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Inclusão de mulheres na tecnologia é aposta para igualdade de gênero

Ana Paula Tongo, CEO da Bitável Tecnologia, fala sobre os desafios enfrentados pelas mulheres no setor e a importância da inclusão

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Ana Paula Tongo, CEO da Bitável Tecnologia

Ana Paula Tongo, CEO da Bitável Tecnologia. Foto: Andressa Missio

A inclusão de mulheres na tecnologia é uma ferramenta essencial para promover a igualdade de gênero e combater a discriminação. No entanto, apesar dos avanços, o setor ainda é predominantemente masculino. Ana Paula Tongo, CEO da Bitável Tecnologia, compartilhou sua experiência sobre os desafios e a evolução nesse campo ao EStúdio 360 da TV Capixaba/Band.

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Ana Paula contou como ingressou na área de tecnologia em 1999, após identificar uma oportunidade de trabalho ao lado de seu irmão. A parceria resultou na criação da Bitável, uma empresa de engenharia e tecnologia focada no desenvolvimento de software para o setor de engenharia. Além disso, a empresa também oferece treinamentos para qualificar profissionais. “Desde o início, percebemos os desafios, mas seguimos acreditando no potencial do nosso trabalho”, afirmou.

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Ela destacou que a presença feminina na área ainda é limitada, em parte, por questões culturais históricas. “Durante muito tempo, fomos direcionadas para profissões relacionadas ao cuidado, como enfermagem e educação”, explicou. Ana Paula também ressaltou que, embora tenha havido uma participação feminina significativa na programação desde o século XIX, a ascensão dos homens no setor levou a uma queda na presença das mulheres, um fenômeno que persiste até hoje.

A falta de políticas públicas e incentivos adequados é outra barreira mencionada pela CEO. “Enquanto em alguns países há políticas para incentivar a presença feminina na tecnologia, no Brasil ainda estamos avançando nesse sentido”, afirmou. Ela ainda apontou o potencial da área de TI, que permite trabalhar remotamente, o que representa uma oportunidade de inclusão, especialmente para mulheres.

Em relação à sua trajetória na Bitável, Ana Paula mencionou que enfrentou preconceito ao longo dos anos, apesar da sociedade estar em um processo de mudança. “A sociedade ainda é machista, e, em muitas ocasiões, as pessoas se surpreendem ao ver uma mulher liderando um setor como esse”, relatou, citando uma experiência em que, durante uma reunião, um diretor confundiu o termo “BIM” (Building Information Modeling) com o nome de uma bolsa infantil. “Isso não aconteceria com um homem”, disse.

Quanto à participação feminina nas empresas de tecnologia, Ana Paula observou que as mulheres estão, gradualmente, ganhando espaço, mas ainda enfrentam desafios. “Apesar de iniciativas como cursos de programação para mulheres, falta uma estrutura de acolhimento para integrá-las de fato ao mercado de trabalho”, explicou. Dados recentes indicam que 23% das mulheres ocupam cargos técnicos em empresas de TI, mas muitas ainda são alocadas em funções administrativas ou de suporte. Ela também apontou a diferença salarial e a competição interna como outros obstáculos.

Ana Paula concluiu com uma mensagem otimista sobre o futuro da inclusão feminina no setor. “As mulheres estão tentando, e o cenário está mudando, mas é importante que as empresas e a sociedade ofereçam o suporte necessário para que elas possam prosperar nesse ambiente”, afirmou.

Essa é uma visão que reflete o crescimento da presença feminina na tecnologia e os passos necessários para superar as barreiras culturais e estruturais que ainda limitam a plena participação das mulheres nesse setor.

Assista a entrevista


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