TDAH começa na infância e continua afetando a vida adulta

Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, o psicólogo Alexandre Brito destacou os principais aspectos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Brito explicou como o transtorno pode impactar a vida de crianças e adultos, além de alertar sobre diagnósticos equivocados e a importância de acompanhamento profissional.

O que é TDAH e como se manifesta?

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que se inicia na infância e pode acompanhar o indivíduo na vida adulta. Segundo Alexandre Brito, ele não deve ser confundido com simples distração ou agitação. “Nem toda dificuldade de concentração ou comportamento inquieto é TDAH”, afirmou o psicólogo. Ele destacou que um diagnóstico correto requer a avaliação de um profissional capacitado.

Os sintomas podem se dividir em duas categorias principais: desatenção e hiperatividade/impulsividade. No caso da desatenção, as pessoas apresentam dificuldade em concluir tarefas, esquecimentos frequentes e problemas para se concentrar mesmo em atividades de interesse. Já a hiperatividade se caracteriza por inquietação física ou mental, além de comportamentos impulsivos.

Como identificar sinais do TDAH em crianças?

Uma dúvida recorrente é como diferenciar o comportamento natural das crianças de sinais do TDAH. Brito enfatizou que é importante observar se há prejuízos na vida social ou escolar. “A criança pode ter dificuldades em interagir com os colegas, acompanhar as aulas ou lembrar informações básicas”, explicou. Ele também alertou para o diagnóstico precoce, destacando que, muitas vezes, crianças que não recebem o suporte necessário podem enfrentar desafios significativos na adolescência e na vida adulta.

O psicólogo apontou que fatores como ansiedade e luto podem ser confundidos com TDAH. Por isso, uma avaliação detalhada é essencial. “Apenas um psicólogo pode realizar uma avaliação psicológica completa, em parceria com outros profissionais e a escola”, destacou.

Impactos do TDAH na vida adulta e o papel do tratamento

Brito ressaltou que o TDAH não é uma “sentença”. Muitos adultos convivem com o transtorno sem diagnóstico e só percebem sua condição após enfrentarem dificuldades na vida pessoal ou profissional. Apesar disso, ele frisou que o transtorno não deve ser visto como um rótulo negativo. “Com estratégias adequadas e acompanhamento psicológico, é possível lidar com os desafios e até aproveitar características como criatividade e hiperfoco.”

O tratamento pode envolver tanto terapia quanto medicação, dependendo do caso. Além disso, a conscientização social é crucial para reduzir o estigma. Brito destacou que o preconceito impede muitas pessoas de buscar ajuda, perpetuando o sofrimento.

Bullying e estigmas no ambiente escolar

O psicólogo alertou para o crescimento do bullying relacionado a transtornos mentais. Ele mencionou que crianças com TDAH, por terem comportamentos diferentes, podem ser alvo de piadas ou exclusão. “É fundamental educar alunos e professores para criar um ambiente escolar mais inclusivo”, afirmou.

Brito concluiu enfatizando a necessidade de um trabalho colaborativo entre famílias, escolas e profissionais de saúde mental. Isso inclui a criação de estratégias para lidar com o transtorno no ambiente escolar e a promoção de um diálogo aberto sobre o tema. “A compreensão e o acolhimento são fundamentais para que crianças e adultos com TDAH possam alcançar seu pleno potencial”, pontua.

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