Píer na Enseada: interdição alerta para manutenção de espaços públicos

No último fim de semana, a Defesa Civil de Vitória interditou o píer da Enseada do Suá, localizado próximo ao Shopping Vitória. Segundo a prefeitura, a estrutura não corre risco de desabamento, mas permanecerá fechada até que passe por manutenção. As intervenções necessárias incluem reparos no concreto e tratamento das ferragens.

Problema recorrente em espaços públicos

Esse caso reacende o debate sobre a falta de manutenção em muitos espaços públicos no estado. Em entrevista ao EStúdio 360, a conselheira do Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Espírito Santo, Priscila Ceolin, destacou que a falta de conservação, reforma e fiscalização atinge pontes, edifícios e viadutos, especialmente os mais antigos. Segundo a conselheira, essa é uma questão cultural no Brasil, onde a manutenção preventiva é frequentemente negligenciada.

Priscila explicou que a manutenção preventiva tem um custo menor e pode evitar problemas maiores no futuro. Ela comparou a necessidade de manutenção das edificações à saúde do corpo humano e à manutenção de um carro. Após o primeiro ano, já é necessário realizar inspeções e manter a pintura em dia para evitar corrosões nas estruturas metálicas, especialmente em áreas sujeitas à salinidade, como é o caso do píer.

Riscos e frequência de uso

O píer interditado é uma área frequentada por moradores e turistas, sendo um ponto popular para fotografias devido ao seu mirante. Mesmo sem risco iminente de desabamento, a Defesa Civil decidiu pela interdição para evitar outros perigos, como a corrosão das ferragens do guarda-corpo. A prefeitura afirmou que, embora o risco de desabamento seja baixo, a medida foi tomada para garantir a segurança dos frequentadores.

A conselheira reforçou que a falta de manutenção coloca pessoas em risco. Além do píer, há outros locais em Vitória que merecem mais atenção do poder público. Praças e parques, como o Pet Parque no Parque das Castanheiras, também precisam de reparos. A manutenção inadequada dessas áreas pode causar acidentes, como quedas em calçadas mal conservadas.

O Instituto de Arquitetos do Brasil e o Conselho de Arquitetura estão em constante diálogo com o poder público para alertar sobre a importância da manutenção regular. A manutenção preventiva deve ser frequente e não apenas corretiva, que é mais cara e complicada.

Casos de desabamento e risco à segurança

A falta de manutenção já causou acidentes graves em Vitória, como o desabamento de marquises e até de um prédio. Priscila mencionou que muitos edifícios desocupados são abandonados, aumentando o risco de acidentes. É essencial que todos os edifícios cumpram sua função social, sendo utilizados de forma adequada para evitar esses problemas.

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