Coluna Vitor Vogas
Ex-vice-prefeito de Vitória vira diretor na Assembleia Legislativa
Engenheiro Civil, Sergio de Sá (PDT) foi vice de Luciano e secretário de Habitação de Vitória por 15 anos. Também é filho do deputado Zé Esmeraldo, aliado de Marcelo Santos (o autor da nomeação). “Foi um somatório de fatores”, reconhece Sá
Por escolha do novo presidente da Assembleia, Marcelo Santos (Podemos), o ex-vice-prefeito de Vitória Sergio de Sá Freitas (PDT) acaba de ser nomeado para um cargo comissionado de direção na estrutura da Casa: de acordo com ato de Marcelo publicado na edição de ontem (9) do Diário do Poder Legislativo, Sá é o novo diretor de Infraestrutura e Logística da Assembleia, com salário-base de R$ 11,8 mil.
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Engenheiro e secretário de Habitação de Vitória por 15 anos (de 2005 a 2020), Sá é filho e correligionário do deputado estadual José Esmeraldo (PDT), um dos primeiros e maiores apoiadores da candidatura de Marcelo à presidência da Assembleia. Em princípios de janeiro, Esmeraldo já estava com Marcelo, ao lado dos deputados Xambinho (PSC) e Janete de Sá (PSB). Mesmo quando mais de 20 deputados tendiam a apoiar Vandinho Leite (PSDB), Esmeraldo ficou firme com o deputado do Podemos.
Em conversa com a coluna, Sá reconheceu que sua nomeação se deu por um “somatório” de fatores: frisou sua formação e sua longa experiência como engenheiro civil, mas não negou a influência de alguns deputados, incluindo o próprio pai, na indicação para o cargo de livre nomeação, provido por escolha exclusiva do presidente da Assembleia.
“É um somatório. O Marcelo está montando uma equipe para dar uma resposta em todas as áreas na Assembleia. Em função da minha experiência tanto na Prefeitura de Vitória como no Estado e também da minha carreira na engenharia, ele entendeu que eu seria um bom nome para implementar medidas que ele quer implementar na Assembleia. Atribuo a nomeação a isso, em primeiro lugar. Em segundo, na construção da chapa do Marcelo, naturalmente houve uma composição da chapa de deputados que são próximos a mim e que indicaram o meu nome. Meu pai, inclusive.”
Serginho, como é mais conhecido no meio político, tem 46 anos, completados ontem, no dia da nomeação. É aliado de Renato Casagrande e foi filiado ao PSB, partido do governador, de 2008 até o ano passado. É engenheiro civil formado pela Ufes em 2000 e também já trabalhou no Tribunal de Contas do Estado e na iniciativa privada.
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Como gosta de destacar, ele é o secretário, em qualquer pasta, com a maior longevidade na história da Prefeitura de Vitória: foi secretário municipal de Habitação por 15 anos, ocupando o cargo nas duas administrações de João Coser (PT), de 2005 a 2012, e quase nas duas gestões inteiras de Luciano Rezende (Cidadania), de 2013 a 2020.
Em 2017, no início do segundo mandato de Luciano, Serginho tornou-se secretário de Habitação e Obras, a partir da fusão das duas pastas, acumulando o cargo com o de vice-prefeito. No começo de 2020, Luciano o exonerou do cargo de secretário, pois ele começou a se articular para ser candidato a prefeito e a fazer algumas críticas internas.
O candidato de Luciano à sucessão era o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania). Gandini e Serginho realmente se candidataram a prefeito, mas ficaram no 1º turno, na eleição vencida por Lorenzo Pazolini (Republicanos). Serginho concorreu pelo PSB.
Com a derrota eleitoral, o filho de Zé Esmeraldo e correligionário do governador foi absorvido no governo Casagrande. No início de 2021, foi nomeado subsecretário estadual de Infraestrutura, nº 2 na cadeia de comando da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura, chefiada por Fábio Damasceno (também do PSB). Participou, então, dos projetos do Portal do Príncipe, da reimplantação do sistema aquaviário, da ampliação da Terceira Ponte e do Complexo de Carapina.
Em março do ano passado, Serginho trocou o PSB pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi para o partido de Sérgio Vidigal a pedido do próprio Casagrande, que buscava então um equilíbrio entre as chapas dos partidos pertencentes à sua coalizão. Esmeraldo migrou para a mesma sigla.
Pelo PDT, Serginho disputou a eleição de outubro para deputado federal, enquanto Esmeraldo buscou a reeleição na Assembleia. O filho não logrou êxito nas urnas; o pai, sim.
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Na verdade, ele foi “promovido”
Com a nomeação para o novo cargo na Assembleia, pode-se dizer que Serginho na verdade foi “promovido” por Marcelo Santos. O ex-vice-prefeito é servidor efetivo da Casa desde 2016, aprovado em concurso público realizado anos antes. Antes da “promoção”, ele estava lotado na Diretoria de Documentação e Informação.
No cargo de técnico legislativo sênior (padrão A), ele ganhava salário-base de R$ 4.030,50, além de outras remunerações, para cumprir 30 horas semanais. Agora, passará a receber salário-base de R$ 11.794,50, fora outras remunerações, pelo cumprimento de 40 horas semanais.
Sob a Diretoria de Infraestrutura e Logística estão por exemplo, o Almoxarifado e o setor de Patrimônio da Assembleia. A diretoria é responsável pelas obras de manutenção predial e de mudança estrutural do Palácio Domingos Martins, sede do Poder Legislativo do Espírito Santo.
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