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Covid: é perigoso receber quatro doses de vacinas em um ano?
“Estamos trocando a roda com o carro andando”, explica epidemiologista

Covid: é perigoso receber quatro doses das vacinas em um ano?
Um pouco mais de um ano após o início da vacinação contra a covid-19 em pessoas acima de 60 anos, a quarta dose começa a ser aplicada no Espírito Santo para este público. O curto período e a quantidade de doses, no entanto, preocupa os capixabas. Afinal, é perigoso receber quatro doses da mesma vacina em um ano?
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Para sanar essa dúvida, a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo, Ethel Maciel, explicou na rádio BandNews FM Espírito Santo a necessidade de quatro doses, principalmente para a população idosa.
“Estamos trocando a roda com o carro andando”, foi a metáfora usada pela epidemiologista sobre a relação de pandemia e vacinação. Isto porque as vacinas foram feitas para o vírus original, ou seja, o que estava circulando no início de 2020. Depois de dois anos, o vírus sofreu mutações e, com isso, as variantes de preocupação – o que faz com que o organismo não reconheça o vírus e causa reinfecção. Um exemplo é a Ômicron, que causou uma nova onda de casos e mortes em janeiro e fevereiro.
As vacinas, tanto de RNA ou vírus inativado, se baseiam no vírus original, sem mutações. Com a evolução das variantes, foi necessário reforçar a vacinação para induzir a memória imunológica e, assim, ampliar a resposta contra uma provável infecção. Nessa linha, a população idosa é o alvo, já que o sistema imunológico deste público tem uma resposta menor do que em adultos e adolescentes, por exemplo.
Não existe, de fato, perigo em receber uma quarta dose em um ano. De acordo com Ethel, é necessário receber a dose de reforço para continuar a proteção contra as novas variantes. Efeitos adversos da vacinação também não serão ampliados por conta da quantidade de doses.
O vírus sofre mutações, mas as vacinas ainda não foram modificadas
“As vacinas ainda não mudaram, mas vão precisar de remodelagem antes do inverno para as variantes de preocupação, como a ômicron”, explica a epidemiologista. O futuro da vacinação contra a covid-19 ainda é incerto, não se sabe quantas doses serão aplicadas, se o reforço será anual ou trimestral ou se acontecerá para o grupo de risco ou população em geral. No entanto, as vacinas já estão em fase de estudo para uma remodelagem, a fim de identificar outras variantes e serem mais eficazes.
O planejamento, agora, segundo Ethel, é unir as campanhas de vacinação da gripe e covid na população idosa durante o inverno, período de maior incidência das doenças respiratórias.
Ouça a íntegra da entrevista:
