Médica orienta sobre picada de escorpiões e outros animais

Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, a médica Rinara de Andrade Machado, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Espírito Santo (Ciatox), abordou os cuidados com animais peçonhentos, destacando os casos com escorpiões, que são o de maior incidência de acidentes no estado.

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Escorpiões: perigos e primeiros sintomas

Os escorpiões são os principais responsáveis por atendimentos no Ciatox. Segundo Dra. Rinara , suas picadas podem causar desde dor localizada até graves manifestações sistêmicas. “Com relação à manifestação local, o sintoma mais evidente é a dor, que pode irradiar para o membro afetado”, explicou. Nos casos graves, os sintomas incluem vômitos, alterações cardíacas e, raramente, insuficiência respiratória.

A médica destacou a rapidez com que o veneno do escorpião age no corpo. “Os efeitos são quase imediatos, com o quadro clínico de gravidade surgindo em poucos minutos.” Em casos graves, a recomendação é buscar atendimento médico imediato.

Lacraias, aranhas e lagartas: níveis de risco variados

Ao contrário do que muitos pensam, picadas de lacraias, embora dolorosas, raramente representam gravidade.  “A lacraia não é perigosa. O uso de analgésico resolve a dor na maioria dos casos”, disse Dra. Rinara.

Sobre aranhas, a médica explicou que espécies grandes, como as caranguejeiras, geralmente assustam mais do que oferecem perigo. “Elas não causam envenenamento. O maior incômodo vem dos pelos que podem provocar coceira.” Já espécies menores, como a aranha-armadeira, têm um veneno similar ao do escorpião e podem gerar casos graves.

Lagartas também oferecem riscos, especialmente a lonomia, conhecida como lagarta-de-fogo.  Dra. Rinara alertou para a gravidade dos acidentes envolvendo a espécie: “A lonomia pode causar distúrbios de coagulação e, em casos raros, risco à vida.”

Atendimento pelo Ciatox e medidas imediatas

O Ciatox funciona 24 horas por dia e oferece suporte para acidentes com animais peçonhentos e outras intoxicações. O contato pode ser feito pelo número 0800-283-9904. “Cerca de 70% dos casos são resolvidos por telefone, evitando sobrecarregar o sistema de saúde”, informou a Dra. Rinara.

Em caso de acidente por animal peçonhento, a médica orientou que o local da picada seja lavado com água e o membro afetado mantido elevado. Casos mais graves exigem que a vítima procure um serviço de saúde adequado, especialmente quando há necessidade de soro antiveneno.