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Coluna Vitor Vogas

Quem é, o que pensa e o que defende o candidato do PL a prefeito da Serra?

Nesta entrevista, Igor Elson conta um pouco de sua história, suas bandeiras, sua relação estreita com Magno Malta (PL) e com Audifax Barcelos (PP)

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Vereador Igor Elson na Câmara da Serra. Foto: Reprodução Facebook

O Partido Liberal (PL) lançará na noite desta sexta-feira (26), no Centro Comunitário de Laranjeiras, o vereador Igor Elson ao cargo de prefeito da Serra. Quem é o pré-candidato, ainda pouco conhecido pela população, o que pensa e o que defende?

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Na entrevista abaixo, ele conta um pouco de sua história, suas bandeiras, sua relação estreita com o senador Magno Malta (PL) e com o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP). Diz que sua candidatura não tem volta (“Magno é homem de palavra”) e analisa seus hoje principais adversários: Weverson Meireles (PDT), Pablo Muribeca (Republicanos) e o próprio Audifax. Como todo bolsonarista, trata o PL e Bolsonaro como sinônimos de direita.

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Abaixo, você pode conhecer melhor o pré-candidato. Boa leitura!

Vamos começar por sua história pessoal. Quem é o Igor Elson?

Tenho 44 anos, sou casado e pai de duas filhas. Nasci em 1979. Minha mãe era auxiliar de enfermagem e meu pai, já falecido, era funcionário dos Correios. Cresci em Serra Dourada 2, onde morei até os sete anos. Por uma questão de mobilidade urbana, muito difícil na época, viemos para Vitória. Morei em Maruípe e Itararé. Aos 20 anos me casei e voltei para a Serra. No início morei com minha esposa em Jardim Tropical e hoje moro com minha família em Laranjeiras Velha, no bairro Vista do Mestre. Tenho ensino médio completo. Fiz vários cursos de proteção de autoridades, atuando na área de segurança. Fiz até o 6º período de Direito na Faculdade Doctum. Tranquei por causa da política, mas pretendo retomar no ano que vem para concluir.

O senhor “começa na política” como assessor do Magno Malta, correto?

Tenho uma relação pessoal com Magno Malta e a família dele. Conheço o senador há mais de 20 anos. No início dos anos 2000, trabalhei para ele como assessor, cuidando da sua segurança.

E depois o senhor desenvolveu uma relação estreita com Audifax…

Em 2011, o Audifax, então deputado federal, me convidou para trabalhar com ele. Fui seu assessor e segurança pessoal na pré-campanha a prefeito em 2012, na qual ele voltou para a Prefeitura da Serra. Eu era a sombra do Audifax: andava com ele na cidade 15 horas por dia, o assessorando em todos os momentos. Onde ele estava, eu estava junto. Na campanha à reeleição em 2016, quando ele foi internado e passou mais de 20 dias no hospital, no meio da campanha, eu estive com ele em todos os momentos, desde tirá-lo da cama e levá-lo para o hospital. Fiquei com ele todo o tempo no hospital. Ele estava praticamente morto. Não era possível removê-lo de uma maca para outra. Não é que estava “entre a vida e a morte”. Estava na morte. Os órgãos parados. Os melhores médicos do Estado, altamente competentes, batendo cabeça, procurando saber a causa daquilo. O governador chegou a me ligar. Ele teve uma sepse, infecção generalizada de uma pneumonia passada. Aquela recuperação realmente foi um milagre. Fiz o que entendo que ele faria por mim.

O Audifax se recupera e protagoniza aquela virada histórica sobre Vidigal. É aí que começa a sua experiência como secretário na última gestão de Audifax (2017-2020)?

Ele me promoveu a secretário adjunto de Defesa Social, uma oportunidade na minha vida, por um ano e dois meses, de março de 2017 a maio de 2018. Demos um choque de ordem na cidade, mapeamos a questão do crime organizado, cumprimos mandados e mostramos para as pessoas que a Prefeitura podia, sim, e devia se envolver na segurança pública. Depois fui secretário de Serviços da Serra por dois anos, de maio de 2018 a abril de 2020. Foi quando a gente se uniu para dar um choque de limpeza, de ordem e de manutenção na cidade. Fui o único secretário em 30 anos que teve coragem de trocar a empresa de coleta de lixo. Ninguém tinha coragem. Eu licitei o serviço de lixo, totalmente legalizado. A empresa que ganhou, ganhou por mérito próprio.

O senhor pode recuperar a sua história de filiações e candidaturas?

