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Oropouche: áreas rurais e de manguezais oferecem risco

Subsecretário de Vigilância em Saúde alerta sobre o avanço do vírus oropouche no Espírito Santo após a confirmação da primeira morte

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Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo nesta quarta-feira (11), o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, falou sobre os desafios relacionados à febre oropouche, que já resultou na primeira morte confirmada no estado. A doença é transmitida pelo mosquito maruim e possui sintomas que confundem com outras arboviroses.

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Sintomas e evolução da febre do Oropouche

A febre oropouche foi identificada pela primeira vez no Espírito Santo em 22 de abril deste ano. Segundo Orlei, “90% dos pacientes relatam febre alta, cefaleia e vermelhidão na pele, que lembra uma queimadura.” Outros sintomas incluem dores articulares, vômitos e lesões cutâneas.

O período de incubação do vírus varia de 3 a 10 dias, mas em alguns casos, sintomas podem reaparecer após 30 dias. Orlei explicou que “a doença se diferencia pela intensidade da febre e da dor de cabeça que, às vezes, retornam após a aparente cura.”

Distribuição geográfica e comportamento do mosquito

O maruim, vetor da febre oropouche, está presente principalmente em zonas rurais, mas também foi identificado em áreas urbanas próximas a manguezais. “Atualmente, 63% dos casos estão na zona rural, enquanto 35% ocorrem em áreas urbanas”, afirmou Orlei.

Municípios como Alfredo Chaves e Iconha apresentam altos índices de infecção, com destaque para Alfredo Chaves, que já registra mais de 700 casos confirmados. Segundo Orlei, o maruim é pequeno e quase invisível, sendo comum em áreas com matéria orgânica em decomposição.

“Ele é 20 vezes menor que o Aedes aegypti e pode depositar de 50  até 150 ovos de uma só vez”, destacou.

O subsecretário também afirma que estão sendo observadas mudanças no comportamento do mosquito, como por exemplo, o aparecimento dele durante todo o dia em algumas regiões e não apenas em horários específicos.

Prevenção e orientações

A prevenção é um dos maiores desafios, já que o maruim é resistente a muitos métodos de controle. Orlei explicou que o uso de repelentes, como o à base de Icaridina a 10%, é uma alternativa, mas não garante proteção total. Ele também recomendou evitar áreas com alta densidade do mosquito, especialmente durante o verão.

Gestantes devem redobrar os cuidados, pois já foram confirmados casos de transmissão vertical do vírus para o feto, resultando em malformações congênitas. “É fundamental que gestantes utilizem repelentes indicados por profissionais de saúde e evitem exposição em áreas de risco”, reforçou.

Investigação da doença

O Espírito Santo confirmou a primeira morte em decorrência do vírus no dia 28 de agosto, em Fundão. A vítima apresentou febre e dificuldade respiratória, evoluindo rapidamente para óbito. “O vírus tem demonstrado maior agressividade e patogenicidade, causando danos ao fígado e derrames pleurais”, afirmou Orlei.

As amostras de sangue são analisadas exclusivamente pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (LACEN), em Vitória, e o trabalho de investigação continua em parceria com o Instituto Evandro Chagas.


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