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Coluna Vitor Vogas

Aridelmo não é mais secretário e pode ser candidato a qualquer cargo

E mais: Rafael Favatto entra no PL e é cotado para vice de Ramalho; especulações crescentes sobre “planos ocultos” de Max Filho

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Aridelmo Teixeira foi candidato a governador pelo Novo em 2022

O empresário e professor universitário Aridelmo Teixeira (Novo) não é mais secretário municipal de Governo de Vitória. Ele continua, porém, na equipe do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), como assessor especial da mesma secretaria. Na última sexta-feira (5), o Diário Oficial de Vitória publicou o decreto do prefeito exonerando Aridelmo do cargo de secretário de Governo e o outro em que Pazolini o nomeou para o novo cargo.

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Para o lugar de Aridelmo, o prefeito designou Jocely de Oliveira, que passa a responder temporariamente pela Secretaria de Governo.

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À primeira vista, pode parecer que estamos diante de um “rebaixamento”, não só em termos financeiros – um assessor logicamente ganha menos que um secretário –, mas, principalmente, em termos políticos. Como secretário de Governo, Aridelmo fazia parte do primeiro escalão da Prefeitura de Vitória e respondia pela articulação política de Pazolini. Seu novo cargo está abaixo do segundo escalão. Como explicar o aparente “rebaixamento”?

O próprio Aridelmo não retornou os contatos da coluna nessa segunda-feira (8), e não conseguimos contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Vitória. Mas só há uma resposta possível, encontrada no calendário eleitoral e nas normativas relacionadas aos prazos legais de desincompatibilização.

De acordo com a legislação eleitoral, secretários municipais que queiram se candidatar a vereador no pleito deste ano precisavam se desincompatibilizar até seis meses antes da eleição. O 1º turno ocorrerá no dia 6 de outubro. Portanto, o prazo venceu na última sexta-feira (6 de abril). Ao se desligar do cargo de secretário e deixar de ser ordenador de despesas, Aridelmo se habilita a concorrer até a vereador em outubro, pelo Novo – partido no qual permanece.

Já para concorrerem a prefeito ou a vice-prefeito, secretários municipais são obrigados a se desligarem do cargo até quatro meses antes do pleito, portanto até o dia 6 de junho.

No caso concreto, para se manter apto a ser candidato a vice de Pazolini, como segue sendo a prioridade do Novo, Aridelmo só precisaria se desincompatibilizar daqui a dois meses, no começo de junho. Sendo “rebaixado” agora, antes de 6 de abril, ele se habilita a disputar qualquer cargo, inclusive o de vereador. Amplia, portanto, o seu leque de possibilidades.

Mas Aridelmo por acaso cogita ser candidato a vereador? E o Novo cogita isso para ele? Afinal, se ele mesmo e/ou o partido não estivesse alimentando tal hipótese, não haveria motivo para ele deixar de ser ordenador de despesas agora.

O presidente estadual do Novo, Iuri Aguiar, afirma que essa hipótese não existe. O partido quer que ele seja o vice: “Não existe a possibilidade de ele vir a vereador. Seria muito bom ter o Aridelmo como vice de Pazolini. É bom para Vitória e bom para o Novo”.

A vaga de vice tem outros pretendentes. O Progressistas (PP) acredita ter a preferência para indicar o complemento da chapa de Pazolini. Dois quadros do partido cotados são a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cristhine Samorini (na chapa “Pazorini”), e o presidente da Câmara Municipal de Vitória, o delegado Leandro Piquet. Ambos se filiaram entraram no PP perto do fim do prazo de filiações de pré-candidatos, expirado no último sábado (6).

Rebaixamento” entre aspas

No caso da mudança de posição de Aridelmo na equipe de Pazolini, falar em “rebaixamento” é muito relativo… A expectativa é que ele se torne um “rei da Inglaterra às avessas”, exercendo o poder sem ter o título nem o cargo.

Nos próximos dois meses, sem responder como ordenador de despesas, o dileto aliado de Pazolini na prática deve seguir comandando as ações da Secretaria de Governo. Como assessor comissionado, pode seguir vinculado à administração de Pazolini e influindo nas decisões de governo mesmo sem o status de secretário municipal – até porque ele seguirá “assessorando” oficialmente a mesma secretaria.

