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Coluna Vitor Vogas

Como as eleições de 2026 se refletiram na posse dos prefeitos

Próxima eleição se fez sentir de várias formas nas cerimônias realizadas nessa quarta-feira, em declarações dos possíveis candidatos ou aliados deles

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Lorenzo Pazolini faz juramento na posse

Lorenzo Pazolini faz juramento na posse

Assim como o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), e o ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal (PDT) são cotados para ser o candidato a governador do grupo de Renato Casagrande (PSB) no ano que vem – com o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), correndo por fora. O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), também é cotado para concorrer ao cargo, mas em movimento alternativo ao de Casagrande.

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A próxima eleição estadual se refletiu de várias maneiras nas cerimônias de posse realizadas nessa quarta-feira (1º), em declarações dadas pelos próprios possíveis candidatos ou aliados deles.

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Weverson sobre Vidigal: “Só uma pausa breve”

Em seu discurso de posse, o novo prefeito da Serra, Weverson Meireles (PDT), insinuou que seu antecessor e mentor político, Sérgio Vidigal, voltará muito em breve a disputar mandatos – para bom entendedor, talvez já no próximo ano.

“Eu vou aqui dizer, sem medo de errar, que esse homem, Sérgio Vidigal, hoje dá uma pausa na vida pública. E acredito que será uma pausa breve, um respiro para ele voltar ainda mais forte e revigorado. É um verdadeiro ídolo para nossa cidade. Um ídolo para mim, um ídolo para muitos nesta cidade”, afirmou Weverson.

O detalhe é que essas palavras, desse jeito, estavam escritas no discurso lido por Weverson da tribuna da Câmara da Serra – pelo menos ele as disse olhando para o papel do discurso. O texto na certa foi redigido ou, no mínimo, supervisionado pela equipe de comunicação de Weverson e Vidigal.

Ou seja, o recado foi calculado e inserido ali com intenção.

Pazolini sobre Cris: “Preparada para desafios maiores”

Já o prefeito Pazolini, em seu discurso de posse na Câmara de Vitória, valeu-se de uma metáfora futebolística para falar dos próximos desafios que esperam ele mesmo e a vice-prefeita empossada com ele, Cris Samorini (PP):

“A vida do político é como a do jogador de futebol. Você assina o contrato. Se o time não renovar, você vai ter que voltar pro mercado. E nós tivemos aqui a chance e a felicidade de termos o contrato, no meu caso, renovado, e a Cris que agora está com o contrato assinado por quatro anos e que certamente estará preparada para desafios maiores nesses quatro anos, tenho certeza disso”.

“Desafios maiores nesses quatro anos”. Como já noticiado aqui, Cris tem tudo para acumular o cargo de vice-prefeita com o de secretária municipal de Desenvolvimento da Cidade e Habitação, o que já será um grande desafio. Mas outro ainda maior pode esperá-la: se Pazolini for mesmo candidato ao Palácio Anchieta, terá de renunciar até abril de 2026, deixando a Prefeitura de Vitória nas mãos de Cris. Pode ter sido essa a menção muito subliminar do prefeito.

As indiretas de Hércules para Arnaldinho

Em Vila Velha, a cerimônia de posse foi realizada no Centro de Convenções do município, em Itaparica, e conduzida pelo ex-deputado estadual Doutor Hércules (PP), agora de volta à Câmara Municipal. Por ter sido o candidato a vereador mais votado, Hércules tocou os trabalhos, deu posse a Arnaldinho, ao vice-prefeito, Cael Linhalis (PSB), aos colegas… e discursou.

No discurso, com um sorriso maroto, disse o seguinte para Arnaldinho: “O povo de Vila Velha quer que você fique por quatro anos. Mas, se você for convocado, nós vamos conversar…”

No final, ainda gracejou: “Agora, chamo o prefeito empossado para dois ou quatro anos”.

Arnaldinho respondeu a brincadeira amistosa com outra, chamando Hércules, campeão de votos, de “poca urna”.

O duelo particular entre Arnaldinho e Pazolini

Possíveis oponentes na disputa para governador no ano que vem, os prefeitos de Vila Velha e de Vitória não estão só disputando quem faz a “Vila Natalina” maior e mais bonita, quem promove a queima de fogos de artifício mais longa e fascinante na virada do ano…

Começando a se projetar para além das divisas das respectivas cidades, os dois também passaram a disputar o mesmo slogan:

No fim de seu discurso de posse em Vila Velha, Arnaldinho ergueu o punho e gritou para o público: “Viva Vila Velha! E viva o Espírito Santo!”

Cerca de uma hora depois, Pazolini encerrou assim o seu próprio discurso da tribuna da Câmara de Vitória: “Viva Vitória! E viva o Espírito Santo!”

Euclério, bem, foi Euclério

Não vou dizer que ele tenha “chocado”, pois já estamos acostumados com seu estilo mega-sucinto, mas Euclério chamou atenção pela curtíssima duração de seu discurso. O prefeito de Cariacica falou por exatos quatro minutos (saudações inclusas), fugindo totalmente ao padrão nesse tipo de cerimônia. Weverson, por exemplo, falou por cerca de meia hora.

