Gilvan anuncia que Assumção vai concorrer a prefeito de Vitória pelo PL

Gilvan da Federal, Capitão Assumção e Carlos Salvador. Crédito: Reprodução

O deputado estadual Capitão Assumção (PL) acaba de ser anunciado como pré-candidato a prefeito de Vitória. O anúncio foi feito pelo deputado federal Gilvan da Federal (PL), ao lado do próprio Assumção e do secretário-geral do PL no Espírito Santo, o pastor Carlos Salvador, num vídeo gravado ontem (13) à noite na sede do partido, em Vitória, e enviado à imprensa nesta sexta-feira (14). Ao fundo, imagens ampliadas de Assumção e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no backdrop, para demarcar a conexão política.

Ao declarar seu apoio a Assumção, Gilvan sublinhou a polarização política do país, tratou o correligionário como “um verdadeiro patriota” e indicou que a estratégia do PL nas eleições do ano que vem passará por nacionalizar a disputa municipal:

“Estamos anunciando o deputado estadual [Assumção] como pré-candidato a prefeito de Vitória. Por que nós iremos apoiá-lo? Em 2022, nós passamos pelo pior momento que o nosso país já passou. De um lado, alguém condenado por corrupção e lavagem de dinheiro [Lula], de outro alguém que defende a família, os valores cristãos e nossa pátria [Bolsonaro]. E muitos viraram as costas para o nosso país. Além de o prefeito olhar pela sua cidade, ele não pode esquecer da sua pátria, do seu país.”

“O Capitão Assumção aqui é um verdadeiro guerreiro, um verdadeiro patriota. E Vitória merece alguém de direita de verdade, alguém patriota, que cuide da cidade, mas não esqueça do seu país.”

Assumção agradeceu a Gilvan, a Carlos Salvador, ao senador Magno Malta, presidente estadual do PL, e “ao nosso presidente, Jair Messias Bolsonaro”:

“Agradeço por colocarem nosso nome como pré-candidato a prefeito de Vitória pelo partido mais unido da República, que é o PL. E eu quero batalhar muito, deputado, meu amigo Gilvan da Federal e nosso amigo Carlos Salvador, para que a gente possa fazer a diferença por esta capital.”

Sem citar o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), Assumção deixou uma crítica contundente à atual administração: “De coração, vou me empenhar o máximo possível para que a gente possa fazer a diferença na Capital, Vitória, que hoje está esquecida no tempo. Conte comigo!”

Por sinal, ao dizer que “muitos viraram as costas para o país” e que “Vitória merece alguém de direita de verdade”, Gilvan também parece mirar em Pazolini, sinalizando a estratégia de se arvorarem em “verdadeiros representantes da direita” e taxarem o atual prefeito como um “traidor da causa” ou algo assim. Ou seja, se Pazolini e Assumção realmente disputaram o mesmo cargo, haverá disputa em Vitória, dentro do campo da direita, pelos votos dos eleitores mais alinhados ao bolsonarismo.

Ao mesmo tempo, ao inaugurarem tão antecipadamente a estratégia de polarizarem com a esquerda, os representantes do PL certamente têm por alvo os deputados estaduais João Coser (PT) e Camila Valadão (PSol), que também são possíveis candidatos à Prefeitura de Vitória.

Assumção, Gilvan e Salvador “assinam” o vídeo com dois slogans de Bolsonaro: “A nossa bandeira jamais será vermelha. É Deus, pátria, família e liberdade”.

Dois anúncios, na verdade

A um ano do período das convenções partidárias que definirão as candidaturas nas próximas eleições municipais, muita coisa ainda pode mudar, mas, neste momento, o anúncio feito pela dupla tem um duplo significado. Explicitamente, fica comunicado ao público que Assumção será o candidato do PL à Prefeitura de Vitória. Implicitamente, fica anunciado que Gilvan não vai concorrer ao cargo hoje ocupado por Pazolini.

Como Gilvan já foi vereador em Vitória, entre 2021 e 2022, e a cidade é seu principal reduto eleitoral imaginava-se que o deputado federal pudesse concorrer a prefeito da Capital. Nessa hipótese, Assumção poderia disputar a Prefeitura de Vila Velha. O anúncio também é uma forma de calar tal especulação.

Só um detalhe…

É discutível a afirmação de que, no momento, o PL seja “o partido mais unido do Brasil”, haja vista a divisão da bancada na votação da reforma tributária na Câmara Federal e o consequente “quebra-pau” no grupo dos deputados federais do partido no Whatsapp, amplamente noticiado pela imprensa nacional nos últimos dias.