No início, quando eu trabalhava com o senador Magno Malta, fui filiado ao PL (na época, PR). Depois, na gestão do Audifax, filiei-me à Rede por conveniência e por estar no grupo do prefeito, por minha ligação com ele na época e por ser o braço forte dele, mas nunca militei na Rede, devido às condições que o partido oferece em termos de ideologia. Era uma questão de fidelidade e lealdade ao prefeito na época. Em 2020 entrei no Podemos, onde tive a oportunidade de ser candidato a vereador. O Podemos estava na coligação do Audifax. Gilson Daniel [presidente estadual do Podemos] e Audifax sempre foram grandes parceiros. Fui muito bem recebido. Fizemos dois vereadores na Serra. Eu fui o mais votado da chapa e o oitavo do município.

E o retorno ao PL?

Em 2022, no meio do mandato, recebo e aceito o convite do Magno Malta, meu amigo, para voltar ao PL, porque sou de direita, sempre fui conservador, sempre militei na área de segurança pública, na área de combate à corrupção e de desvio do dinheiro público. Em 2022, fui candidato a deputado estadual pelo PL. Tive 9.580 votos. Fiquei como 2º suplente e ajudei o partido. Fizemos cinco deputados estaduais, a maior bancada da Assembleia.

O senhor se sente mais identificado com o PL e mais à vontade no partido?

Cem por cento. Toda a minha história de vida sempre foi de gestão conservando valores. O PL é minha alma. O PL defende o que eu e minha família defendemos. Sou armamentista, sou contra o aborto, sou contra a liberação das drogas, combato a corrupção e o desvio do dinheiro público. Meus projetos de lei são para que as empresas gerem empregos para a cidade, mas para que a carga tributária municipal não sufoque os empresários. Fui totalmente contra o fechamento do comércio na época da pandemia. Sou o presidente municipal do PL e tenho a confiança do Magno Malta. Estou muito feliz no PL.

Como e por que surge sua pré-candidatura?

Já é uma cobrança da sociedade, pelas minhas ações com meu grupo e pela minha postura com a cidade. Desde que eu era secretário, a cidade me cobra isso. E o senador viu em mim a lealdade, a fidelidade e as bandeiras que defendemos, que são as mesmas. Viu minha coragem de combater máfia, de ir para a rua com a Polícia Federal cumprir mandado, de trocar uma empresa de lixo, e também por eu defender todos os princípios que o PL defende, do conservadorismo e da direita.

O senhor tem a legenda garantida? Sua candidatura é sem volta?

Minha candidatura está garantida. O senador é um homem que muda vidas, tira drogados das ruas há 40 anos. E algo que sempre me admirou no senador, independentemente da minha relação com Audifax, é que Magno é um homem de palavra. Eu nunca vi o Magno voltar atrás. Ele me garante a legenda e a candidatura. Segundo ele, ele não voltará atrás. E eu também não. Só se Deus me levar ou algum motivo de força maior. Sou pré-candidato a prefeito da Serra, preciso da sociedade e preciso que ela me conheça. Sou um homem limpo, cristão, conservador, de direita. Precisamos governar para todos, mas principalmente para aqueles que sofrem mais na Serra, que são 150 mil pessoas nas classes D e E, que precisam de saneamento, remédio, emprego e dignidade.

Igor Elson foi a Brasília em março e, levado por Magno, encontrou-se com Bolsonaro. Foto: PL/ES

Igor Elson foi a Brasília em março e, levado por Magno, encontrou-se com Bolsonaro. Foto: PL/ES

Como o senhor avalia a administração de Sérgio Vidigal?

A Serra é a locomotiva do Estado. Tem quase 550 mil pessoas, 140 bairros, 144 escolas, 45 unidades de saúde. É gigante. Tem orçamento de R$ 2,6 bilhões previsto para este ano. Não só eu, mas, pelo que tenho andado na rua, o povo quer renovação. O povo entende que se pode fazer mais. Os dois gestores que estão se alternando durante 30 anos deixaram os legados deles. Alguns deixaram manchas e problemas, mas também deixaram legados. A Serra pode mais. Está faltando a população ser ouvida. As prioridades estão erradas.

E quais seriam as suas?

Menos concreto e mais vida. Aumentar a Guarda Municipal, melhorar a saúde, contratar mais médicos, não reformar praça por R$ 7 milhões. Se for reformar uma praça por R$ 7 milhões, ela tem que trazer muito benefício cultural para o morador da cidade. Você constrói uma escola e uma unidade de saúde com isso.

O PL hoje concentra a oposição no Estado ao governo Casagrande. Se eleito, como será a sua relação com ele?

