fbpx

Coluna Vitor Vogas

O que anunciou o novo chefe da Polícia Federal no ES em sua chegada

Conheça aqui as medidas e prioridades anunciadas por Márcio Magno Carvalho Xavier em cerimônia de posse nesta quarta-feira (29)

Publicado

em

Mário Magno Carvalho Xavier é o novo superintendente da Polícia Federal no ES

Márcio Magno Carvalho Xavier é o novo superintendente da Polícia Federal no ES

O delegado federal Márcio Magno Carvalho Xavier tomou posse oficialmente nesta quarta-feira (29) como novo superintendente regional da Polícia Federal no Espírito Santo. Nomeado para o cargo no dia 2 de maio, ele substitui o colega de instituição Eugênio Ricas, que, em fevereiro, deixou a chefia da Superintendência Regional para assumir a Secretaria de Estado da Segurança Pública, a convite do governador Renato Casagrande (PSB). Ricas e o governador, entre outras autoridades, prestigiaram a posse de Xavier, na sede da Superintendência, em Vila Velha, no fim da manhã desta quarta.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

O novo chefe da PF chega ao cargo assumindo alguns compromissos e fazendo anúncios importantes. Entre eles, a criação de um grupo específico para combate a fake news durante as eleições municipais deste ano no Espírito Santo, o fortalecimento da integração entre a PF e forças de segurança estaduais e municipais (iniciado por seu antecessor) e a intensificação de operações de repressão a crimes como tráfico de drogas, tráfico de armas e desvio de recursos públicos, além da priorização de ações preventivas para diminuir o consumo de álcool e entorpecentes entre adolescentes e jovens.

Receba as notícias da coluna no grupo de Whatsapp do Vítor Vogas.

Fake news

Quanto ao combate à desinformação durante o processo eleitoral, Xavier antecipou a criação de um núcleo específico para enfrentar o tema, em parceria com o Ministério Público, o Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) e outras forças policiais:

“A Polícia Federal na verdade é a Polícia Judiciária Eleitoral, por descrição legal. Aqui estamos fazendo um planejamento para as eleições. Vamos nos reunir com todas as autoridades do Ministério Público, do Tribunal Regional Eleitoral e das forças de segurança, para fazer esse planejamento. E, por óbvio, nesse planejamento estará contemplado um grupo para combate a esse tipo de informação falsa”.

Operações

O novo superintendente anunciou o firme propósito de potencializar operações da Polícia Federal em “todas as áreas”, destacando algumas que requerem atenção especial, relacionadas ao crime organizado:

“Vamos intensificar as operações em todas as áreas. Não tenho preferência por áreas dentro da Polícia Federal. Agora, tem algumas em que necessariamente temos que focar um pouco mais: tráfico de armas, tráfico de drogas, até pelas particularidades do Estado. Também o desvio de recursos públicos. Não que aqui aconteça, mas, no combate ao desvio de recursos públicos, atuamos até para auxiliar os bons gestores, juntamente com a Controladoria-Geral da União, o Tribunal de Contas da União, a Receita Federal, porque o dinheiro que sai dos cofres públicos poderia estar sendo investido em educação, em saúde… Isso causa muito mais mortes do que crimes comuns e violentos, então essa questão dos desvios é tão ou mais grave que os crimes violentos”.

Integração policial

Xavier comprometeu-se a maximizar também os esforços de integração da Polícia Federal com as forças de segurança subordinadas ao Governo do Estado (Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal e Bombeiros) e às prefeituras (Guardas Municipais), além de outras forças nacionais, como a Polícia Rodoviária Federal.

No Espírito Santo, desde a gestão de Eugênio Ricas à frente da Superintendência, esse esforço está consubstanciado na Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco). O novo superintendente explicou como pretende fortalecer as ações integradas:

“Como já está sendo feito, seja através da Ficco, seja através de ações específicas. Por vezes, eles dependem de informações nossas e a gente transmite. Há a troca de inteligência, a troca de informações dos nossos sistemas, ou até mesmo a questão operacional. Por vezes nós temos uma investigação aqui de determinada área, e peço socorro de outra força para compor a equipe. E assim nós vamos nos aproximando e aumentando ainda mais a integração”.

