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Coluna Vitor Vogas

Com mediação de Ricardo, Vandinho e Luiz Paulo inauguram diálogo eleitoral

Na prática, ex-prefeito teve candidatura em Vitória impedida pela direção local do PSDB em 2020, mas cachimbo da paz já foi fumado e partido agora exibe unidade. Luiz Paulo é um dos cinco nomes citados por Vandinho para concorrer à Prefeitura da Capital em 2024

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Vandinho Leite, Ricardo Ferraço e Luiz Paulo Vellozo Lucas são líderes do PSDB

Mostrando entrosamento e unidade partidária, três expoentes do tucanato capixaba se reuniram na manhã desta quinta-feira (23) para abrir o diálogo sobre a eleição municipal do ano que vem. O vice-governador Ricardo Ferraço recebeu o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas e o deputado estadual Vandinho Leite, presidente estadual do PSDB, no Palácio da Fonte Grande, onde fica a sede da Vice-Governadoria.

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“Foi uma ótima conversa sobre o PSDB e as eleições”, confirmou Luiz Paulo. Ele é apontado pelo próprio Vandinho como um dos cinco possíveis candidatos a prefeito de Vitória pela Federação PSDB/Cidadania, ao lado do deputado estadual Mazinho dos Anjos, do ex-deputado estadual Sergio Majeski (ambos do PSDB), do ex-prefeito de Vitória Luciano Rezende e do deputado estadual Fabrício Gandini (ambos do Cidadania).

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Desde janeiro, Luiz Paulo trabalha diretamente com Ricardo e sob o comando dele na Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes), como subsecretário de Integração e Desenvolvimento Regional. Ambos cultivam excelente relação.

Já a relação de Luiz Paulo com Vandinho sofreu um estremecimento justamente na última eleição municipal, em 2020. Pouco antes do período oficial de campanha, o ex-prefeito conseguiu voltar a se filiar ao PSDB numa articulação direta com a cúpula nacional do partido, então presidido pelo pernambucano Bruno Araújo – à revelia, portanto, da direção estadual da agremiação, já presidida àquela altura por Vandinho.

Luiz Paulo ensaiou lançar nova candidatura à Prefeitura de Vitória (ele concorreu em 1996, 2000 e 2012), mas a direção local do PSDB não lhe deu a legenda para concorrer. Em convenção municipal, a Executiva do partido em Vitória homologou a candidatura da então vereadora Neuzinha de Oliveira, que comandava a sigla no município. A decisão foi avalizada pela Executiva estadual (leia-se Vandinho).

À época, ficou a sensação de que a candidatura de Neuzinha à prefeitura poderia ser no fundo uma estratégia para barrar as pretensões de Luiz Paulo e favorecer indiretamente a candidatura do então deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos), forte aliado de Vandinho na Assembleia nos idos de 2020.

No 1º turno, Neuzinha teve 4,61% dos votos válidos. No 2º, o PSDB apoiou Pazolini. Com a vitória do republicano, Neuzinha tornou-se secretária municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho.

Segundo fontes do PSDB ouvidas pela coluna, tudo isso já foi superado, e hoje a relação de Luiz Paulo com Vandinho está pacificada. Não só hoje, aliás. Luiz Paulo teve papel importante, por exemplo, na decisão do então deputado Sergio Majeski de voltar a se filiar ao PSDB, em 2022. O ex-prefeito também ajudou o PSDB na montagem de chapas parlamentares e nas eleições do ano passado.

Dirigentes do PSDB consideram que Luiz Paulo, assim como Luciano Rezende, está muito vivo no jogo eleitoral em Vitória no próximo ano. Mas, por já terem um capital político sedimentado, os dois ex-prefeitos não têm por que se expor agora, com tamanha antecedência: se o fizessem, sofreriam um desgaste prematuro e desnecessário.

De todo modo, Vandinho tem conversado pessoalmente com todos os possíveis candidatos da federação à Prefeitura de Vitória. Dos cinco listados por ele mesmo, só falta se encontrar com Majeski, o que deve ocorrer em breve.

Os dirigentes estaduais do PSDB e do Cidadania já decidiram e anunciaram que a federação das duas siglas não fará aliança com o PT em nenhum município capixaba. Em Vitória, o também ex-prefeito João Coser (PT), sucessor de Luiz Paulo na prefeitura, é sempre citado como provável candidato ao mesmo cargo.

Palanques diferentes

Dependendo da evolução das articulações, é bem provável que forças políticas antagônicas, mas aglutinadas no governo Casagrande, estejam em palanques opostos em muitas cidades no ano que vem – e a Capital tende a ser uma delas. Em outras palavras, o que a eleição estadual uniu em 2022 na ampla coalizão de Casagrande a eleição municipal de 2024 pode separar.

Não será surpreendente, por exemplo, que a federação PSDB/Cidadania (do vice-governador Ricardo Ferraço) dispute a prefeitura de algumas cidades contra candidatos do PSB de Casagrande ou apoiados pelo PSB e/ou pelo próprio governador.

É possível inclusive que, em determinados municípios, Ricardo apoie um postulante e Casagrande fique em outro palanque.

Além disso, o próprio governador já afirmou que, em determinadas cidades, ele pode até apoiar um candidato que não seja o do PSB.