Como lidar com o luto após o fim de um relacionamento

Quando um ciclo termina, a pressa em começar outro pode roubar o aprendizado. Respeite seu tempo, viva o luto e cuide de si. Foto: FreePik

Uma das reações mais comuns após o término de um relacionamento é “engatar” um novo envolvimento. Muitas pessoas acreditam que só existem duas opções diante dessa situação: tentar voltar com o ex ou encontrar outra pessoa. Porém, há uma terceira possibilidade que quase sempre é negligenciada: o cuidado de si, sem necessariamente se envolver com alguém. Vamos refletir sobre por que isso pode ser tão importante.

Ao terminar um relacionamento, é fundamental compreender que você está, de certa forma, vivendo um luto. Esse momento exige respeito ao seu tempo e à sua dignidade. A pressa para buscar um novo envolvimento, apenas para superar o ex, pode trazer problemas por, pelo menos, três motivos:

Na clínica, observamos que muitas pessoas se esforçam para esquecer o que viveram, especialmente quando sentem falta do que havia de bom na relação. Mas isso pode ser perigoso, pois não é apenas a lembrança dos momentos bons que some — você também pode perder o aprendizado, inclusive sobre os aspectos ruins que precisam ser reconhecidos para não se repetirem.

Relacionamentos não funcionam como peças de reposição em um almoxarifado. Não se trata de colocar uma nova pessoa no lugar da outra, mas de permitir que ambos sigam para viver novas possibilidades. E, ainda que fosse possível “substituir”, provavelmente você acabaria revivendo os mesmos dramas, apenas com personagens diferentes.

Não existe “superar” o outro no sentido de apagar sua existência. Todas as pessoas que passam por nossos corações deixam marcas. Isso não significa que você esteja preso ao passado ou que goste de sofrer, mas que teve uma grande capacidade de amar — e isso sempre traz consequências.

Portanto, nem esquecer, nem substituir, nem tentar superar. A verdadeira saída é respeitar o seu luto, cuidar de si e construir um novo saber sobre quem você é, honrando a história que viveu.

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