Em seu discurso na cerimônia, o governador Renato Casagrande destacou a presença de três membros de carreira da PF no alto escalão de seu governo – os secretários de Segurança, Eugênio Ricas, Justiça, Rafael Pacheco, e Planejamento, Álvaro Duboc –, além de um da Polícia Rodoviária Federal – o secretário de Controle e Transparência, Edmar Camata. Essa singularidade, segundo Xavier, favorece o trabalho de cooperação entre agências.

Além da Polícia Federal, a Ficco atualmente é composta por Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Secretaria de Estado de Segurança Pública, Guardas Municipais de Vitória, Vila Velha, Serra e Viana.

Investigações internas

Evocando a sua passagem pela Corregedoria-Geral da PF, o sucessor de Eugênio Ricas garantiu tolerância zero com eventuais desvios cometidos dentro da própria corporação:

“Os desvios cometidos na corporação têm que ser combatidos. Eu trabalhei especificamente na área de ações internas da Corregedoria-Geral da Polícia Federal durante quatro anos e meio. Então, todo mundo me conhece até por conta do combate a eventuais desvios. Posso afirmar para vocês que, dentro da Polícia Federal, é um percentual mínimo. Não vou falar que é inexistente porque eu estaria sendo leviano. Mas a Polícia Federal tem uma Corregedoria forte, uma Diretoria de Inteligência forte, e, se constatado qualquer desvio de conduta, ele é combatido e reprimido exemplarmente”.

Prevenção ao uso de drogas

Xavier anunciou, ainda, o compromisso de não apenas atuar na repressão, mas também fortalecer a prevenção no que se refere a problemas como o uso de drogas (inclusive as lícitas).

Como exemplo de ação preventiva, ele destaca o Programa #Tamojunto 2.0, voltado para a conscientização de crianças e adolescentes quanto aos malefícios do consumo de álcool, tabaco e outras drogas legalizadas no país. O novo superintende pretende implementar no Espírito Santo o programa, já promovido com sucesso pelo Ministério da Saúde em outras partes do país. Direcionado a alunos de 11 a 14 anos (anos finais do ensino fundamental), o programa é realizado em escolas, com uso de material didático específico.

“A PF já faz um trabalho preventivo muito bom no Espírito Santo, diria até excelente nessa seara da prevenção. Foram 42 mil alunos que visitaram aqui a sede da Superintendência para receber palestras sobre prevenção ao uso de drogas e pedofilia. Inclusive, durante essas palestras, até pela reação das crianças, foram identificadas algumas que sofreram abusos, e elas já foram direcionadas para terem uma assistência e um acompanhamento. E nós temos um projeto muito estruturado, dentro da Polícia Federal, que é o Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, o GPRED, que se baseia justamente no foco da prevenção. Temos ainda esse projeto #Tamojunto 2.0, com materiais didáticos bem elaborados, consolidados, que envolvem 12 aulas para algumas turmas nas escolas. Pretendemos implementá-lo aqui num futuro próximo.”

Quem é o novo superintendente

Formado em Direito pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (1996), Márcio Magno Carvalho Xavier está na Polícia Federal desde 2009. Antes de ser designado para assumir a Superintendência Regional do Espírito Santo, estava à frente da Delegacia de Sorocaba, no interior de São Paulo, onde atuou por um ano. Com sua efetivação no lugar de Eugênio Ricas, o delegado Arcelino Vieira, que respondia interinamente pelo cargo, voltou para a Delegacia Regional de Polícia Judiciária.

Na Polícia Federal, Xavier já atuou nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e, por quatro anos, no Amazonas. Também atuou na Corregedoria-Geral da instituição e investigou supostas fraudes cometidas no âmbito da Operação Lava Jato. Em São Paulo, foi delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado. Também já exerceu o cargo de diretor de Inteligência Penitenciária do Ministério da Justiça e chegou a ser diretor-geral substituto do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), no mesmo ministério.


Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui