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Relações líquidas marcam a era do prazer imediato. Entenda

Psicólogo aponta que relações líquidas são reflexo de um comportamento imediatista, impulsionado pela internet e pela falta de paciência emocional

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O psicólogo e colunista Alexandre Brito aponta que para transformar relações líquidas em relações sólidas é necessário ter responsabilidade afetiva. Foto: Fernanda Côgo

O psicólogo e colunista Alexandre Brito aponta que para transformar relações líquidas em relações sólidas é necessário ter responsabilidade afetiva. Foto: Fernanda Côgo

Em entrevista ao Estúdio 360, o psicólogo e colunista Alexandre Brito abordou as “relações líquidas” que caracterizam a sociedade contemporânea. Segundo ele, relacionamentos estão se formando e se desfazendo com a mesma velocidade, refletindo a tendência moderna de priorizar prazeres imediatos e minimizar o compromisso emocional.

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Essa dinâmica é facilmente observada em reality shows como Big Brother, onde, em poucos dias, os participantes se tornam “melhores amigos”. Brito aponta que essa pressa em estabelecer conexões rápidas pode resultar em afastamentos igualmente velozes, revelando a falta de profundidade tanto nas relações amorosas quanto nos vínculos profissionais.

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A falta de paciência e a busca por prazer instantâneo

Brito explicou que, antigamente, os relacionamentos evoluíam em um ritmo mais lento, permitindo o conhecimento mútuo e a criação de intimidade ao longo do tempo. Atualmente, no entanto, a pressão pelo imediatismo faz com que muitas pessoas desistam do relacionamento ao primeiro sinal de dificuldade.

Outro fator que intensifica essa fragilidade é a facilidade oferecida pela internet. Redes sociais e aplicativos de relacionamento criam um ambiente onde encontrar parceiros se torna tão prático quanto escolher um produto em uma loja. Brito destaca que isso alimenta a ilusão de que vínculos podem ser descartados sem maiores consequências.

Ghosting e a evasão das responsabilidades emocionais

Durante a entrevista, Brito também destacou a prática do ghosting — quando alguém desaparece abruptamente, cortando qualquer contato. Essa atitude, segundo o psicólogo, é um reflexo da dificuldade das pessoas em lidar com situações desconfortáveis e evitar conversas difíceis.

“Em vez de enfrentar esses desafios, as pessoas bloqueiam e ignoram o outro, o que pode causar danos emocionais significativos”, afirma Brito. Ele compara essa prática ao conceito de cancelamento, que, historicamente, remonta à ditadura militar no Brasil, quando “cancelar” significava eliminar socialmente alguém. Hoje, no ambiente digital, o cancelamento se tornou uma forma de “morte social” mais sutil, mas não menos dolorosa.

A importância da responsabilidade afetiva

Para Brito, um dos principais desafios das relações atuais é desenvolver responsabilidade afetiva. Isso envolve reconhecer o impacto das próprias ações sobre o outro e evitar rompimentos abruptos que podem gerar sofrimento. O psicólogo observa que a falta de compromisso afeta não apenas os relacionamentos amorosos, mas também os vínculos profissionais e sociais.

Com a crescente rapidez nas conexões humanas, é essencial que as pessoas aprendam a enfrentar frustrações e tenham a habilidade de manter diálogos difíceis. Brito conclui que esse aprendizado é fundamental para construir laços mais sólidos e significativos em um mundo cada vez mais marcado pela efemeridade e desconexão.

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