De todo modo, tecnicamente, Aridelmo não responde mais como secretário e agora pode se candidatar a qualquer cargo, de vereador a prefeito, passando por vice-prefeito.

Rebaixamento salarial

Não que para Aridelmo faça muita falta, já que é sócio-proprietário da Fucape Business School, mas o vencimento dele, com o remanejamento, cai em R$ 3,3 mil brutos. De acordo com dados do Portal da Transparência da Prefeitura de Vitória, um secretário municipal ganha, desde o último dia 1º, R$ 16.676,60 por mês, enquanto um assessor nível “PC-S” (nomenclatura do novo cargo de Aridelmo) recebe “gratificação” de R$ 13.341,28.

Perguntar não ofende…

Será que eles confundiram a data limite de desincompatibilização para quem quer ser vice-prefeito?!?

Favatto pode ser vice de Ramalho

O médico ginecologista e ex-deputado estadual Rafael Favatto filiou-se ao Partido Liberal (PL). Passa a ser instantaneamente cotado para ser o candidato a vice-prefeito na chapa do Coronel Ramalho, filiado ao mesmo partido no dia 20 de março. A tendência é que o PL vá para a disputa em Vila Velha com uma chapa puro-sangue, ou à frente de uma pequena coligação, completada por partidos bem pequenos.

Favatto foi deputado estadual por três mandatos e já foi vice-prefeito de Vila Velha. Elegeu-se para o cargo em 2012, na chapa encabeçada por Rodney Miranda, prefeito de 2013 a 2016.

Antes de entrar no PL, o ex-deputado era secretário-executivo da Comissão Estadual Provisória do Partido Renovação Democrática (PRD), resultante da fusão entre o PTB e o Patriota. No site do TSE, ele ainda consta assim. Antes da fusão, Favatto era o presidente estadual do Patriota. Desde o início do ano, o PRD é controlado no Espírito Santo pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos), por intermédio de uma aliada sua, Joelma Costalonga.

Na foto abaixo, Favatto exibe a sua recém-assinada ficha de filiação ao PL, ao lado do pastor Carlos Salvador, tesoureiro da sigla no Espírito Santo e homem de confiança do senador Magno Malta (o presidente estadual).

Favatto com Carlos Salvador. Crédito: Favatto

Capitã Estéfane no Podemos

A vice-prefeita de Vitória, Capitã Estéfane, filiou-se na última sexta-feira (5), penúltimo dia do prazo, ao Podemos. Presidido no Espírito Santo pelo deputado federal Gilson Daniel. O partido compõe a coalizão do governo Casagrande e deve apoiar para prefeito um candidato oriundo do grupo do governador. Estéfane deve ser candidata a uma das 21 cadeiras em disputa na Câmara Municipal.

Eleita com Pazolini em 2020 pelo Republicanos, ela passou pelo Patriota e foi candidata por essa legenda a deputada federal em 2022. O Patriota, como lembrado na nota acima, fundiu-se ao PTB e originou o PRD.

Max: tanto esforço para tão pouco resultado?

No meio político de Vila Velha, crescem as suspeitas de que o ex-prefeito Max Filho será candidato a prefeito novamente, conforme aventamos aqui nessa segunda-feira (8).

O raciocínio predominante: seria desproporcional Max ter se dado ao trabalho de recorrer diretamente a Brasília, bater à porta do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo (passando por cima da Executiva Estadual), convencê-lo a intervir na direção municipal de Vila Velha, tirar o partido das mãos de Vandinho Leite no município, tomar o controle do PSDB de volta para si, enfim… fazer todo esse esforço para, no fim das contas, bancar a candidatura a prefeito do bem pouco conhecido Maurício Gorza… O resultado parece desproporcional aos céus e terras levantados por ele.

Max conseguiu algo que é preciso sublinhar, pois não acontece todo dia: o presidente nacional do PSDB baixou uma resolução tratando especificamente do município de Vila Velha e instituindo uma Comissão Interventora com a escalação que ele mesmo ditou. A cúpula nacional do partido está legitimando os seus movimentos, propensa a bancar o que ele decidir, conforme indiciou o próprio Marconi Perillo em visita a Vitória no último dia 1º.


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