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Coluna Vitor Vogas

A premonição de Majeski: “Eles vão ajudar a reeleger Pazolini”

“O tiro vai sair pela culatra, tanto na terra de Chico Prego como na Ilha do Mel”, profetiza ex-deputado, após desistir de concorrer a prefeito de Vitória

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Sergio Majeski no EStúdio 360 (09/02/2023). Foto: Isabela Wilvock

Após desistir de se candidatar à Prefeitura de Vitória, o ex-deputado estadual Sergio Majeski (PDT) saiu do saloon atirando. E suas balas atingem o Palácio Anchieta, o PDT, o PSB e os respectivos líderes estaduais, sobretudo o prefeito da Serra, Sergio Vidigal, e o governador Renato Casagrande.

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Segundo Majeski, ele teve a pré-candidatura boicotada pelos caciques estaduais do próprio partido, em provável articulação com o PSB, para ser forçado a desistir do páreo. Com ele fora da jogada, o caminho fica liberado para o PDT negociar apoio a outro candidato aliado de Casagrande em Vitória em troca do fortalecimento da candidatura de Weverson Meireles (PDT) à sucessão de Vidigal na Serra. “Acredito muito nisso.”

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O ex-deputado, porém, faz uma “premonição” sobre o desfecho das eleições municipais tanto na Serra como em Vitória. A palavra entre aspas é a escolhida por ele, mas bem poderia ser substituída por “maldição” ou algo assim:

“O tiro vai sair pela culatra, tanto na terra de Chico Prego como na Ilha do Mel. […] Em 2018, o PSB armou para me tirar do Senado e elegeram o Marcos do Val. Na eleição de 2020, fizeram aquela armação toda das prévias fajutas para me tirarem da jogada, para meu nome parar de aparecer nas pesquisas… e ajudaram a eleger o Pazolini. E agora, ao que tudo indica, vão ajudar a reeleger o Pazolini em Vitória, enquanto lá na Serra será muito complicado para eles.”

Na entrevista à coluna, que você pode ler abaixo, um amargurado Majeski também responde se vai sair do PDT, se pode ser candidato a vereador, se vai apoiar algum outro candidato a prefeito de Vitória, entre outras interrogações suscitadas pelo seu anúncio nesta quarta-feira (5). Boa leitura!

Agora que se retirou do páreo, o senhor pretende apoiar algum candidato a prefeito de Vitória?

Não sei ainda. Não pensei nisso, na verdade. Posso conversar com os candidatos e tentar entender quais projetos eles têm. Mas, de antemão, não tenho uma predisposição. Eu ia votar em mim mesmo.. Estou completamente aberto a ouvir as propostas dos candidatos que estão aí.

Tem restrição a algum?

A nenhum. Não vejo problema em ouvir e dialogar com qualquer um deles. Isso não significa em absoluto que eu vá apoiar A, B ou C.

Algum deles já o procurou em busca de apoio?

Hoje cedo, antes de eu divulgar a minha carta, a secretária do João Coser [PT] me ligou, mas ele mesmo já tinha me dito que queria conversar comigo. Não creio que tenha a ver com minha decisão.

O senhor ficará no PDT?

Não tomei decisão sobre isso, mas muito provavelmente vou me desfiliar.

O senhor pode ser candidato a vereador?

Não. Descarto.

Em sua carta, o senhor alega que o PDT não lhe garantiu estrutura básica para sustentar a candidatura no período de campanha e mesmo agora, na pré-campanha…

Esse período da pré-campanha é extremamente importante. Embora você não possa pedir voto, é fundamental para você fazer um trabalho para que as pessoas saibam que você é candidato e por que você é candidato. O período de campanha mesmo é muito curto, então você já precisa chegar à campanha com tudo muito organizado. O PDT aqui no Espírito Santo passa pela Serra e todo mundo sabe por quem. Quando fiz as tratativas para vir para o PDT, não as fiz com o Diretório de Vitória, mas com o Weverson [Meireles] e com o Vidigal na Serra, porque todas as coisas passam obviamente por ele. O Diretório de Vitória não tem muita autonomia, está tudo muito amarrado à Serra. Fiz o lançamento da minha pré-candidatura na Câmara Municipal de Vitória, com a presença do Vidigal e do Weverson. Algum tempo depois, fui falar com o Vidigal sobre a minha pré-campanha. A Jane Mary [a marqueteira Jane Mary Abreu, uma das mais renomadas do Estado] vai fazer a campanha do Weverson. Então pedi ao Vidigal para que ela fizesse minha campanha também, num pacote só. Ele falou com ela no telefone comigo lá. Gostei muito da Jane Mary. Ela chegou a fazer um orçamento e passar para o Vidigal. Isso em meados de abril. Depois disso tentei voltar a falar com o Vidigal, mas ele não retornou mais as minhas ligações e mensagens. Deixei recados até com a assessora que faz a agenda dele.

Como diria a juventude hoje em dia, o prefeito deu um “ghosting” em você? Desapareceu? Fez-se de fantasma?

Não entendi nada dessa história. Mas ficou muito parecido com o que fizeram comigo no PSB em 2018, quando quis ser candidato ao Senado pelo partido e preferiram apoiar Marcos do Val. Conviver com essa insegurança é algo muito ruim.

O senhor acredita que sua pré-candidatura tenha sido boicotada pelos caciques partidários do PDT e de outras siglas? Vidigal pode tê-lo colocado na geladeira por alguma articulação envolvendo algum tipo de troca?

Acho que nisso tem o dedo do PSB e do governador. Posso estar sendo leviano ao dizer isso. Mas, em entrevista a você mesmo, o Gavini [Alberto Gavini, presidente estadual do PSB] praticamente afirmou que o PDT seria obrigado a apoiar quem o governador quisesse em Vitória.

O objetivo seria levar o PDT a apoiar outro candidato em Vitória e, em troca, fortalecer a candidatura do PDT na Serra?

Acredito muito nisso. Acho que passa por aí mesmo, por algum tipo de troca. Mas vou fazer uma premonição: o tiro vai sair pela culatra, tanto na terra de Chico Prego como na Ilha do Mel.

Como assim?

Ora, em 2018, o PSB armou para me tirar do Senado e elegeram o Marcos do Val. Na eleição de 2020, fizeram aquela armação toda das prévias fajutas para me tirarem da jogada, para meu nome parar de aparecer nas pesquisas… e ajudaram a eleger o Pazolini. E agora, ao que tudo indica, vão ajudar a reeleger o Pazolini em Vitória, enquanto lá na Serra será muito complicado para eles.

O senhor acha que o PDT terá dificuldades em vencer a eleição na Serra, seja com o Weverson, seja com o próprio Vidigal?

Não é uma coisa que eu acho. Isso é óbvio. Acho que todas essas armações acabarão dando com os burros n’água.

Na carta, o senhor afirmou que sai desse processo eleitoral, mas não da política. Qual será sua próxima eleição?

Uma vez fora desse processo, tenho mais tempo para pensar sobre isso e formular projetos para a eleição. Não tenho ainda com clareza, mas com certeza estarei no próximo pleito. Estarei observando o cenário político e partidário do Estado. Teremos muitas surpresas por aí. E terei tempo o bastante para pensar e construir um projeto bacana.


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