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Pinguins à vista: mais de 50 aves encalham em praias do ES
Entenda o fenômeno dos pinguins encalhados no Espírito Santo e quais são os procedimentos para salvar esses animais marinhos
Nas últimas semanas, mais de 50 pinguins encalharam nas praias do Espírito Santo. Este é o maior número registrado nos últimos 10 anos. Infelizmente, apenas 18 pinguins chegaram com vida, destacando a gravidade da situação. Esses eventos são parte do ciclo natural de migração dos Pinguins de Magalhães, que viajam do Uruguai e Argentina para explorar novas áreas durante o inverno.
Em entrevista ao EStúdio 360, o diretor presidente do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM), Luis Felipe Mayorga, conta que os pinguins mais jovens, que não têm compromissos reprodutivos, aventuram-se mais longe e acabam chegando ao Brasil.
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Embora vivam em alto-mar e raramente sejam vistos, fatores ambientais podem fazê-los se aproximar da costa. Este ano, a proximidade desses animais trouxe à tona a importância de saber como proceder ao encontrá-los.
Primeiros cuidados com os pinguins e riscos envolvidos
Os pinguins encalhados precisam de cuidados urgentes. Eles chegam debilitados, magros e com frio, muitas vezes carregando parasitas e doenças. Desde o ano passado, o Brasil enfrenta a ameaça da gripe aviária, que pode ser transmitida aos humanos com uma alta taxa de mortalidade. Portanto, a orientação é não tocar nos pinguins e acionar imediatamente o resgate especializado.
O Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM) cuida dos pinguins resgatados. Os animais são mantidos aquecidos e recebem tratamento intensivo para recuperar a saúde. Isso inclui alimentação adequada, aquecimento constante e monitoramento médico rigoroso. Cada pinguim consome cerca de 1 kg de peixe por dia, sendo um processo de reabilitação demorado e complexo.
A importância da prevenção e da não intervenção
Devido à gripe aviária, é crucial que a população evite tocar nos pinguins. Ao encontrá-los, deve-se ligar para o número de emergência do projeto de monitoramento de praias da Petrobras: 0800 991 4800. Esse projeto, exigido pelo Ibama, mobiliza instituições locais para resgatar e tratar os pinguins, garantindo a segurança de todos.
O processo de reabilitação pode levar até três meses. Os pinguins precisam recuperar a massa muscular e as reservas de gordura antes de serem soltos. No Espírito Santo, a soltura ocorre em alto-mar para evitar interações com pescarias e garantir a segurança dos animais. Grupos de sete a dez pinguins são formados para a soltura, pois são animais gregários e a sobrevivência individual é menor.
Monitoramento e responsabilidade
Instituições como o IPRAM e o projeto Tamar estão envolvidas no resgate e tratamento dos pinguins no Espírito Santo. Eles garantem que os animais recebam os cuidados necessários antes de serem devolvidos ao mar. O IPRAM, localizado na praia dos Recifes em Vila Velha, opera com rigorosas medidas de biossegurança, especialmente devido à gripe aviária, e não está aberto para visitas públicas.
Para ajudar os pinguins e outros animais marinhos, salve o número 0800 991 4800. Esse contato é vital para o resgate rápido e seguro dos animais. Ao encontrar um pinguim, siga as orientações e evite qualquer contato físico. A mobilização rápida e adequada pode salvar vidas e contribuir para a preservação dessas espécies.
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