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Coluna Vitor Vogas

Presidente do PSB revela planos eleitorais do partido de Casagrande

Gavini detalha as estratégias e metas em cada uma das maiores cidades capixabas. PSB quer eleger 18 prefeitos, mas pode não ter nenhum candidato na GV

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Alberto Gavini e Renato Casagrande. Foto: Reprodução Instagram

Na eleição municipal passada, em 2020, o PSB foi “guloso”: lançou candidato próprio a prefeito em três dos maiores municípios da Grande Vitória: Saulo Andreon em Cariacica, Bruno Lamas na Serra e Sérgio Sá em Vitória. Os três foram mal votados. Isso além de Gedson Merízio, não eleito em Guarapari, e Victor Coelho, reeleito em Cachoeiro de Itapemirim.

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Para o pleito de 2024, o partido do governador Renato Casagrande chega com uma proposta diferente: os socialistas estão predispostos a se manterem um passo atrás para privilegiarem aliados importantes do Governo do Estado. O presidente da Executiva Estadual do PSB, Alberto Gavini, confirma as predefinições do partido.

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O PSB está decidido a apoiar a reeleição de Arnaldinho Borgo (Podemos) em Vila Velha e de Euclério Sampaio (MDB) em Cariacica.

E estava determinado a apoiar a reeleição de Sérgio Vidigal (PDT) na Serra. Com a decisão de Vidigal de não concorrer a um novo mandato, a aliança com o PDT no município está mantida, e o apoio do PSB agora é estendido ao candidato lançado por Vidigal, Weverson Meireles.

Tanto em Vila Velha como em Cariacica, o PSB postula a posição de candidato a vice-prefeito nas chapas de Arnaldinho e Euclério, respectivamente. São postos estratégicos e que todo mundo quer guardar, pois os dois prefeitos, se reeleitos, credenciam-se para disputar o Palácio Anchieta em 2026 – caso esse em que terão de renunciar ao mandato municipal. Por isso mesmo, a vice de ambos vale ouro neste momento no mercado político capixaba.

“Essa é a estratégia adotada: termos a vice nesses locais. Mas isso não impede que mais à frente lancemos uma candidatura, caso a gente não se ajuste”, afirma Gavini. “Em função do relacionamento amadurecido nestes anos com esses atuais gestores, Arnaldinho, Euclério e o próprio Vidigal, entendemos que poderíamos ficar mais próximos dos projetos deles. Essa aproximação significa discutir a questão da vice-prefeitura, principalmente em Vila Velha e Cariacica.”

O presidente estadual do PSB destaca um fator de cunho ideológico para justificar por que o partido entende que se encaixaria bem nas chapas majoritárias de Arnaldinho e de Euclério: complementação ideológica e equilíbrio, para ampliar a base de votação do titular da chapa. Ele cita como exemplo o que o próprio Casagrande fez em 2022, se bem que às avessas: como candidato de centro-esquerda, convidou Ricardo Ferraço, de direita, para ser seu candidato a vice-governador, objetivando ampliar o seu alcance eleitoral.

“Arnaldinho e Euclério são duas candidaturas de centro-direita. Cabe muito bem um vice de centro-esquerda”, opina Gavini. “É como está a natureza dos processos políticos atualmente. Precisamos fazer esse equilíbrio, como o próprio governador fez em 2022, convidando Ricardo Ferraço.

Pela mesma lógica, o dirigente avalia que já é muito mais difícil o PSB emplacar o vice de Vidigal (ou melhor, de Weverson Meireles), pois a cabeça da chapa já é ocupada pelo PDT, partido residente no mesmo campo: “Na Serra entendemos que é um pouco mais complicado, porque Vidigal já é um cara de centro-esquerda, então vamos respeitar o andamento. Lá não temos interesse em ocupar a vice”.

Por ora, na Região Metropolitana da Grande Vitória, o PSB só entra no processo com dois pré-candidatos a prefeito: o deputado estadual Tyago Hoffmann em Vitória e o ex-deputado federal Ted Conti em Guarapari. Gavini admite, porém: as duas pré-candidaturas podem ser retiradas mais à frente em favor de outros candidatos aliados do Palácio Anchieta, pertencentes a outros partidos que também integram a aliança governista.

Um exemplo: em Vitória, Gavini confirma a informação dada por Tyago Hoffmann de que hoje o PSB trabalha com o PSDB de Luiz Paulo Vellozo e com o PSD de Fabrício Gandini para que os três pré-candidatos se juntem já no 1º turno:

“O movimento é esse mesmo. É fazer uma junção de centro e avaliar como isso vai se dar no tempo. Vamos avaliar a performance desses candidatos mais à frente. O afunilamento deve ser daqui a uns dois meses. Provavelmente a pesquisa vai definir. Cada um faz o seu movimento enquanto vamos conversando muito, linkando aquilo que é comum.”

