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Mais de 50 pinguins encalham em praias do ES; 18 chegaram com vida

Maioria dos pinguins chegou à costa capixaba nos últimos dias. Segundo o diretor-presidente do Ipram, Luís Felipe Mayorga, é o maior número dos últimos anos

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Mais de 50 pinguins encalharam em praias do Espírito Santo nas últimas semanas. Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, o diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), Luís Felipe Mayorga, revelou detalhes preocupantes sobre o aumento do número de pinguins encalhados nas praias capixabas. Segundo Mayorga, o fenômeno está mais intenso este ano em comparação com os últimos dez anos.

Nos últimos quinze dias, foram registrados cinquenta pinguins encalhados na costa do Espírito Santo, sendo que apenas dezoito chegaram com vida. “Esse ano, a situação está mais crítica. Já foram 53 registros e a maioria ocorreu recentemente”, relata Mayorga. Só 18 desses animais chegaram com vida. Atualmente, o IPRAM está reabilitando dez aves e já fez resgates até no sul da Bahia.

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Os pinguins-de-Magalhães, originários da Patagônia Argentina, migram em busca de alimento, o que pode levar alguns a distâncias consideráveis. “Eles são aves migratórias e, após o ciclo de reprodução, tanto adultos quanto juvenis se deslocam pelo oceano”, diz o diretor-presidente do Ipram. No entanto, a migração pode ser perigosa, sobretudo para os mais jovens. Por serem mais exploradores, eles chegam com frequência à costa brasileira em busca de comida.

Pinguim em reabilitação. Foto: Agência Petrobras

Pinguim em reabilitação. Foto: Agência Petrobras

Falta de comida

Os pinguins frequentemente se aproximam da costa devido à falta de alimento de qualidade no alto-mar, o que pode levar ao emagrecimento e à morte. “Quando estão debilitados, os pinguins podem interagir com a pesca, ingerir lixo ou se expor a manchas de óleo”, detalha o diretor. Segundo ele, esses fatores, combinados com a alimentação inadequada, aumentam as chances de encalhe e morte.

Reabilitação dos pinguins

O Ipram realiza um intenso trabalho de reabilitação. Os pinguins debilitados são primeiramente aquecidos e reidratados. “Eles recebem alimentação pastosa e, gradualmente, passam a comer peixe inteiro”, explica Mayorga. Após a reabilitação, os pinguins são testados para garantir que estejam em condições de retornar ao mar. Assim que os animais se recuperam, a soltura é feita a cerca de 15 a 20 quilômetros da costa para evitar novo encalhe.

Com o maior registro de pinguins encalhados dos últimos anos, ainda não se pode precisar o que causa o fenômeno. “Estamos formando uma rede nacional para estudar e entender melhor esse fenômeno”, afirma o diretor do Ipram. O aumento do número de encalhes este ano é um sinal de que mais pesquisas são necessárias para prever e mitigar esses eventos no futuro.

O que fazer ao encontrar um pinguim?

É importante que a população saiba como lidar com pinguins encalhados. “Não se deve colocar o pinguim em gelo ou em ambientes frios”, alerta Mayorga. Há também uma orientação para que a população não tenha contato físico com esses animais, em razão da gripe aviária. Em vez disso, o correto é acionar o Projeto de Monitoramento de Praias da Petrobras pelo número 0800-991-4800. Este projeto é essencial para o resgate e manejo adequado dos pinguins.


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