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Coluna Vitor Vogas

O Cordel do Debate da Band entre os candidatos a prefeito de Vitória

Tem moto até no rolé, / Pazolini e não é cinema / tem capitão, coroné… / mas guerra tampouco é o tema. / O mote da nossa história, / que neste cordel lhes relato, / é a nova eleição em Vitória. / Eis aqui os candidatos!

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Os seis candidatos a prefeito de Vitória

Os seis candidatos a prefeito de Vitória foram convidados para o debate na TV Capixaba. Foto: Divulgação

Tem moto até no rolé,
Pazolini e não é cinema,
tem capitão, coroné…
mas guerra tampouco é o tema.
O mote da nossa história,
que neste cordel lhes relato,
é a nova eleição em Vitória.
Eis aqui os candidatos!

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Comecemos pela dama,
a única nesta disputa!
Nos movimentos fez fama
e cresceu em muitas lutas,
até que chegou à Câmara
e do embate não fuGil-
Van-dalizaram com ela,
mas para a Assembleia subiu.

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Agora, aos 40, debuta,
com o 50, a psolista,
em eleição pra prefeitura,
pela esquerda mais sinistra.
Neste “Cordel de Seis Rostos”,
ou seis faces – “Vai, Camila!”
– sussurrou-lhe o anjo torto –
“Vai ser gauche* nesta vida!”

E vem mesmo, com a Rede,
pra tentar fazer sua cama,
com o lençol do PSol
e um vermelho pijama.
Precisa de cama elástica…
Dinheiro e tempo são módicos
e mui arriscada é a tática:
divide os votos com o próximo…

O segundo de um trio,
mais do centro para a esquerda,
João Coser vem com brios
pra reerguer o PT das perdas.
Aposta no seu legado
de oito anos de gestão,
porém será obrigado
a enfrentar a rejeição.

Dez anos passou sem mandato,
mas logrou a redenção:
há dois anos, deputado,
com expressiva votação.
Agora vem na oposição
ao prefeito republicano.
Fala em centralização,
“isolamento” e enganos.

Desta vez ele não chega
a esconder o PT e Lula.
“Todos sabem”, não renega;
afirma-o, sim, sem firulas.
Disse-o e não dissimula,
mas enfrenta um dilema:
o petismo que o ajuda
é também o maior problema.

Ao centro, entre a direita e o petista,
vem vindo, lá do fundo do quintal,
o filho de Dona Mariazinha,
chegado a um bom samba e carnaval.
Engenheiro do BNDES,
ajudou a fazer o Plano Real.
E é de um plano, aliás, que ora carece,
segundo ele, a nossa capital.

Luiz Paulo, assim como o João,
é aliado e apoiado por Renato,
foi prefeito e resgata sua gestão,
seu legado e os feitos do mandato:
o Projeto Terra e tamanhas
melhorias em São Pedro e morros vários.
Imodestamente, sua campanha
o define como um grande “visionário”.

O maior desafio de Luiz Paulo,
que encerrou o seu governo em 2004,
é provar que, passados tantos anos,
não é um fóssil de tucano, um dinossauro,
ou que um “dino” pode ter, perfeitamente,
melhor mente que a de muita jovem gente,
e que está de fato pronto, no presente,
para projetar Vitória para a frente.

O quarto vem lá no canto
direito, bem na extremidade:
Capitão Assumção, lhes garanto,
aposta sempre na polaridade,
grudando no ex-presidente.
Estratégia de efeito incerto:
atrai votos dessa corrente,
mas também rebaixa o próprio teto.

Se bem que ele vem, desta vez,
com nova roupagem, literalmente:
sem a farda e, vejam vocês,
sem o “Capitão”, a patente!
No plano de governo, igualmente
(sem escola militar nem “Sem Partido”),
um Assumção bem mais contido
é o que aparece para a gente.

Sem farda, nu em pelo
parece, mas não está:
fixado ao tornozelo,
há um adereço a enfeitar.
Xandão mandou prendê-lo;
a Ales mandou soltar.
O sol? Tornou a vê-lo,
mas mantida foi a cautelar…

O quinto, nem lhes conto…
É desta lista o azarão!
Vinte milhões de contos
em bens, na declaração!
O que ele tem de grana
(me empresta aí um vintém…)
tem de vontade e gana,
mas chance real não a tem.

Não é Dedé nem Didi.
É Du, o da Kawasaki!
Candidato, não vou mentir,
totalmente kamikaze.
Empresário de respeito,
quis entrar em nova fase:
resolveu virar prefeito,
mas não deu nem para o “quase”…

Muita grana no alforge
e um reforço dos Bombeiros:
Coronel Wagner Borges
é o seu vice-prefeito.
Aliás, bem mais que vice!
Se Du ganhar, na verdade,
Vitória terá, ele disse,
Dois prefeitos, dois alcaides!!!

(Ou um só, pela metade…
Depende do ponto de vista.
O que importa? A Kawasaki
acelera nesta pista!!!)

Por fim, no corner direito,
Quem é que desponta? Pazolini!
Após seu nome ter feito
nos anos de combate ao crime,
virou deputado e, agora,
tem um título a defender:
será ao delegado, em Vitória,
delegado novamente o poder?

Chega à campanha à reeleição
sem dizer-se apoiador do “Mito”,
com alta taxa de aprovação
e na condição de favorito.
Após casamento infeliz
com sua vice e público divórcio,
novo enlace, agora com Cris,
que veio do mundo dos negócios.

Fez a nova Orla Noroeste,
reforma da Curva da Jurema,
mas nem tudo foi festa e confetes,
houve controvérsias e problemas:
briga muito chã com a Capitã;
acusação grave e sem sustento
ao governador: disputa vã
que alimenta o tal “isolamento”.

Hoje os seis têm encontro marcado
para confrontar ideias e histórias,
no primeiro e tão aguardado
debate dos candidatos em Vitória.
A expectativa é muito grande,
é uma ansiedade que não acaba!
Ao vivo, às dez e quinze, pela Band.
Não perca! É na TV Capixaba.

* Esquerda: em italiano, sinistra; em francês, gauche. A alusão é ao “Poema de Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade.


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