Vale dizer: o entendimento é que, desses três, só um será de fato candidato (aquele que se provar mais competitivo), enquanto os outros dois recuarão para apoiá-lo. Se for Luiz Paulo ou Gandini, Tyago se retirará e o PSB apoiará esse outro candidato de centro. “Se isso acontecer, sim. O compromisso é esse”, ratifica Gavini. O PSB, então, passará a lutar para ocupar a vice. “Não tenha dúvida. A composição passa por aí.”

Os partidos delegaram essas tratativas a Tyago, Luiz Paulo e Gandini. Em Vitória, são eles que estão conduzindo tudo pessoalmente, mas o próprio Gavini já conversou com Luiz Paulo e Gandini, e Casagrande é participado de tudo. “O governador está ciente desse acordo. Não está participando pessoalmente, mas está ciente de tudo.”

De igual modo, o PSB possui parceiros que também pleiteiam a Prefeitura de Guarapari, como o ex-vereador Gedson Merízio (Podemos) e o deputado estadual Zé Preto (prestes a se filiar ao PP). Por isso, o partido pode desistir de lançar Ted Conti e passar a brigar pela vice do aliado a ser apoiado.

Assim, o PSB pode chegar ao ponto decisivo do processo, após as convenções partidárias (de 20 de julho até 5 de agosto), sem nenhum candidato na Grande Vitória.

Mas isso não quer dizer que o partido terá poucos candidatos a prefeito nem que esteja se contentando em eleger poucos governantes municipais. Na verdade, o PSB planeja lançar candidatos em cerca de metade dos 78 municípios capixabas e, segundo Gavini, a expectativa é fazer pelo menos 18, “com a possibilidade de passar de 20”… só que espalhados pelo interior.

Em 2020, o PSB teve um resultado um pouco aquém do planejado: elegeu “só” 13 prefeitos pelo Estado. Casagrande já tinha voltado ao governo e estava no meio do segundo mandato. Com o poder de atração que só o partido do governador exerce, foram feitas várias filiações desde então, de modo que hoje o PSB é a sigla de 20 alcaides no Espírito Santo – além de 126 vereadores.

Arredondando, de cada quatro prefeitos capixabas, um está no PSB. Desse total, 10 vêm para a reeleição e, pelas contas de Gavini, pelo menos oito serão reeleitos.

Abaixo, apresentamos os planos específicos abertos por Gavini para cada uma das principais cidades capixabas:

Vitória

Além da triangulação exposta acima entre Tyago Hoffmann, Luiz Paulo e Gandini, o PSB almeja atrair o PDT para esse movimento de centro. O partido de Sérgio Vidigal filiou Sergio Majeski e lançou o ex-deputado estadual como pré-candidato a prefeito. Entretanto, Gavini avalia que a pré-candidatura de Majeski talvez não se sustente. E faz votos nesse sentido.

“Na última semana, tem-se levantado essa perspectiva de ver o que fazer com o Majeski nesse sentido. Existe um contraponto na Serra. A gente precisa estar com o Vidigal. Então como é que ficaria a situação dele em Vitória? O PSB estará com o Vidigal, mas aí o PDT estará contra a gente aqui? Essa coisa precisa ser melhor conversada. Da nossa parte, o nosso encaminhamento é de fazer uma conversa para nos juntarmos também em Vitória”, enfatiza o presidente estadual do PSB.

“Sabemos que o Majeski está num partido, mas ele tem uma condição muito individual. Ele ainda tem tempo de ir para outro lugar que garanta a eleição dele, se ele não quiser ficar no PDT ou se o partido não quiser dar a legenda para ele”. Todos os pré-candidatos precisam estar filiados até 6 de abril ao partido pelo qual concorrerão.

Na Câmara de Vitória, o PSB só elegeu um vereador em 2020, o mesmo que possui até agora: Aloísio Varejão. O número de vagas neste pleito sobe de 15 para 21. O PSB sonha em eleger dois vereadores na Capital, mas Gavini admite que a chapa precisa ser fortalecida até 6 de abril.

Vila Velha

Gavini confirma ter convidado pessoalmente o presidente da Câmara Municipal, Bruno Lorenzutti (Podemos), para se filiar ao PSB. Ele é um dos cotados para vice de Arnaldinho, de quem é grande aliado. Nos quadros atuais do partido, os nomes que podem ser oferecidos ao prefeito são os da vereadora Patrícia Crizanto e o do presidente do PSB em Vila Velha, Harlen da Silva.

