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Coluna Vitor Vogas

DER-ES passará por mudanças e diretor-presidente deve ser trocado

Ao que tudo indica, Luiz Cesar Maretto pode até assumir outro cargo de direção no órgão, mas deixará o comando. Grandes chances de a presidência do departamento passar para ex-deputado estadual

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Luiz Cesar Maretto é diretor-presidente do DER-ES. Foto: site do DER-ES

O poderoso Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) passará em breve por uma expressiva reestruturação. Além de mudanças na estrutura interna de funcionamento, o comando do órgão também deverá mudar de mãos. Ocupando o cargo de diretor-presidente desde o início do governo passado de Renato Casagrande (PSB), em 2019, o engenheiro civil e funcionário de carreira do DER-ES Luiz Cesar Marreto Coura (PSB) provavelmente deixará o topo da hierarquia do órgão, conforme ratificam fontes do governo.

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Segundo as mesmas fontes, Maretto tem boas chances de ser substituído pelo ex-deputado estadual Eustáquio de Freitas (PSB) no posto de nº 1. O engenheiro poderá, entretanto, ser reaproveitado no órgão. A ideia é que ele continue atuando na cúpula do DER-ES, à frente de uma diretoria a ser criada, com atribuições exclusivamente operacionais.

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Antes de uma troca de nomes, o que o governo busca é de fato uma mudança no organograma do DER-ES, com a finalidade de conferir maior agilidade à execução das obras sob a responsabilidade do órgão, hoje incomodamente engessada, conforme avaliações que circulam no Palácio Anchieta.

Subordinado à Secretaria Estadual de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), o atual Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) surgiu em outubro de 2019, a partir de uma lei complementar apresentada por Renato Casagrande. É o resultado da fusão do antigo Departamento de Estradas de Rodagem (mesma sigla) com o Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes) – também dirigido por Maretto em duas oportunidades.

Tecnicamente, o Iopes foi extinto, enquanto o antigo Departamento de Estradas de Rodagem virou o atual Departamento de Edificações e de Rodovias. Mas o ponto central é que, desse ponto em diante, o DER-ES absorveu as atribuições até então correspondentes ao Iopes.

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Ou seja, desde 2019, em vez de cuidar só das obras e da conservação de rodovias estaduais, o novo órgão se encarrega também das obras relativas a edificações (construção, reforma e manutenção de prédios públicos estaduais, como escolas, hospitais, presídios etc.). Basicamente, o DER-ES é o departamento que executa as obras em geral do Governo do Estado.

Porém a avaliação predominante no Palácio Anchieta é que essa fusão não deu certo, ou não alcançou plenamente os objetivos pretendidos. O órgão ficou inchado e, ao concentrar uma cartela tão vasta de projetos para tocar ao mesmo tempo, não viria conseguindo executá-los na velocidade desejada. O departamento passou a centralizar muitas atribuições e poderes, concentrados, para ser mais específico, no ocupante do cargo de diretor-presidente – no caso, hoje, Maretto.

Com a reforma interna, então – que demanda envio de projeto de lei complementar à Assembleia –, o que o governo Casagrande pretende, em primeiro lugar, é descentralizar a estrutura de comando, tornando-a mais horizontal. No momento, a ideia que mais agrada não é “desfazer a fusão”, isto é, voltar a desmembrar o DER-ES para recriar o Iopes. Tampouco criar outra estrutura da costela do departamento.

A tendência do governo é manter o cargo de diretor-presidente do DER-ES (que pode ser entregue a Freitas), mas com competências muito mais voltadas para a representação institucional do órgão, e criar, um patamar abaixo na linha de comando, uma diretoria-geral mais voltada para as tarefas executivas (a qual pode ficar com Maretto, cujo perfil realmente é mais técnico e operacional).

“Não é desmembrar. É destravar”, resume uma fonte.

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Outro objetivo da reestruturação é fortalecer o setor de planejamento e organização do DER-ES – hoje deficiente, segundo avaliações do governo.

O possível substituto

Como dito acima, o nome de Freitas no momento é somente especulado e não há nada definido quanto a isso. Mas faz muito sentido por uma combinação de fatores.

Primeiro porque, mesmo não tendo atividade partidária tão perceptível, Maretto é quadro antigo e orgânico do PSB. O partido do governador, portanto, já comanda esse órgão tão importante tanto do ponto de vista político quanto do orçamentário. Por que o PSB abriria mão do comando do DER-ES?

Segundo porque, se você pensar na categoria “aliados mais leais de Casagrande que não conseguiram se reeleger no ano passado, ficaram sem mandato e até agora estão ao relento”, não vem à mente muita gente além de Freitas. Na verdade, não sobra ninguém além dele.

Após ter exercido até o cargo de líder do governo na Assembleia no mandato passado, o socialista buscou uma vaga de deputado federal em 2022, mas não chegou lá. Como segundo candidato mais votado na chapa do PSB, ficou como 1º suplente de Paulo Foletto (PSB). E, mesmo não tendo sido eleito, foi bem votado no extremo norte do Espírito Santo, tendo sido o campeão de votos em alguns dos municípios da região.

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No fim do ano passado, Freitas não conseguiu se tornar secretário estadual de Agricultura – a pasta foi para Enio Bergoli. E até agora está desabrigado – situação que Casagrande, leal a quem lhe é leal, também deve querer resolver.

Terceiro porque o DER-ES tem, só neste ano, orçamento de R$ 908,2 milhões (e a execução pode ultrapassar R$ 1 bilhão). Mesmo não sendo secretaria de Estado, o órgão tem dotação orçamentária maior que a de quase todas as pastas. Só fica atrás das secretarias de Saúde, Educação e Segurança. Por sua finalidade, é obviamente um órgão com uma gama enorme de entregas – e mais: entregas bem visíveis e vistosas, erguidas sobre a terra (nada de saneamento básico), realizações concretas como estradas e edificações, que rendem prestígio e votos.

Maretto não tem pretensões eleitorais. Freitas, sim. E, conforme já observado, o ex-deputado não foi mal votado em 2022. A chefia de um órgão como esse, deixada nas mãos de um técnico, é desperdício de vitrine eleitoral.

Sobretudo se ficar mais concentrado no aspecto da representação institucional, leia-se política, o cargo de diretor-presidente pode vir a calhar para Freitas, assim como tê-lo ali pode calhar tanto ao PSB como ao governo Casagrande, eleitoralmente.


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