Coluna Vitor Vogas
Filha de Magno Malta pode seguir os passos políticos do pai
E mais: o que diz o PL sobre a aliança de Arnaldinho com o PSB; o partido mais cotado para receber Gandini; o que restará do Cidadania no ES?

Magno Malta com a filha Maguinha Malta. Crédito: Assessoria do senador
Presidente estadual do PL, o senador Magno Malta está pensando seriamente em lançar uma de suas filhas, Magda Santos Malta, ao cargo de vereadora de Vila Velha na chapa do partido daqui a cerca de um ano.
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Maguinha, como é mais conhecida, é publicitária e musicista. Ao lado do pai, já fez parte do grupo de pagode gospel Tempero do Mundo. Desde fevereiro deste ano, ela é assessora parlamentar lotada no gabinete do deputado federal Gilvan da Federal, do partido de Magno, com remuneração bruta de R$ 8,3 mil por mês, mais benefícios.
A assessoria do senador informou que Magno não descarta a possibilidade de lançá-la à Câmara de Vila Velha.
Magno também entrou na vida pública como vereador, mas de Cachoeiro de Itapemirim, de 1993 a 1995.
O que diz o PL sobre Arnaldinho com o PSB?
Por falar em PL, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), apesar da aliança eleitoral selada com o PSB, não descarta buscar atrair o partido de Magno para seu palanque à reeleição em 2024, até porque mantém ótima relação política com o deputado estadual Capitão Assumção (PL) e com o único vereador da sigla na cidade, Devacir Rabello.
Mas o presidente do PL em Vila Velha, pastor Carlos Salvador, afirma que não há a mínima chance de isso acontecer. “Sou o presidente do partido na cidade e nunca conversei com ele [Arnaldinho]. Apoiar? O PL terá candidatos nos 78 municípios, como cabeça ou pescoço”, enfatiza, repetindo uma das expressões preferidas de Magno.
Nesse caso, quem será o candidato do PL em Vila Velha? “Todos os filiados estão concorrendo a essa possibilidade”, despista Salvador.
O partido mais cotado no momento para receber Gandini
O deputado estadual Fabrício Gandini deixou a presidência do Cidadania no Espírito Santo e pretende se desfiliar da sigla, a qual presidiu por muitos anos, com autorização da Justiça Estadual.
Para poder sair sem risco de perder o mandato na Assembleia, Gandini obteve uma carta de anuência do Diretório Estadual do Cidadania, comandado até então por ele próprio. De posse do documento, entrou com ação de reconhecimento de justa causa para desfiliação no TRE-ES. Agora, aguarda a liberação.
Fontes da coluna apontam que, hoje, o destino mais provável de Gandini é o Partido Social Democrático (PSD). Fundada e liderada nacionalmente por Gilberto Kassab, a sigla é presidida no Estado, desde o início do ano, pelo ex-deputado estadual Renzo Vasconcelos, pré-candidato a prefeito de Colatina.
Tapete vermelho estendido
Renzo confirma ter convidado Gandini, por quem diz nutrir grande admiração. Os dois foram colegas na Assembleia na legislatura passada (2019-2022) e, antes disso, correligionários no Cidadania. Em 2012, Renzo elegeu-se vereador pelo partido, então chamado PPS.
O agora cacique local do PSD afirma que garante a Gandini totais condições para ele concorrer pela legenda à Prefeitura de Vitória: “Claro! Tenho que garantir. Um candidato da envergadura dele…”
Já no Cidadania, federado desde o ano passado com o PSDB, a fila de pré-candidatos é grande e o espaço está apertado para Gandini pleitear novamente a Prefeitura de Vitória.
Além do ex-prefeito Luciano Rezende (do próprio Cidadania), são sempre lembrados três tucanos como possíveis postulantes à cadeira na qual hoje se senta Lorenzo Pazolini (Republicanos): o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, o deputado estadual Mazinho dos Anjos e o ex-deputado estadual Sergio Majeski.
Capitães que entregam o leme
Manifestada oficialmente ao TRE-ES, a intenção de Gandini de abandonar o próprio navio do Cidadania prova duas coisas.
A primeira é que fidelidade partidária não está valendo muito no mercado político, não é de hoje. Gandini é só mais um exemplo de um presidente estadual que decide sair do próprio partido, em busca de melhor posicionamento eleitoral.
Antes das eleições estaduais do ano passado, tivemos alguns outros exemplos, como Neucimar Fraga, que foi para o PP, e Janete de Sá, que migrou para o PSB. Eram, respectivamente, presidentes estaduais do PSD e do PMN.
O último a sair apague a luz
A segunda constatação é que, nesse passo, o Cidadania tende a virar terra arrasada no Espírito Santo.
O declínio do partido espanta pela velocidade. Nas eleições de 2018 e 2020, o Cidadania colheu muito bons resultados no Espírito Santo. Mas, dos principais eleitos, não sobrou quase ninguém.
Em 2018, a agremiação elegeu o senador Marcos do Val e o deputado federal Josias da Vitória, ambos filiados por Gandini e Luciano Rezende. Em 2020, fez muitos prefeitos no interior. Em Vitória, Gandini ficou no 1° turno, mas o partido elegeu a maior bancada da Câmara Municipal, com três vereadores: Denninho Silva, Luiz Emanuel Zouain e Maurício Leite.
Gandini agora indica o desejo de zarpar. Do Val foi para o Podemos no primeiro ano de mandato (2019). Da Vitória migrou para o PP no ano passado. Denninho foi para o União Brasil. Luiz Emanuel, para o Republicanos. Na Câmara da Capital, restam Maurício Leite e Vinicius Simões, que assumiu no início do ano como suplente de Denninho.
Mas, líder de peso mesmo, só resta Luciano Rezende, sem mandato desde 2020.
Luciano tem sido muito incentivado pelo governador Renato Casagrande (PSB), seu antigo aliado, a voltar a postular o cargo de prefeito de Vitória. Em conversas a portas fechadas com outros líderes políticos, não viria demonstrando aquele brilho nem aquele sangue nos olhos para voltar ao cargo que foi seu de 2013 a 2020.
Além disso, na federação com o PSDB, resta ao antigo PPS papel de coadjuvante.
Ricardo ainda pode ir para o MDB
Nesta semana, voltou a ganhar força a articulação para que o vice-governador Ricardo Ferraço (PSDB) volte a se filiar ao MDB. A ideia é que ele já chegue com voz de comando no partido no Espírito Santo – e só assim ele fará tal movimento. Hoje, a Executiva Estadual Provisória é presidida pela ex-senadora Rose de Freitas, que a princípio precisa realizar convenção estadual até 31 de agosto, conforme resolução de março da direção nacional.
Ricardo já foi convidado por Rose e pelo presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. Esse movimento havia esfriado, mas ganhou novo fôlego como alternativa do Palácio Anchieta para neutralizar a tentativa, exposta aqui, do ex-deputado federal Lelo Coimbra em bater chapa contra Rose e retomar o comando do partido em solo capixaba.
Lelo, vale sempre lembrar, é histórico aliado do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), por sua vez adversário de Casagrande, este aliado de Ricardo e Rose.
