Coluna Vitor Vogas
Domingos Taufner é favoritíssimo para se eleger presidente do TCES
O pulso do tribunal, tomado pela coluna na véspera, indica uma vitória praticamente irreversível do conselheiro sobre o colega Rodrigo Coelho
O Tribunal de Contas do Estado (TCES) chega ao dia da sua eleição interna com um grande favorito para ser o próximo presidente da Corte, sucedendo o atual ocupante do cargo, Rodrigo Chamoun. É o conselheiro Domingos Taufner.
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A eleição está marcada para as 14 horas, no início da sessão plenária do tribunal. O colégio eleitoral é bem pequeno: têm direito a voto os sete conselheiros titulares. A votação é secreta.
Chamoun não pode se candidatar, pois está prestes a completar o seu segundo mandato consecutivo à frente da Corte, presidida por ele de 2020 a 2023. O Regimento Interno do TCES só permite uma recondução. Seu sucessor tomará posse em dezembro e presidirá o tribunal no biênio 2024-2025.
Nos bastidores, há duas candidaturas estabelecidas: a do próprio Taufner e a do atual vice-presidente, Rodrigo Coelho.
O pulso do tribunal, tomado pela coluna na véspera, indica uma vitória praticamente irreversível de Domingos Taufner sobre Coelho, ainda que pelo placar mais apertado possível: 4 a 3.
Para formar a maioria e garantir a vitória matemática, um candidato só precisa reunir quatro votos, e Taufner já tem garantidos os quatro de que necessita: o dele mesmo, o de Chamoun e os dos colegas Sérgio Aboudib e Luiz Carlos Ciciliotti.
São votos sedimentados, inamovíveis. Havia um resquício de dúvida relativa à posição de Ciciliotti. Sempre extremamente discreto e diplomático, o conselheiro com menos tempo no tribunal (chegou ali em 2019) guardou seu voto a sete chaves até o último momento, mesmo para alguns colegas de Pleno. Mas, dos corredores do TCES, chega-nos a informação de que ele está fechado com Taufner.
A Coelho, restam os votos dele mesmo e dos colegas Sebastião Carlos Ranna e Sérgio Borges. Os dois, conforme a nossa apuração, prometeram-lhe apoio desde o início do processo.
Dentro do TCES, porém, há quem chegue a apostar num placar mais dilatado: 5 a 2 para Taufner. Segundo essa especulação, o único swinging vote poderia ser o de Borges. Em dezembro, o conselheiro se aposentará compulsoriamente do TCES, pois no começo de janeiro completará 75 anos.
Quem não se aposentará são os servidores de confiança lotados em cargos comissionados no gabinete do conselheiro. Por esse ponto de vista, se pressentir a derrota inevitável do seu candidato (Coelho), Borges poderia até buscar uma composição política com o lado vencedor, passando pela reacomodação dos seus em outros setores do tribunal após a sua despedida.
Isso tudo, é claro, se o próprio Coelho não desistir – e, com perdão pelo trocadilho, recolher-se de volta à toca – na antessala da sessão eleitoral. Neste caso, a vitória de Taufner poderá até ser consagradora.
Por outro lado, se Coelho for até o fim e em se confirmando uma votação dividida (5 a 2, ou, pior, 4 a 3), evidências de uma Corte politicamente dividida serão transmitidas à sociedade e ao mundo político capixaba.
Um conselheiro ouvido pela coluna, sob condição de anonimato, teme pelas consequências desse cisma, para a própria Corte, ao longo do próximo biênio. No pior cenário, dias de profunda instabilidade política podem se apoderar do tribunal.
Pode ser uma projeção bem fatalista. Às vezes, essas coisas se ajeitam, as feridas se fecham, as fraturas se calcificam, as placas tectônicas se assentam, as arestas se aparam, as diferenças se resolvem, os problemas se acomodam.
Às vezes, não.
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