Coluna Vitor Vogas
Gandini é o novo vice-líder de Casagrande na Assembleia Legislativa
À parte um estremecimento na relação nos primeiros meses de 2023, deputado sempre foi aliado do atual governador, em Vitória e na Ales
![Gandini cumprimenta Casagrande, sendo observado por Marcelo Santos. Foto: assessoria de Gandini](https://es360.com.br/wp-content/uploads/2025/02/Gandini-1-713x1024.jpeg)
Gandini cumprimenta Casagrande, sendo observado por Marcelo Santos. Foto: assessoria de Gandini
O deputado estadual Fabrício Gandini (PSD) aceitou o convite do governador Renato Casagrande (PSB) e é o novo vice-líder do governo na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). Quem assume o cargo de líder é o deputado Vandinho Leite (PSDB). Gandini passará a auxiliar Vandinho e o próprio governo nas articulações com os demais deputados, visando sobretudo à aprovação de projetos de interesse do Executivo Estadual.
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Vandinho substitui na liderança o deputado Dary Pagung (PSB), que se torna o primeiro vice-presidente da Mesa Diretora. Já Gandini assume a vice-liderança no lugar de Tyago Hoffmann (PSB), que se licenciou do mandato no início de janeiro para assumir a Secretaria Estadual de Saúde.
Casagrande anunciou Gandini durante sua passagem pelo plenário, na sessão solene de abertura do ano legislativo, que reuniu muitas autoridades estaduais, na tarde desta terça-feira (4). Em clima de entusiasmo, o governador celebrou a nova função do parlamentar: “Meu vice-líder, rapaz! Meu vice-líder aqui na Assembleia! Trate ele bem”, disse, brincando, ao prefeito de Jaguaré, Marcos Guerra (União).
Segundo a assessoria de Gandini, o deputado destacou sua relação histórica com Casagrande e reafirmou seu compromisso em contribuir com o governo na construção de projetos estratégicos para o Estado. “O governo está indo na direção correta. Fui convidado e aceitei. Quero ajudar na articulação e no avanço das pautas que impactam a vida dos capixabas”, afirmou.
O parlamentar também enfatizou a parceria com Vandinho. “A ideia é nos apoiarmos no plenário. Já faço a análise dos projetos pelo gabinete e, caso necessário, trabalharei junto aos colegas para esclarecer e garantir entendimento sobre as matérias”, explicou.
Gandini lembrou que, quando presidiu a Comissão de Constituição e Justiça, no mandato passado (2019-2022), já desempenhava um papel essencial na mediação e no debate dos projetos.
Com origens políticas em Jardim Camburi, o deputado de segundo mandato construiu sua trajetória política como aliado de Casagrande. Entre 2009 e 2018, foi vereador de Vitória por três mandatos consecutivos, tendo presidido a Câmara Municipal no biênio 2013-2014.
Em 2014, ele chegou a ser candidato a vice-governador na chapa de Casagrande, mas o então governador perdeu a reeleição para Paulo Hartung naquele pleito.
Em 2018, elegeu-se para o primeiro mandato de deputado estadual. Como referido acima, foi o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Assembleia, cumprindo de fato uma função estratégica para o governo Casagrande no mandato passado.
Nessa história, houve apenas um estremecimento que precisa ser pontuado. Nos primeiros meses de 2023 – início do atual mandato –, Gandini chegou a se afastar da base e ensaiar uma postura mais independente em plenário. Em alguns projetos, pontualmente, votou contra o governo Casagrande.
Em um episódio marcante – a votação de um auxílio financeiro para estudantes da rede estadual –, ele apresentou uma emenda em plenário e bateu de frente com o governista Tyago Hoffmann – o qual, por ironia, estava praticamente estreando na função de vice-líder, agora assumida por ele.
No entanto, poucos meses depois, a turbulência na relação política foi superada, e Gandini voltou a se integrar à base e a apoiar o governo na Assembleia. Agora, como prova da confiança restabelecida, ele é escalado para a vice-liderança.
A delicada situação de Gandini no PSD
Do ponto de vista partidário, Gandini se encontra atualmente numa posição um pouco delicada. Desde o fim de 2023, ele está filiado ao Partido Social Democrático (PSD). Trata-se do futuro partido do ex-governador Paulo Hartung, adversário de Casagrande. No fim de dezembro passado, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, anunciou que Hartung se filiará à sigla em abril deste ano – após encerrar seu atual mandato como conselheiro da empresa Vale.
Cogita-se que Paulo Hartung possa disputar a próxima eleição majoritária – possivelmente, a senador –, em grupo de oposição a Casagrande. Se Gandini quiser trocar de partido sem risco de perder o mandato, terá de esperar a próxima janela para deputados, em março do ano que vem. De todo modo, o novo vice-líder de Casagrande terá de ficar pouco mais de um ano no partido que tem tudo para ser a nova casa de um dos maiores adversários políticos do governador.
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