Vices com a palavra

Em Vitória e Cariacica, as respectivas vice-prefeitas, Cris Samorini e Shymenne de Castro (PSB), discursaram. A vice de Euclério, inclusive, protagonizou um momento de emoção, indo às lágrimas e agradecendo ao prefeito por tê-la escolhido como vice-prefeita.

Em Vila Velha, Cael Linhalis não discursou. Tampouco Gracimeri Gaviorno (MDB) na Serra.

Cris do outro lado da mesa

Em seu discurso na Câmara de Vitória, Cris Samorini mencionou espontaneamente o desafio que a reforma tributária, cuja regulamentação foi aprovada no fim do ano passado, representa para a nova administração de Vitória.

Não chega a ser um paradoxo, mas é certamente uma ironia e uma radical mudança no que se refere ao lugar ocupado por ela nesse debate.

A reforma, no longo prazo, é fundamental para fomentar o desenvolvimento econômico do país, na medida em que simplifica, racionaliza e dá transparência ao nosso sistema tributário. Exatamente por isso, sempre foi profundamente defendida pelo setor empresarial.

Se a economia do país inteiro cresce, todo mundo ganha no longo prazo. Mas, de imediato, na distribuição das receitas de tributos para as unidades federativas, é inegável que os municípios em geral perdem muito. E alguns – como é o caso de Vitória – perdem mais que os outros. Nos próximos anos, quando seus efeitos começarem a valer, a reforma deve representar uma perda de arrecadação muito grande para a capital capixaba.

Como dirigente da Findes e da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Cris sempre foi uma árdua defensora da reforma. Agora, como vice-prefeita (e possível futura prefeita), vai precisar ajudar a encontrar as soluções para compensar esse baque nas finanças públicas municipais. E tem consciência disso.

Em cinco meses, foi parar do outro lado da mesa.

A emoção de Pazolini

No início de seu discurso, Pazolini ficou muito emocionado e mal pôde conter as lágrimas ao agradecer à sua mãe, Margarida, e à sua esposa, a promotora de Justiça Paula Pazolini. Contou que ele (como delegado) e a mulher (como promotora) chegaram a sofrer ameaças à própria vida por conta de investigações.

Weverson: em nome do pai, da mãe e do padrinho

Weverson afirmou que considera Vidigal um “segundo pai”, Sueli Vidigal “como uma mãe” e Casagrande “o padrinho da Serra”.

Ricardo prestigia Wanderson

O vice-governador Ricardo Ferraço só compareceu à posse de um prefeito na Grande Vitória: foi a de Wanderson Bueno (Podemos), aliado do governo, em Viana.

Pazolini prestigia Euclério

Inusitadamente, Pazolini compareceu à posse de Euclério Sampaio em Cariacica, às 9 horas. Ficou na mesa de autoridades e até discursou brevemente.

Participações especiais

Na posse de Pazolini e Cris, compareceram os dois deputados federais do PP, Da Vitória e Evair de Melo. Foi um grande dia para o PP na Capital, pois logo depois o vereador Anderson Goggi, vice-presidente da sigla em Vitória, foi eleito presidente da Câmara Municipal.

Na de Arnaldinho, compareceu o deputado federal Victor Linhalis (Podemos), filho de Cael Linhalis.

Na de Weverson, o governo Casagrande foi representado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Juninho Abreu (PDT).

O atraso de Pazolini

Na própria cerimônia de posse, Pazolini e Cris chegaram ao plenário da Câmara de Vitória com atraso impressionante e injustificado de mais de uma hora. Pela falta de justificativa e pelo timing em que fizeram sua entrada, só há uma explicação lógica: aparentemente, o prefeito não quis “dar moral” para a vereadora Karla Coser (PT), da oposição.

A sessão de posse estava marcada para as 17 horas, como consta, inclusive, no Regimento Interno da Câmara. Começou um pouco depois disso. Como vereadora eleita com a maior votação, Karla Coser teve a incumbência de presidir a sessão. Na ausência do prefeito, ela tocou os trabalhos normalmente, convocando os colegas para assinarem o livro de posse e prestarem o juramento, um a um. Depois, fez o seu pronunciamento.

Foi um bom discurso, no qual a vereadora lembrou os casos de violência política de gênero sofrida por ela no mandato passado e pontuou o que deseja e espera de cada autoridade municipal no novo mandato: prefeito, vice-prefeita, vereadores. Sobraram, sim, duas ou três alfinetadas no prefeito e na vice.

Sobre Cris, Karla disse esperar que ela não tenha sua voz cerceada (referência aos desentendimentos de Pazolini com a Capitã Estéfane) e que entenda que a Prefeitura de Vitória “não é uma empresa”.

Karla leu seu discurso, escrito por ela mesma, endereçando-se ao prefeito e à vice nas partes que lhes diziam respeito e olhando para o centro da mesa das autoridades, como se estivessem presentes.

Logo depois que a vereadora encerrou seu pronunciamento, Pazolini e Cris entraram no plenário.

O líder de Arnaldinho

O líder de Arnaldinho na Câmara de Vila Velha será o vereador reeleito Devanir Ferreira (Republicanos).


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