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Coluna André Andrès

Leve, refrescante e… verde! Conheça o vinho que é a cara do verão

Conheça a origem, a história e os variados estilos do vinho verde. Com baixo teor alcoólico e servido sempre gelado, ele é perfeito para os dias quentes

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Vinho Verde

A vida é tratada, muitas vezes, com uma seriedade desnecessária. E essa seriedade surge de ideias tão preconcebidas quanto equivocadas. Isso acontece, por exemplo, com a maneira como certas pessoas encaram o ato de beber uma taça de vinho. Para elas, abrir uma garrafa é algo solene, quase sagrado, e isso em nada combinaria com um ambiente leve, festivo. É um pensamento torto. Tudo bem, quando você está diante de um vinho raro é realmente necessário respeitar o momento, dar toda atenção à degustação. Essa, no entanto, não é a regra geral. Vinho é para celebrar momentos, festejar relações, brindar à alegria. Por isso ele combina com piscina, com praias, com o verão. E aí entram em cena os espumantes, os brancos, os rosés e também um produto cada vez mais apreciado no Brasil por sua leveza e frescor: o vinho verde.

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Trata-se de um vinho muito fácil de beber, mas é preciso ter algumas informações para entendê-lo melhor. Inicialmente é preciso explicar o seguinte: vinho verde não é um estilo de vinho, mas, sim,  o nome de uma região produtora, demarcada em 1908. A origem dessa denominação tem algumas versões. A mais divulgada pelos produtores faz referência à beleza do local. Realmente, planícies e montanhas dessa área no noroeste de Portugal, perto do Douro, são tomados pelo verde das árvores e das plantações. As videiras se misturam às outras plantas. O resultado são campos e paredões verdes, a se perder de vista.

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A outra versão é menos divulgada, talvez por remeter a práticas pouco usuais nas vinícolas atualmente. Ela recupera a maneira como eram feitos os vinhos pelos produtores locais décadas atrás. As uvas eram colhidas antes de amadurecerem totalmente. Os vinhos feitos com uvas “verdes” não passavam por barricas de carvalho. Por conta dessa soma de fatores, ficavam mais ácidos, mais frutados, mais leves e, por isso, mais refrescantes. Como não havia decorrido o tempo necessário para o desenvolvimento de todo o açúcar da fruta, eles também ficavam com baixa dosagem alcoólica.

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Hoje, com técnicas modernas e uvas colhidas no seu tempo ideal, os vinhos verdes mantêm essas características, além de ganhar outras, como a possibilidade de serem amadurecidos em barricas de madeira, ganhando em estrutura e complexidade. Tanto os mais básicos quanto os mais estruturados devem ser, de preferência, de safras recentes e precisam ser servidos com temperatura em torno de 8º. Como se vê, são perfeitos para o verão.

Ah, uma última questão… Há quem sempre faça a pergunta mais óbvia quando falamos desse vinho: ele é realmente verde? Bem, os brancos podem ser um pouco esverdeados. Mas existem também os rosés e os tintos. Sim, existem “vinhos verdes tintos”. E como se verá abaixo, eles podem ser encontrados em variadas faixas de preço. Seja qual for o rótulo escolhido, eles têm em comum o fato de serem fáceis de beber, gostosos, refrescantes. Contêm, enfim, uma certa alegria. Como se pretendessem nos lembrar como o vinho, assim como a vida, não precisa ser levado tão a sério…

Até R$ 40

Vinho Gatão

Gatão – Com preço bastante acessível, o Gatão resume a proposta básica do vinho verde. Produzido com castas típicas (Treixadura, Pedernã, Loureiro, Azal branco e Avesso), tem volume alcoólico baixo, de apenas 9º, ou seja, pode ser comparado com uma cerveja. Bem leve, refrescante, descompromissado, é ótimo para provar na praia, com um tira-gosto, ou na piscina. Fica perfeito com camarãozinho frito.

Até R$ 50

 Vinho Verde Casal Garcia

Casal Garcia – Trata-se de um dos vinhos verdes mais conhecidos dos brasileiros. E também um dos mais tradicionais de Portugal. É produzido desde a década de 1930 pela vinícola Aveleda. O nome da vinícola faz referência a uma das uvas típicas da região. Apesar da referência, o Casal Garcia é produzido com outra casta, a Trajadura. Tem um toque levemente adocicado. E vai muito bem com bacalhau.

Vinho Verde Gazela

Gazela – Dos vinhos citados até aqui, talvez seja aquela com o tom mais esverdeado. O Gazela é bem gostoso. Assim como ocorre com outros vinhos verdes, apresenta uma acidez, uma certa gaseificação natural muito saborosa. É produzido com uma mescla de Loureiro, Pedernã e Trajadura. Também tem baixo teor alcoólico, em torno de 9º. Servido na temperatura ideal, é uma delícia.

Até R$ 75

Vinho verde tinto Adega de Monção.

Adega de Monção Tinto – Excelente exemplo de qualidade do vinho verde tinto. Adega de Monção nasce em Monção e Melgaço, considerado o coração da produção da região produtora dos vinhos verdes. Feito com Alvarelhão, Pedral e Vinhão. É um tinto de boa estrutura, com teor alcoólico de 11º, superior aos brancos citados acima. E uma curiosidade: mesmo sendo tinto, deve ser servido numa temperatura próxima ao do vinho branco, em torno de 12º.

Até R$ 250

Vinho Verde Alvarinho Deu La Deu

Alvarinho Deu La Deu – O patamar subiu. Primeiro, vamos explicar o rótulo. Alvarinho é uma das principais castanhas de Portugal. Deu La Deu é uma referência a uma heroína portuguesa, Deu-la-Deu Martins, mulher do capitão-mor de Monção, Vasco Gomes de Abreu. Ela é reverenciada em Portugal por ter conseguido evitar a ocupação da fortaleza de Monção, berço do vinho verde, por espanhóis vindos de Castela no século XIV. O vinho não passa por madeira. A fruta se mostra delicada, saborosa. É um branco delicioso. Um dos melhores produzidos na região.

Messala Alvarinho Monção e Melgaço – Branco produzido apenas com a casta Alvarinho. Um colecionador de prêmios, como é relatado pelo seu autor, Messala Gonçalves. Hoje, a produção está a cargo do enólogo João Garrido. Após a colheita, feita manualmente, a fermentação ocorre em cubas de inox a temperatura controlada. Aí, estagia durante três meses,prolongando-se o estágio por mais três meses em garrafa. É sempre citado entre os melhores vinhos verdes já produzidos. Vinhaço!


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André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.