Coluna Vitor Vogas
Quem é Rosana Foerste, a suplente de Do Val no Senado?
Ela ajudava outras pessoas a conseguir empregos no Espírito Santo, acaba de perder o próprio emprego e pode estar prestes a ser convocada para um inesperado “emprego” em Brasília

Rosana Márcia Foerste da Silva. Foto: Reprodução Facebook
Se o senador Marcos Do Val (Podemos) realmente renunciar ao mandato, como anunciou que fará (vamos frisar o “se realmente”), a pedagoga Rosana Márcia Foerste da Silva assumirá um “emprego” tão desafiador quanto inesperado. Ela é a 1ª suplente de Do Val no Senado, eleita com ele em 2018. O timing é bastante curioso: Rosana acaba de perder o emprego no Governo do Espírito Santo.
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Evangélica e nora do falecido pastor Waltir Pereira da Silva, da Igreja em Vitória, de Barro Vermelho, Rosana exerceu uma função comissionada durante todo o governo passado de Renato Casagrande (PSB), na Secretaria de Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades). Até a semana passada, ela era chefe do Sistema Nacional de Emprego Geral (Sine) no Espírito Santo, órgão vinculado à Subsecretaria de Estado de Trabalho.
Na última quinta-feira (26), o Diário Oficial do Estado publicou seu ato de exoneração, assinado dois dias antes pela secretária de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, Cyntia Grillo.
Rosana tem 54 anos e nenhuma militância política ou partidária. Na eleição de 2018, ela colaborou na exitosa campanha do então vereador de Vitória Fabrício Gandini a deputado estadual.
Gandini já era e ainda é o presidente estadual do Cidadania, partido de centro-esquerda que deu legenda para Do Val se candidatar ao Senado naquele pleito, como um dos dois candidatos da coligação liderada por Renato Casagrande (o outro foi o então senador Ricardo Ferraço, que não conseguiu se reeleger pelo PSDB).
De acordo com a nossa apuração, Rosana na verdade só entrou na chapa de Do Val, como 1ª suplente, para ajudar a completá-la. Segundo uma fonte que participou da composição na época, ela teria entrado até como solução provisória, para ser substituída depois, mas o prazo para isso expirou e ela acabou ficando.
Àquela altura, ninguém esperava que um dia a pedagoga pudesse chegar perto de assumir o mandato no Senado – até porque, mesmo no Cidadania, eventual eleição de Do Val era considerada bem pouco provável.
O outsider, no entanto, surpreendeu nas urnas, chegou em 2º lugar (atrás de Contarato) e conseguiu uma das duas vagas pelo Espírito Santo naquele pleito, em outubro de 2018. Gandini conseguiu uma cadeira na Assembleia Legislativa. E Casagrande voltou ao Palácio Anchieta.
Em 11 de fevereiro de 2019, comecinho da administração passada, Rosana foi nomeada para o cargo comissionado na Setades. Agora, acaba de ser demitida do cargo.
Pedagoga por formação, a possível futura senadora do Espírito Santo já deu aula para crianças, na rede particular de ensino infantil. Tem duas pós-graduações: em Gestão e em Alfabetização e Letramento. É casada e mora em Vitória.
Com base em informações de fontes que conhecem a pedagoga, se Do Val, quando eleito, podia ser considerado um “estrangeiro” na política, Rosana é uma outsider ainda maior.
Procurada pela coluna nesta quinta-feira (2), Rosana afirmou que só concederá entrevistas “depois que ele [Do Val] sair oficialmente]”. “Só quero dizer que sou militante desde 2002. Já fui da Executiva do PP antes de entrar no Cidadania.”
Ela está filiada ao Cidadania desde 2015.
