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Coluna Vitor Vogas

Secretária de Saúde da Serra deixa o cargo e mudança repercute na Assembleia

À frente da secretaria desde maio de 2021, Bernadete Coelho Xavier entrega o cargo a Sérgio Vidigal. Segundo assessoria da prefeitura e a própria secretária, exoneração é a pedido. Área tem sido bombardeada pela oposição ao prefeito, especialmente Pablo Muribeca (que vibrou com a notícia)

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Deputados Pablo Muribeca e Xambinho. Foto: Ana Salles

A secretária de Saúde da Serra, Bernadete Coelho Xavier, deixará o cargo nos próximos dias. A informação é confirmada pela assessoria de imprensa da prefeitura, comandada por Sérgio Vidigal (PDT). Ela será substituída interinamente pelo coordenador de Governo de Vidigal, Iranilson Casado Pontes, que vai acumular as pastas até o prefeito escolher o/a substituto/a definitivo/a.

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Segundo a assessoria da prefeitura, a exoneração se dá a pedido da própria secretária de Saúde, ou seja, foi ela quem pediu para sair. A informação é confirmada pela própria Bernadete, em mensagem à coluna. Mas ninguém especificou o motivo que a levou a decidir entregar o cargo.

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Sob anonimato, o que fontes ligadas ao prefeito comentam é que a secretária vinha sofrendo um desgaste político intenso, por conta de pressões externas e ataques sistemáticos da oposição. Bernadete está no cargo desde maio de 2021.

Desde o início da atual administração de Vidigal, a saúde pública municipal tem sido o alvo preferencial de adversários políticos do prefeito – destacadamente, do ex-vereador da Serra e atual deputado estadual Pablo Muribeca (Patriota).

Desde que assumiu o mandato na Assembleia, no início de fevereiro, o deputado tem bombardeado a gestão da área, em discursos realizados da tribuna. Os ataques são focados principalmente na superlotação das três unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Serra.

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Em retumbante evidência de como os fatos estão mesmo interligados, a saída da secretária repercutiu fortemente no plenário da Assembleia Legislativa na sessão de ontem (20). Mais uma vez, a sessão foi marcada por uma colisão entre Muribeca e o deputado Alexandre Xambinho (PSC), aliado e defensor do prefeito.

Em seu pronunciamento da tribuna, Muribeca comemorou a “queda” da secretária, chamando o fato de “notícia boa”:

“A secretária de Saúde caiu. Vidigal mandou embora. Aliás, ninguém sabe se mandou embora ou se ela pediu para sair. Mas o resultado final é: ela está de malas prontas. Na cidade ela não vai residir mais”, disparou o deputado, mostrando o vídeo de uma paciente deitada no chão de uma unidade de saúde.

“Não estamos inventando. O prefeito não cuida da saúde. A saúde está abandonada às traças. E o resultado está aí!”

Chamando Vidigal de “incompetente”, Muribeca afirmou que o prefeito exonerou a secretária para transferir a própria culpa pelos problemas na área. O deputado de oposição ainda conclamou outros dois deputados da Serra, Xambinho e Vandinho Leite (PSDB), a se unirem a ele para fiscalizar a prefeitura, mandar emendas parlamentares para a cidade e cobrar do governo Casagrande a reabertura do pronto socorro do hospital estadual Jayme dos Santos Neves.

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Saindo em defesa do governo de Vidigal, Xambinho mais uma vez se postou como escudeiro do prefeito num aparte, para protegê-lo das flechadas disferidas por Muribeca.

Substituição delicada

A substituição de Bernadete à frente da Secretaria de Saúde da Serra é, talvez, a escolha mais delicada que compete a Vidigal na formação de sua equipe de governo desde o início do atual mandato. Como referido acima, a saúde municipal tem sido a principal trincheira de combate dos seus opositores e potenciais adversários eleitorais.

Vidigal sabe que não poderá de modo algum errar na escolha do nome, pois um erro a esta altura, numa pasta já tão torpedeada, pode ter consequências desastrosas e lhe custar muito caro, inclusive eleitoralmente. Se errar, servirá verdadeiro banquete a uma oposição que já desfruta um prato cheio para atacá-lo e se refestela com isso.

Por isso, Vidigal não deve se apressar nem se precipitar para anunciar o substituto efetivo no lugar do interino Casado. Mas também não pode demorar demais, sob o risco de legitimar o discurso de que a “saúde municipal está às traças”…

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