Professores e alunos do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) desenvolveram um projeto inovador de criação de órteses utilizando impressora 3D. A intenção é melhorar, por meio da chamada tecnologia assistiva, a qualidade de vida de pessoas com deficiência, auxiliando-as em atividades diárias que seriam difíceis de realizar sem o auxílio desses dispositivos. A professora e coordenadora do curso de Terapia Ocupacional na Ufes, Mariana Midori Sime, e o doutor e mestre em engenharia mecânica Heiter Ewald explicam como o produto auxilia no dia a dia.
Um exemplo é o caso de uma paciente com doença reumática que tinha dificuldade em acionar o botão da descarga, sentindo muita dor ao fazer pressão com o polegar. Com a ajuda de uma órtese criada pela impressora 3D, ela agora pode usar a palma da mão para acionar o botão, sem precisar usar os dedos. Outros dispositivos foram desenvolvidos para ajudar pessoas que não conseguem segurar um lápis da maneira convencional, permitindo que utilizem outras musculaturas para escrever.
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Impressão 3D
Para muitas pessoas, a impressão 3D ainda parece algo distante e complexo. No entanto, o professor Ewald explica que esse processo envolve a utilização de materiais comuns, como o plástico ABS, que é aquecido e moldado em camadas para formar o objeto desejado.
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As órteses criadas pela impressora 3D podem ser feitas de diversos materiais e têm uma ampla gama de funções. Elas podem ajudar a posicionar melhor o punho, corrigir fraturas, ou mesmo estabilizar estruturas ósseas para facilitar a consolidação. Além disso, a impressão 3D possibilita a criação de dispositivos personalizados que atendem a demandas específicas.
Acessibilidade
As impressoras 3D variam em custo, com modelos de entrada disponíveis por aproximadamente R$ 1.500, enquanto outros modelos podem chegar a custar milhões de reais.
Os pacientes interessados em obter uma órtese personalizada podem entrar em contato com a clínica escola da Ufes. O acesso ao serviço pode ser feito por encaminhamento de qualquer profissional de saúde, e os pacientes podem se inscrever na lista de espera por e-mail, telefone ou diretamente no site da clínica escola. Uma vez cadastrados, os pacientes são atendidos pela equipe, que avalia suas necessidades e desenvolve o dispositivo adequado em colaboração com o Ifes.