Sou PL, sou conservador e de direita. Mas temos que ter a equidade e o equilíbrio do diálogo. Se eu for prefeito da Serra, temos contratos e convênios que recebemos do Governo do Estado. Eu não deixarei de dialogar por causa disso, mas também não me furtarei a lutar por aquilo que é principal no nosso partido, que é o conservadorismo.

Como o senhor avalia o movimento de Vidigal de anunciar que não disputará a reeleição e lançar Weverson Meireles, também do PDT, como seu candidato à sucessão?

No mercado político e na rua, o povo cobra renovação. Entendo que o prefeito tem os motivos pessoais dele, expostos por ele. Apesar de ser oposição mesmo a ele, deixo minhas palavras de condolências à primeira-dama [Sueli Vidigal], que está passando por uma situação difícil de saúde. Tenho uma mãe acamada, perdi um pai, tenho duas filhas. Desejo que Jesus Cristo derrame bênçãos sobre a vida dela, que cure ela, que abençoe a vida dela. Esse é um ponto. Além disso, em algumas conversas ouvimos que o prefeito entende essa situação, ele aceita que a população cobra a renovação e ele entende que é verdade, porque ele fez pesquisa. Não estou dizendo que ele tem chances de reeleição ou não, mas que ele está vendo que é uma verdade, que seria um páreo duro para ele. As redes sociais também são um páreo duro e os problemas da gestão também. É algo que pode ter sido um desanimador para ele. Então, na parte política, o prefeito sabe que ele tem um desgaste. Mas, também pela idade dele e pela ausência dele com a família, hoje ele prefere ir mais para os bastidores.

O senhor tem essa história de proximidade com o ex-prefeito Audifax Barcelos, relatada em detalhes pelo senhor. Além disso, desde que perdeu a eleição para governador no 1º turno em 2022, Audifax fez uma inflexão à direita, apoiou Manato, o candidato do PL, contra Casagrande, e entrou no PP, partido também de direita. O senhor considera que entra nessa campanha mais próximo eleitoralmente do ex-prefeito? É possível uma aliança com ele no 2º turno ou quem sabe já no 1º?

A gente hoje considera o PP um partido de esquerda.

O PP como “partido de esquerda”?!?

Ora, o partido tem três ministérios no governo Lula. Se você se vende como de direita e vai para o governo Lula… O Da Vitória [presidente estadual do PP] está com Casagrande…

Mais ou menos, né? Ele está querendo sair…

Está querendo sair há quanto tempo? Quem quer sair, sai. Ou não sai? Olha, eu não sou candidato a prefeito para perder e sair grande. Não sou candidato a prefeito para recuar e ser vice. Eu sou candidato a prefeito. Tenho uma relação extremamente respeitosa com o ex-prefeito Audifax. Foi uma pessoa que me deu a oportunidade de ser secretário. Mas também fiz minha parte: trabalhei 15 horas por dia, dei resultado para ele e para a cidade. Hoje o Audifax é meu adversário político, mas não é meu inimigo. Não deixamos de conversar em hipótese nenhuma.

Então sem chances de aliança no 1º turno?

Qual tipo de aliança no 1º turno se sou candidato a prefeito?

Um dos dois teria de ceder…

Não vou ceder em hipótese alguma.

E quanto a seu outro adversário, o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos). Ele também se considera de direita. Até esteve no plenário da Assembleia, durante a homenagem que vocês do PL fizeram a Bolsonaro, em novembro passado…

Não sei se ele foi convidado, né, mas enfim…

Em todo caso ele está na direita. O senhor avalia que Muribeca disputa com o senhor esse segmento do eleitorado?

Ele é uma pessoa que eu respeito. Foi um colega de trabalho, meu colega por dois anos como vereador. É um menino que teve a oportunidade de ser vereador e deputado estadual. Há pouco tempo ele falou que, para ele, era besteira esse negócio de ser de direita ou de esquerda. E ele está num partido que está na base do governo Lula. Precisamos entender que a direita passa pelo PL no Brasil e no Espírito Santo, por causa do nosso líder, Bolsonaro.

Ele não pode dividir com o senhor os votos “bolsonaristas” da Serra?

Ele pode até tentar vender isso. Bolsonarista ele não é porque nunca foi. Se está na base do governo Casagrande, ele não é bolsonarista. Se está num partido que está na base do governo Lula, ele não é bolsonarista. A população vai ter que entender: o bolsonarismo hoje passa pelo PL e pelo próprio Bolsonaro. Quem o Bolsonaro está lançando? Como ele vai vender uma coisa sendo que o Bolsonaro está vendendo outra ou declarando apoio a outro?


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