Wesley Alexandre superou um câncer testicular, descoberto há oito anos

Wesley Alexandre da Silva alerta sobre a importância da prevenção do câncer testicular e destaca o papel crucial do diagnóstico precoce no tratamento e cura. Foto: Andressa Missio

Em entrevista ao EStúdio 360, o professor e escritor Wesley Alexandre da Silva relembrou o momento em que recebeu a notícia de um tumor maligno no testículo esquerdo, em 2016. Na época, ele tinha 36 anos e um filho recém-nascido, o que ampliava o impacto emocional da situação. Wesley conta que, durante o período de Natal, sentiu a necessidade de tocar seu corpo e percebeu que um de seus testículos estava maior que o outro. “Naquele momento, eu não senti dor, mas algo dentro de mim dizia para procurar um médico”, explica.

Apesar da diferença ser pequena e imperceptível para a maioria, a intuição o levou a procurar um urologista. O diagnóstico veio com a confirmação do tumor maligno. “A notícia foi devastadora. A sensação de angústia foi imensa. No meu coração, eu queria estar presente para todos os momentos da minha família”, afirmou. Embora o prognóstico fosse de 50% de chances de cura, ele não perdeu a esperança e seguiu com o tratamento.

Tratamento e a importância do acompanhamento médico

O tratamento de Wesley começou com a remoção do testículo afetado. Embora a cirurgia fosse a primeira etapa, o processo não foi simples, pois havia a possibilidade de ele precisar de quimioterapia e radioterapia. Felizmente, Wesley não precisou desses tratamentos, mas o acompanhamento médico foi essencial. Em entrevista ao EStúdio 360, ele detalhou a importância dos exames regulares que fez nos meses seguintes.

“A cada três meses, eu realizava exames de sangue e ressonâncias para monitorar minha saúde”, relata. “Eu me tornei amigo do meu oncologista, Dr. Rodrigo, de tanto que nos encontrávamos. Mas, com o tempo, a frequência dos exames diminuiu”, disse. Wesley conta que, durante o processo de acompanhamento, sua esposa foi fundamental em sua recuperação. “Ela me segurou nas piores horas. O apoio da família foi essencial para minha cura.”

A lição de vida e o alerta para os homens

Com o tempo, Wesley compreendeu que sua experiência com o câncer lhe trouxe valiosas lições. O tratamento foi, para ele, uma verdadeira reviravolta na vida. “O câncer me fez perceber o quanto eu estava me preocupando com coisas que não valiam a pena. Decidi valorizar mais os momentos com minha família e parar de me estressar com expectativas externas”, compartilhou.

Wesley agora vê o câncer não como um vilão, mas como um professor. “Fiquei com duas grandes lições: o que eu deveria parar de fazer e o que eu deveria começar a fazer. Eu comecei a jogar mais futebol com meus filhos, a escrever mais e a me dedicar ao que realmente importa”, disse. Ele também reforçou a importância de cuidar da saúde e de procurar o médico regularmente, especialmente os homens que, segundo ele, muitas vezes negligenciam essa área da saúde.

“Não espere sentir dor para ir ao médico. Se você cuidar de sua saúde, pode evitar complicações graves no futuro”, alertou. Wesley ainda completou: “A prevenção é essencial. Não existe idade ou classe social para o câncer bater à porta.”

A família como pilar de apoio emocional

O apoio da família foi crucial para Wesley em sua jornada. Ele compartilhou que sua esposa, Paula, foi sua maior aliada durante todo o processo. “Ela sempre esteve ao meu lado, me dando força nos momentos mais difíceis. Eu sou eternamente grato por ela”, disse. Wesley e Paula estão juntos desde a infância e comemoram 20 anos de casados. “Ela é o amor da minha vida”, finalizou, emocionado.

Além disso, ele destacou como a experiência com o câncer afetou sua perspectiva de vida. “Depois de passar por isso, percebi que a vida é para ser vivida e não apenas suportada. Eu voltei ao mestrado, terminei minha dissertação e até escrevi um livro, que compartilhei com o público”, concluiu. Para Wesley, o câncer foi uma oportunidade de reavaliar o que é realmente importante e, a partir disso, passou a viver de maneira mais plena.

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