O número de vereadores da cidade passará de 17 para 21. A meta é aumentar a bancada de um para dois. Arnaldinho está ajudando a montar a chapa.

Cariacica

A Câmara seguirá tendo 19 vereadores. O PSB hoje tem três: Amarildo Araújo, André Lopes e Flávio Preto. Gavini está confiante em eleger pelo menos três, podendo chegar a quatro, já que um vereador com mandato irá para o partido, Marcelo Zonta, além do ex-vereador Jorjão.

Na majoritária, como dissemos, a meta é ter o vice de Euclério.

Serra

O apoio ao PDT está mantido, garante Gavini: “Respeitamos esse procedimento de Vidigal. Achamos o Weverson um rapaz inteligente e preparado. Ocupou cargos no Executivo. O compromisso com o PDT será mantido. Se for o Weverson, continua sendo o Vidigal. Continua sendo a mesma coisa para nós”.

No entanto, o PSB quer discutir melhor com o PDT algumas contrapartidas, como a ocupação de espaços na próxima administração em caso de vitória, incluindo secretarias, e ajuda à sua chapa de vereadores. “Tem algumas condições que vamos conversar, como o atendimento ao PSB neste momento e um apoio forte na pré-campanha e na campanha”, assinala Gavini.

Com a recente expulsão do vereador Galinhão, o PSB só tem um representante na Câmara da Serra: o Professor Rurdiney. A Casa seguirá tendo 23 parlamentares. A meta do PSB é eleger três.

Viana

As conversas estão incipientes, mas a princípio o PSB apoia a reeleição do prefeito Wanderson Bueno (Podemos), diz Gavini. “Por enquanto, sim.”

Também ali o PSB quer fazer o vice. As opções são o vereador Gilmar Mariano e o presidente municipal da legenda, Carlos Lopes.

A Câmara passará de 11 para 13 vereadores. Hoje com um só vereador, o PSB deseja eleger dois.

Guarapari

“Ted Conti é candidato a prefeito, mas com possibilidades de composições futuras”, resume Gavini.

Na Câmara, o PSB hoje tem dois vereadores e quer manter esse tamanho.

Cachoeiro

Segundo Gavini, o PSB está decidido e não abre: vai lançar Lorena Vasques Silveira à sucessão de Victor Coelho (PSB) com o apoio total do prefeito. “A nossa candidata lá é a Lorena. É ela. Qualquer modificação, só se acontecer um acidente de percurso.” Ela é secretária municipal de Manutenção e Serviços (efetiva) e de Obras (interina).

O dirigente descarta apoio do PSB a um dos aliados de Casagrande que são pré-candidatos por outras siglas: “Nem Allan Ferreira [Podemos], nem Doutor Bruno [União Brasil], nem Casteglione [PT]… Nada disso”.

Colatina

O PSB decidiu apoiar a reeleição do prefeito Guerino Balestrassi (Podemos), com direito a declaração de apoio do deputado federal Paulo Foletto. “Vamos apoiar Guerino. Já decidimos. Foletto fez um evento declarando voto no prefeito”, relata Gavini.

O PSB tem outro aliado que planeja concorrer no município. É o ex-deputado estadual Renzo Vasconcelos, presidente do PSD no Espírito Santo, preterido nesse caso.

Linhares

O apoio do PSB vai para outro candidato do Podemos: o deputado estadual Lucas Scaramussa. “Lá também estamos conversando sobre a vice”, conta Gavini.

As opções para a vaga são Tarcísio Silva, vereador e presidente do partido na cidade, e Luzia Alvarenga, que foi candidata a vereadora em 2020 pelo mesmo partido.

Aracruz

“Estamos em negociação bem adiantada para termos a vice do prefeito Doutor Coutinho, candidato à reeleição. Provavelmente vai vir alguém para o PSB para ser o vice dele, alguém com quem estamos conversando”, relata Gavini, sem adiantar o nome.

São Mateus

Tudo em aberto.

Casagrande como cabo eleitoral

De acordo com o presidente estadual do PSB, todas as pesquisas de consumo interno mostram o governador com um poder muito grande de influenciar o voto. “Quando perguntam se você votaria no candidato apoiado por Casagrande, o resultado chega perto de 70% em algumas cidades do interior e sempre acima de 50%. Até em lugares bolsonaristas, ele tem essa capacidade. Não fica tão alto, mas é expressivo.”


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