva Estadual Permanente, após aproximadamente cinco anos de disputas internas, judicialização, intervenção nacional e Comissão Provisória.

A ex-senadora afirma que ainda não decidiu se disputará a eleição interna em agosto para tentar se manter na presidência estadual. A nova missão em Brasília é, inclusive, um novo fator a se levar em conta: “Não tomei essa decisão, não. Vai depender do ritmo de trabalho que a gente vai exercer nessa nova função”.

De todo modo, segundo Rose, o MDB no Espírito Santo vai muito bem, obrigado – não obstante o resultado muito ruim colhido nas urnas no Espírito Santo em outubro passado, quando o partido, pela primeira vez na história, não fez nem sequer um deputado estadual ou federal no Estado.

“A desinformação sobre o MDB é muito grande. O MDB está muito bem no Espírito Santo. As
convenções municipais serão todas realizadas até 30 de junho. E em breve teremos convenção estadual. Vamos convocá-la em agosto”, assegura.

O MDB hoje pode ser considerado um partido em reconstrução no Espírito Santo. E, justamente por estar quase “zerado” em mandatos no cenário estadual, mas ao mesmo tempo conservar uma ótima estrutura, enraizamento social e carteira de filiados, o partido desperta a cobiça de muitos agentes políticos, interessados em assumir a direção estadual da sigla e conduzir, ao seu feitio, esse projeto de renovação.

Um desses possíveis aspirantes é o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos), que conversou pessoalmente em abril com a própria Rose e até com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, em Brasília, sobre a possibilidade de voltar a se filiar ao MDB, em posição de direção estadual. O grupo do ex-governador Paulo Hartung (sem partido) também não pode ser desconsiderado, tampouco a permanência de Rose.

São algumas das cartas na mesa no momento.

Atualização

Esta coluna foi publicada inicialmente com a informação inexata de que, no cargo comissionado assumido por ela no Senado, a ex-senadora Rose de Freitas receberia remuneração total de R$ 19.094,16. A conta, entretanto, estava incompleta, pois não considerava uma terceira parcela remuneratória: a gratificação de desempenho paga mensalmente no valor de R$ 5.275,32. Somando-se mais essa parcela fixa, a remuneração total de Rose sobe para R$ 24.369,48, conforme informado acima, após atualização deste texto.