fbpx

Coluna Vitor Vogas

Philipe Lemos admite que pode ser candidato na Serra em 2024

Secretário destaca que Vidigal “ainda tem muito a contribuir”, mas se revela disposto a assumir “uma responsabilidade maior para cuidar da cidade”

Publicado

em

O jornalista Philipe Lemos disputou vaga para deputado federal, mas não se elegeu. Foto: Divulgação (Redes Sociais)

Desde que foi anunciado como secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra, no fim de fevereiro, o jornalista Philipe Lemos (PDT) passou a ser cotado como possível candidato de Sérgio Vidigal (PDT) à sucessão na prefeitura em 2024. Isso, é lógico, se o próprio prefeito da Serra decidir não concorrer à reeleição, como tem dado sinais de que pode mesmo fazer. Nessa segunda-feira (10), em entrevista ao EStúdio 360 Segunda Edição, Philipe não negou essa possibilidade. Ao contrário, alimentou-a.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

Indagado especificamente se teria interesse em ser essa alternativa para Vidigal, o agora secretário repetiu cinco vezes, com mínimas variações: “Não fugiria às minhas responsabilidades”.

Receba as notícias da coluna no grupo de Whatsapp do Vítor Vogas.

Philipe destacou que Vidigal “ainda tem muito a contribuir”, mas afirmou que o prefeito pode contar com ele para outros “projetos” e que ele próprio tem disposição para assumir futuramente “uma responsabilidade maior para cuidar da cidade”.

“Acredito muito que o prefeito tem ainda a contribuir, não só no período de mandato que resta a ele na prefeitura, mas também porque, tecnicamente, ele poderia estar em mais uma gestão. E acredito que ele tem muito, sim, a contribuir. A gente nunca conversou sobre esse nome, sobre uma possível indicação. O que posso dizer é que hoje o meu foco total é realmente desenvolver o trabalho na secretaria, levar as políticas públicas em que acredito. Agora, eu jamais fugiria das minhas responsabilidades enquanto cidadão e também enquanto agente político. Acredito que, se há um dever a cumprir, se há uma responsabilidade a ser cumprida por minha parte, eu não fugiria, eu não negaria”, respondeu o ex-apresentador de telejornais da TV Gazeta.

“Eu digo que 2024 vai ser um ano muito agitado, muito movimentado. E acho que não posso ainda fomentar algo nesse sentido. Mas insisto em dizer que não fujo das minhas responsabilidades enquanto cidadão e enquanto agente político, na Prefeitura da Serra, que é onde estou, e com os munícipes, já que estou atuando naquela região. Então eu não fugiria da minha responsabilidade”, reforçou.

Colocando ainda mais o nome para jogo, Philipe ainda mandou um “contem comigo”:

“O meio político precisa de pessoas que tenham propósito, que tenham seriedade. A política é feita por pessoas. Se são pessoas boas, com propósito, será fatalmente uma política de entregas. E é a essa política que me proponho. Então se há futuramente a possibilidade de uma responsabilidade maior para cuidar da cidade, para cuidar do bem público, eu digo que sim, contem comigo, seja ali onde estou, seja em outro local. O prefeito pode contar comigo nesta gestão, pode contar comigo em projetos.”

Aliado do governador Renato Casagrande (PSB), Philipe Lemos filiou-se ao PDT de Vidigal no dia 2 de abril de 2022, nos minutos finais do prazo de filiação de quem quisesse disputar a eleição passada. A escolha teve forte influência do próprio Casagrande, que operou para ajudar aliados a fortalecer suas chapas e equilibrar as chances dos vários partidos da sua coalizão nas eleições legislativas de outubro.

Pelo PDT, Philipe foi candidato a deputado federal, na primeira eleição disputa por ele. Com 45.260 votos, não passou do corte nas urnas.

Philipe conta que, após as eleições, o convite de Vidigal não foi o único recebido por ele, mas, na verdade, o quarto. Além da oferta de trabalho como secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra, ele diz ter sido convidado por outros dois prefeitos da Grande Vitória para integrar as suas equipes e, ainda, pelo governador.

O cargo no governo Casagrande seria o de subsecretário de Estado de Turismo, hoje ocupado por Fernando Rocha.

A Secretaria Estadual de Turismo ficou com outro aliado de Vidigal, na cota do PDT. Desde janeiro, o secretário é o presidente estadual do partido, Weverson Meireles.

Philipe Lemos assina ficha de filiação no PDT, entre Weverson Meireles e Sérgio Vidigal. Foto: Divulgação

Por que Philipe optou pelo convite de Vidigal? Também lhe fizemos essa pergunta. E a resposta dele também passa pelas urnas. Falando em “dívida de gratidão com a Serra”, o secretário dá outro indício relativo a possíveis pretensões eleitorais no município:

“A Serra foi o município onde obtive a maior votação. Tenho uma dívida de gratidão com a Serra. E entendo que assim eu posso trabalhar e devolver esse carinho, porque fui acolhido por essa cidade. Então isso foi algo que me ajudou a me definir e a aceitar esse convite do prefeito Sérgio Vidigal.”

Influências

Philipe só se aproximou de Vidigal após ter decidido entrar no PDT para concorrer a deputado federal – como dito, no apagar das luzes do prazo e por influência de Casagrande. Depois disso, os dois passaram a conviver. Hoje Philipe chama o prefeito de “parceiro” e “companheiro”.

Porém, nem Casagrande nem Vidigal. O jornalista conta que o primeiro líder político capixaba que o encorajou a entrar na vida pública foi o então governador Paulo Hartung (hoje sem partido), em meados de 2017.

“Começou com uma conversa informal com o Paulo Hartung e continuei essa caminhada com o apoio de outras pessoas, como o próprio governador Renato Casagrande, e ele sabe disso.”

Outra influência política para Philipe, segundo o próprio, é o falecido Leonel Brizola. Governador do Rio Grande do Sul nos anos 1960 e do Rio de Janeiro nos 1980, Brizola é o fundador e o maior vulto do Partido Democrático Trabalhista (PDT).

Segundo Philipe, ele admira Brizola por sua defesa da educação pública, bandeira sempre associada ao brizolismo. “Nunca estudei em escola particular. Venho da escola pública e valorizo muito a educação pública. Tem que ter um pouco de ideologia, senão você não sai do lugar.”